4.2.18

fantasma.

Domingo à noite parece ser realmente a hora mais solitária do mundo. Acredito que algumas coisas aconteceram no domingo apenas porque de noite temos um outro pensamento. Domingo à noite, um pouco depois do sol se pôr, os fantasmas surgem. Com medo, desde cedo eles te acompanham. Mas, com sorte, eles te esquecem um pouco dependendo do quanto consigas sorrir. Tive fantasmas e tenho medo. Com muitos, aprendi a conviver. Passo os dias conversando com eles e quando percebo meus fantasmas sou eu mesma. Não estão em mim, sou eu. Talvez eu tenha tanto medo por saber de que sou cheia. Fico espantada de ainda conseguir me erguer. Pesa, por vezes. Em todo o caso, por mais solitária cheia deles que me sinta, sou ainda cheia de "talvezes": talvez isso me passe, talvez aprenda a conviver comigo mesma em paz total um dia, talvez entenda que não tem muito mistério, é só ir indo. É só ter força, não sempre, mas sempre que necessário. Ser fraca pode me fazer forte, por assim entender muita coisa. Entendi tanto que nada me restou de poético, nem uma linha, nem um sonho, nem uma fantasia. Foi-se o tempo. Por isso acho que me fui daqui. Ainda amo. Mas acabo mais vivendo do que sonhando. Isso é bom. Meus fantasmas agradecem.