29.8.15

minha alma grita
insone
e a cabeça gira
com dor
eu me pergunto o que pode estar acontecendo
mas eu só tenho vontade de voltar pra casa
eu sinto tua falta, amigo
já faz tanto tempo assim?
o que aconteceu?
onde estás?
onde estamos?
eu começo a duvidar.
eu começo a duvidar do meu lugar.
e a alma silenciosamente grita.
e meu grito sai baixinho, num gemido.
deixei tudo para trás?
não há como deixar para trás.
estou sozinha.
quero minha casa,
até onde alguém pode aguentar sem um abraço?
até que parte meu corpo me segura?
eu me pergunto se é isso mesmo.
se é o tempo.
se é fraqueza.
se é saudade do que nunca mais acontecerá.
eu talvez só queira colo.
e fugir para casa.

2.8.15

há um gosto na madrugada
e um cheiro na ponta dos dedos
onde um mundo foi um nada
e te quis em meus pelos
mas a sinestesia complicada
não diz nada além do cedo
em que acordei ao teu lado
o qual te agarrei pelos cabelos

ao qual sofri a dor de sê-los

de te ser
de tecer em ti
ser em ti
meio, não fim