21.12.15
que os sentires ruins te coloquem para baixo,
que façam parecer que a vida não vale,
não deixa que te entristeçam.
cola no que é bom,
em quem te faz bem,
e não importa quem.
nesse momento, moça,
o que precisas não é de julgo,
é de amor.
e quem te dá amor de melhor
é quem escolheste para amar.
então, tem força, moça.
saudade tem, de quando era tudo ok,
de quando quem ama(va)s ainda estava lá.
doeu quando te viraram as costas,
ainda dói.
mas isso passa, moça.
deixa ficar quem quiser ficar,
aproxima e carinha quem quiser ficar.
o tempo tudo corrige,
e amizade a gente não exige,
confiança a gente desenvolve,
em abraço a gente se envolve.
eu sei, moça, que não te arrependes,
apesar de muitas vezes pensares e refletires:
"será que sou alguém tão ruim?".
não, tu não és,
por mais que queiram dizer isso a ti,
tu não és.
nada fizeste.
apenas ficaste, ajudaste quem precisava,
por confiares.
e confias.
e ele em ti.
deixa estar, moça,
o que é para ser de vocês está sendo
e tanta coisa ainda será.
20.12.15
22.11.15
não saber é o desespero, mas também a graça.
não ter certeza de nada é o que me faz querer correr. e ficar.
ter medo do que vem é ao mesmo tempo querer esperar.
a gente nunca sabe do futuro, mas tem vontade de olhar.
pagar para ver. esperar o tempo esclarecer.
eu sinto tudo isso junto. eu me sinto sozinha.
fraca e forte ao mesmo tempo. sem te ter, sem te ver.
sei de muita coisa agora, e aguardo, fico para ser.
sei que quando eu precisar, só terei a mim mesma.
sei que eu tenho que ser forte porque eu preciso de mim mesma.
eu preciso de mim mesma sempre e tenho que ser forte.
não porque gosto. porque quero. é porque preciso. eu sou meu norte.
mas, ao mesmo tempo, confio em ti.
e fico pensando se realmente ninguém vai estar lá.
se não estiver, tudo bem, eu já desconfiava.
mas... e se estiver? e se tu fores o que me faltava?
não saber é o desespero, mas também a graça...
11.11.15
7.11.15
mas ele mexeu comigo, tudo aqui dentro,
ele parece estar em minhas entranhas,
parece caminhar em meu coração.
e o que eu ouço é o som
de seus pensamentos,
o que eu tenho escutado é bom,
o que eu tenho visto é um vento.
frescor que sopra em minha direção,
como se não me houvesse mais,
é que eu sinto tuas mãos,
e elas estão em meu rosto em paz.
acabou, não tem mais jeito,
tu já me existes mesmo sem quereres.
já estão todos os sentires no peito,
já estão todas as paixões em meu leito.
e viveste sem mim e agora:
que estou em ti, e agora?
e agora que tens o mundo afora,
e agora que fiquei sonora?
o que farei, o que me cabe?
eu queria saber o que tu sabes,
eu queria estar onde tu dormes,
eu queria ser o que te liberta,
o que te livra de uma noite insone.
como essa, a uma e quarenta oito,
tento chegar onde nunca estive,
tento dizer o que já repeti:
estou aqui.
6.11.15
tão longe de mim e eu não saberia ao certo como seria se ao menos perto estivesse
em verdade, mesmo sem saber, eu espero por isso
na verdade mais ainda, mesmo sem saber, eu sei
o que era aquela vida enquanto eu vivia a minha?
bem parecia que o tempo estava só esperando por isso
e a rasteira do destino pronta para nos pegar
eu respiro e suspiro o tempo todo
a culpa, pela primeira, não existe, eu apenas
apenas
respiro e suspiro
em uma coisa dessas, que estou dentro
que estou contigo vivendo
não há culpa
tu me fizeste perceber um algo a mais
quando eu pensei que não tinha mais o que aprender
e todo o dia te ter por perto, mesmo longe...
isso me deixa feliz que eu não saberia explicar
se tem uma coisa que eu sei de minha vida
é que não seria a minha vida se fosse fácil
parece que tudo o que vem para mim é para testar
a paciência, a tolerância, os suspiros
quanto mais cresço, mais desconstruo
aquilo tudo que pensava antes, veio se transformar em algo novo
ou pelo menos algo diferente do que já foi
e eu queria ao menos conseguir lembrar se aquele beijo
foi do lado de fora, à beira do portão, no frio
ou se foi dentro, no sofá vermelho que todo dia vejo
eu não queria que nada se apagasse
eu não queria que isso me apegasse
mas eu estou assim do jeito que estou
please don't go, i love you so, i love you so
20.10.15
não segurei
tu sendo tão lindo
tu sendo tão eu
tu com estas sardas
tu com este ser
com o corpo que desejo
não segurei
explodi e estraguei
e quando não estrago?
cresce e vai crescendo e eu me torno idiota
eu queria tanto que estivesses aqui
mas em minha autossabotagem
deixo-te longe
por estares longe
e afasto ao invés de trazer pra mim
porque imediatizei
desculpe
de verdade
pareço agora algo que não sou
eu me transformei
eu me apaixonei
sei lá se é paixão
mas ficaste mais que outros
e aí diferenciei
e não sei mais de nada agora
eu só sei que te queria
mas agora estraguei
e não sei sequer se eu me desculpei
19.10.15
9.10.15
pertin
7.10.15
carta anônima.
29.8.15
insone
e a cabeça gira
com dor
eu me pergunto o que pode estar acontecendo
mas eu só tenho vontade de voltar pra casa
eu sinto tua falta, amigo
já faz tanto tempo assim?
o que aconteceu?
onde estás?
onde estamos?
eu começo a duvidar.
eu começo a duvidar do meu lugar.
e a alma silenciosamente grita.
e meu grito sai baixinho, num gemido.
deixei tudo para trás?
não há como deixar para trás.
estou sozinha.
quero minha casa,
até onde alguém pode aguentar sem um abraço?
até que parte meu corpo me segura?
eu me pergunto se é isso mesmo.
se é o tempo.
se é fraqueza.
se é saudade do que nunca mais acontecerá.
eu talvez só queira colo.
e fugir para casa.
2.8.15
31.7.15
sabes aquele tempo tão bom onde a vontade era tanta que tinhas que falar o tempo todo?
sinto falta o tempo todo agora.
agora começou a fase do silêncio.
o silêncio...
sempre me fez bem, trouxe paz... vim em busca dele.
mas não faz bem quando o que quero é a vontade.
é a fala,
dói mas passa.
e enquanto não passa, sinto falta o tempo todo.
26.7.15
que tenho a maldição de tudo querer saber,
hoje olhei o passado e percebi:
preferia não ter conhecido.
preferia que tudo tivesse ficado na imaginação.
preferia que tudo não fosse.
um nada.
preferia que
tu
não tivesses sido como foste.
assim, sei lá,
talvez eu não estivesse confusa agora.
seria mais um casinho passageiro.
mais uma coisa superficial.
seria algo meio que nada.
agora cresceu e cravou o coração,
fez fazer um sentir,
fez sentir um milagre.
o mesmo milagre que é ainda sentir
trouxe as consequências do sentir.
a consequência de sentir é sentir!
18.7.15
há 1 ano e durante.
faz 1 ano.
e é como se um grito aqui dentro de mim quisesse ecoar, mas não consegue.
a lágrima secou, não consegue mais cair.
e por mais que seja tão comum a tristeza, eu continuo evitando.
mas já faz 1 ano em que eu estive aqui pela primeira vez.
após esta, foram mais três antes da vinda definitiva.
como um amor certeiro, a cidade de pedra me cativou, acalantou.
eu não sei explicar, mas como todas minhas não-explicações, há cunho afetivo.
há 1 ano eu atravessava de metrô e chegava na São Bento.
e o bairro da Liberdade sempre me foi tão bonito.
eu te vi, amigo, no dia 17: não esqueço.
e que saudade de ti, não pude desfrutar a cidade contigo.
apesar disso, há 1 ano eu tive a certeza.
aqui era meu lugar, pelo menos eu tinha que tentar.
mas agora sinto a saudade dos dias que foram.
e a saudade dos dias que não vieram.
não sei o que a gente faz com essa angústia.
queria conseguir chorar, mas como há 1 ano, não consigo.
será que chorar tornaria tudo mais simples?
penso nas coisas que me aconteceram de ontem pra hoje.
é, pequeno, tu me fazes falta. e eu só queria te abraçar.
pular em ti e gargalhar. é bom, não é?
o que fazer hoje na cidade?
faz 1 ano que estive aqui a primeira vez,
mas faz apenas o durante em que agora aqui vivo.
e o que fazer?
o que fazer dessa angústia?
ah... a gente vive, não tem jeito, não.
vai vivendo, até que vive bem.
respira fundo e vai,
ao som do próprio coração...
16.7.15
15.7.15
devaneios acerca do pragmatismo emocional.
11.7.15
O mundo, meu bem,
é um pequeno contratempo.
O amar, então,
é uma leve complicação.
Os que muito querem, eu aprendi,
nada têm.
Mas o que é ter nesse mundo,
pequeno contratempo,
onde amar é complicado?
Eu não sei mais de nada,
o que sei soube sem querer,
e o que quero saber,
permanece calado.
Por tudo ser assim,
tudo tão denominado,
tenho frio na barriga,
um peso enorme de passado.
Eu mesma me regrei,
porque eu preciso me obedecer,
não ser escrava de ninguém,
a não ser de minha própria razão.
Como não sei de nada,
deito a cabeça aqui e penso.
Em que? Não sei,
que o mundo é um pequeno contratempo,
e amar é uma leve complicação.
E quem consegue fugir?
9.7.15
come away with me
3.7.15
29.6.15
A pessoa que mais amo no mundo são duas:
Elas me fizeram, construíram, criaram, moldaram, mediram, ficaram loucas quando eu desfiz quase tudo e comecei a decidir por mim.
Minha mãe, meu pai, não sei ainda o que será da vida após tantas luas...
Mas saibam que para vocês tudo o que existir em minha alma sempre será para vocês um grande sim.
Por vocês meu mundo é sempre sim, tudo o que quiserem. Amo vocês.
28.6.15
Vens chegando
Coração palpitante
Palpiteiro
Palpita em sorrisos
Ao meio de vozes distantes
Em meio a vozes constantes
Palpita uma lágrima
Palpitou, palpite, hipótese
Hipérbole e talvez metáfora
De dizer tanto sentir
Senti
Que faltará ar
E o coração de amor misturado
Sossegará...
26.6.15
17.6.15
Sobrevivendo entre os jazz, a sopa de letrinhas e a voz de vez em vez
Sinto estancar feridas que um dia me sangraram, dores as quais quase sucumbi e traumas que resolveram se curar
Mesmo que o que venha não seja muito, já é muito o que se fez
E espero no aconchego bom e sincero que todo o dia você dá
É meu leve desabafar.
29.5.15
paulistânia
A endorfina que sai do cérebro vai ao corpo, cai na boca em forma de sorriso
A expectativa que viola a alma vem aos pelos em forma de medo e paraíso
12.5.15
O único canto irremediável da Terra
Sabem quando a gente para para pensar na gente mesma? E de repente, nem que seja por um instante, passa na cabeça "eu gosto do que eu sou"?
Estamos longe de viver em um comercial de margarina, estamos longe de sermos as mulheres perfeitas das novelas, estamos longe de não sermos maltratadas de muitas maneiras (principalmente e sempre psicológica), estamos longe de termos um corpo ou uma pele de comercial, estamos longe, muitas vezes, do que poderia ser amor de alguém.
Mas já pararam para pensar o quanto estamos próximas de nós mesmas?
Eu lembrei hoje o que sou e todas as milhares de cicatrizes e não quis mais sangrar. Hoje eu gostei muito de mim.
Every teardrop is a waterfall (toda lágrima é uma cachoeira) - sempre, sempre, sempre.
Que a gente tenha força todos os dias de sermos quem somos.
11.5.15
o último canto aconchegável da Terra
19.4.15
show what I want to show
Escrever por conta de quem não se importa mais comigo me dá raiva.
Ficar com raiva o tempo todo por perceber que estou com raiva por conta de alguém que não se importa comigo me deixa triste.
No fim de todas as possibilidades, eu sofro o sentir. Quem não se importa comigo, não. E isso me deixa atordoada.
É um ciclo aparentemente sem fim, com exceção de que já passei por ele algumas vezes e sei que termina. Mas enquanto não termina, é interminável.
Ele costumava ser um porto seguro para divisão de pensamentos, problemas, sentires, pequenas alegrias. Não porque eu quis que assim fosse, e sim porque eu acreditei quando me foi dito (não só uma, mas várias vezes) "pode falar". Falei, não tudo, claro, eu tenho um pouco da cabeça do lugar. Mas falei algumas coisas e confiei.
Ainda sinto falta disso. Faz falta meu amigo.
Obviamente faz falta o resto também, essas coisas da paixão que todo mundo conhece. Mas o que era confiança e amizade hoje se tornou uma grande saudade.
Sinto falta de saber que podia conversar com alguém que gostava tanto de mim que me deixava falar.
Mas quando eu não pude mais falar, percebi que havia algo errado.
Não saí, não fui embora. Deveria. Quem sabe hoje estaria com menos raiva de mim.
Mas não fui. Escolhi pagar para ver e infelizmente vi o pior. Mas a gente vai se grudando aqui e ali para no fim voltar a ser a gente mesma.
Sinto falta dele, de meu amigo, de quem eu aprendi, dia após dia, a gostar e a admirar, sinto.
Só que não consigo deixar de sentir mais falta ainda de mim mesma. De mim mesma sem essa raiva, esse ressentimento de mim, essa tristeza por alguém que não se importa mais comigo.
Anseio por soluções, pelo tempo que sei que passa. Porque mais do que a ele, eu me quero de volta.
16.4.15
desrelembranças
eu te escrevi uma carta
a carta dizia em duas linhas o que nunca tive coragem
porque eu sempre achei que dizer amor era entregar o ouro
mas eu te disse
afinal, nada mais tinha a perder
tu já te foste
teu cheiro permanece
tua relembrança que passa a toda hora
até mesmo quando descanso ou tento
és tu que ameaças meus sonhos
e me deixa insone
exatamente como estou agora
gostaria com todas as forças
de verdade, para meu próprio bem
que fosse mais fácil, mais leve
mas os danos emocionais e até físicos
são tão visíveis
eu não tenho mais como negar
não que eu tenha tentado negar
mas eu te escrevi tanto
e te sonhei, sem sequer querer
e acordei ao teu lado
enquanto dormia ao teu lado, aliás
e sentia os beijinhos roubados
sonhei contigo também
pode ter certeza, bonito
eu queria ser que nem tu
eu queria poder fechar os olhos tranquila
queria poder parar de sentir saudade
queria que fosse logo
para assim nosso tempos combinarem
não por nada,
mas sentir falta de quem não nos sente
não vale muita coisa
eu não queria me despedir
mas estivemos nos despedindo,
por incrível que pareça,
desde que estive aí na primeira vez
eu estive sozinha após isto
vivendo algo que pensava que existia
apenas com a minha solidão
estou muito cansada de ficar buscando culpas
eu tive culpa por ter tentado demais
ainda não me desculpei por isso
eu te quis
(ainda quero [porém não])
de uma forma que pensei que poderia ser
tu me disseste tanto que poderia ser
eu acreditei
foste meu amigo
foste o cara que eu gostei
o canto mais aconchegável do mundo
mesmo que tão distante
foste tanto que não sei dizer
não sei explicar qual minúcia faz mais falta
tua casa, tua voz, tua pele
aquela intimidade tão natural
tão estranhamente comum
como se mesmo após dois meses ou um
eu tivesse te visto ontem
agora estou há uns 10 dias sem ti
sem teu verdadeiro eu, o de perto
que parece que nunca te conheci
a diferença é que sim
o problema é que te conheci
e tu a mim
eu pensei em escrever aqui
tão abertamente
mas escrever é meu delírio
meu castigo
pensar muito, falar muito
são meus defeitos mais importantes
são as coisas que fazem de mim eu mesma
e eu não vou parar de ser eu mesma
mesmo que tu não sejas tu mesmo
(aquele que conheci)
nunca mais
ninguém vai me impedir
de ser o que sou
ninguém me manda falar menos
ninguém me manda calar a boca
não aguentaste o tamanho de alma que tenho
a mulher que sou
o amor que eu poderia compartilhar
se te culpo?
não por isso
mas por me fazer acreditar que eu poderia acreditar
a gente não brinca assim com alguém
a gente não brinca assim com uma alma como a minha
porque nessa brincadeira
eu te amei
e te amo
porém foda-se
e com isso quero dizer:
sinto saudade
mas melhor sozinha
do que solitária acompanhada
quero dizer:
quero teu beijo
quero o início
quero o bonito do começo
mas que sei que já passaram
quero dizer:
eu te amo
mas amo mais a mim
(e a qualquer hora eu deixo de te amar)
---
sonhei com a casa
de novo
eu estava sozinha
where we are where we are
13.4.15
Dancing with my own shadow
Aquela casa que não sai da cabeça. Os monstros todos criados e recriados de uma imaginação confusa, quase infantil ou mesmo quase tão evoluída que nem cabe dizer. Mas a casa persegue os instintos, persegue meu racional, além do cheiro. Quero desesperadamente pedir, gritar, chorar "socorro, alguém me ajuda", mas estou muda. Um silêncio que nasce nas entranhas, sobe pelo estômago e estaciona na garganta e nos olhos. Nunca estou pronta. Nunca estaria. O cheiro e a casa não me deixam estar pronta para isso. Então, fico muda. Sem coragem, sem certeza, sem cor. Com saudade.
8.4.15
Lakehouse
"Onde estamos?"
Essa é uma pergunta que não tenho resposta.
Tu estás cada vez mais dentro de mim, em pensamentos constantes, de quando em quando. Mas sempre tu estás. Existe tanta vontade que faz com que o mínimo pensamento se transforme em saudade. E essa coisa me toma, abafa, atormenta. Não sei lidar com distância. Talvez por isso eu queira tanto estar perto, no leito, no peito.
Sinto saudade do início.
Sinto saudade de ti.
Sinto.
Aquilo que prometi não dizer, sinto.
29.3.15
Quem viu o que não deu
Pode ter assistido o que viveu
Mas sendo livre que se fez
Olhos abertos e acordei
São as palavras que enxerguei
Que me ligaram a um bem
Só a beleza de quem sofreu
Vira o suspiro que só meu
Respiro! Fundo e longo
Com a verdade desse ponto
Entendo e dou graças aos céus
Mesmo sem acreditar nesse deus
Marcou e foi profundo
Eu não sou nada de teu mundo
E assim posso ser livre
Como o pássaro que em mim
vive
20.3.15
A cidade
A cidade sente tua falta. Chora bruscamente a falta. Deixa cair a lágrima. Não esconde a tristeza. Faz silêncio. Venta forte. A cidade se mostra em tempestade. Tem essa cidade em mim que olha a cidade fora e pensa na falta que faz, pois outra cidade te tomou. Outra cidade em ti. A cidade vive nublada. Sem sinal. Sem carinho. A cidade que construí em mim sente tua falta.
18.3.15
Leve desabafo do meio da noite
Meu silêncio fala.
E não fala pouco. Meu silêncio grita.
Eu cansei de colocar a culpa no cosmos. Nos signos. No destino. Eu cansei de colocar culpa.
Porque realmente a vida anda, a vida passa e eu não vou assistir pela janela.
Eu deveria acreditar, porque não há razão de não acreditar em ti. Mas eu prefiro acreditar em mim. Eu preciso ser quem eu digo e quero ser. Eu preciso ser empoderada.
E se a paixão me deixa de ponta cabeça, eu tenho que ser forte e voltar aos pés no chão. Tu me deixaste virada e revirada e ainda estou assim, mas eu não tenho tempo, não tenho muito tempo de esperar. Eu quero o que posso ter e se não posso, eu prefiro não querer.
Afinal, eu ainda sou a menina que gostas? Meu desabafo é este. E eu, em silêncio, mando-te sinais. Mando alma. Mando vida.
Mas não falo.
Calo.
Meu silêncio fala.
E quando eu emudecer de vez, não há volta.
Leve desabafo do meio do dia.
Sempre que há um adeus, o coração chora. A não ser que quem esteja se despedindo não se importe. A não ser que não esteja se despedindo.
Aqui em meu peito, já existe meio que um adeus. Uma despedida forçada, pelas circunstâncias (?), pela distância (?), pela estranheza que ficou nos últimos dias (?), pela impaciência de ambos (?), cada um sendo impaciente do seu jeito.
Aqui, como vejo, a vontade que eu tinha de ser algo para ti vai (infelizmente) diminuindo, assim como tua vontade de que eu fosse algo para ti, também. Sei - mas não posso ter certeza absoluta, pois estou longe - que já há alguém. Eu desconfio. Sei e desconfio. Não costumo errar.
Não seria problema nenhum, caso eu continuasse sendo aquela que tu gostas e meu tratamento não mudasse. Mas mudou. Devido a outros sinais, eu só posso pensar que há alguém. E não posso fazer nada.
Mas a despedida dói e vai doendo de pouquinho. Eu lacro os lábios, respiro fundo, tento pensar em outra coisa. Eu faço tudo, menos o que eu queria: que era tirar essa dúvida de dentro de mim. Estamos nos despedindo?
Deixo pro destino? Confio nos instintos?
Estive fazendo isso desde que te conheci e pelo que me consta nunca me arrependi. O que fazer? Creio que apenas confiar.
Confiar em mim mesma e no futuro. Em ti, já não sei, pois não parece haver mais nada do lado daí.
12.3.15
Ainda mais ou menos no silêncio
Quero confiar que o que sinto é um tanto recíproco. Quero sossegar a vida no coração por saber que ele pode ser tranquilo...
Mas que mentira, um coração nunca vai ser tranquilo. A vida dá voltas e voltas e sempre está mexendo o coração, entretanto...
Quero estar em paz. Estou em paz.
Quero parar de dizer tanto que sinto saudades. Quero não ter necessidade de bom dia e boa noite. Quero ser quem eu era antes de te conhecer.
Mesmo que eu não seja mais a mesma pessoa. Mesmo que tua chegada já tenha mudado o rumo da inércia de meu coração.
Quero contradições que não são tão diferentes. Eu quero estar tranquila mesmo sem saber que estejas longe, quero continuar confiando e sendo o que sou, diferente do que era mas igual ao de sempre.
Quero mais teu tempo, mas entendo que não dá. Espero que seja falta de tempo. Espero não ser a última coisa da lista. Eu não aceito mais ser meio, eu sou fim.
Quero só te dizer que sinto falta das respostas, do carinho, das palavras, dos corações azuis e verdes. E que entendo se for falta de tempo. Mas só se for isso.
Quero ficar no silêncio para que possas sentir minha falta. Quero falar para que eu não sinta mais a tua.
Quero tanto e no fim quero só o que eu já tenho.
Alma tranquila, queixo para cima, coração quieto e força para segurar a saudade.
9.3.15
Silenciosamente
Penso muito e como consequência escrevo muito. Deve ser costume, mas também há uma pequena possibilidade de tentativa de ajuste das ideias. Releio várias coisas que escrevo como se fosse um código jurídico, para ver se aprendo as palavras. Quer dizer, eu revejo minhas próprias experiências passadas para saber hoje se as repito, como as repito ou mesmo se não. Digamos que dá para aprender bastante. Ou pelo menos tentar estabelecer um certo racionalismo.
Por pensar muito, dificilmente sou pega de surpresa.
Mas ontem me pegaste. Eu não imaginava que meu silêncio tímido de ouvir tuas palavras pudesse falar algo tão expressivo. Porque meu silêncio é significado de uma trava que tenho. Eu sou muito boa escrevendo, é como um mundo próprio, só meu, seguro. Mas falar, ao vivo, coisas que sinto... sempre foi tão complicado.
Tu me surpreendes às vezes e isso para quem pensa demais como eu é maravilhoso. Por mais teorias que eu faça em minha cabeça das mais variadas coisas, é sempre bom ter alguém para lembrar que nem tudo se racionaliza. Grande parte das coisas a gente só sente.
Obrigada.
7.3.15
my head is an animal
6.3.15
até que de repente meus maiores medos não conseguiram mais ser transformados em poesia.
não sei bem quando e como isso aconteceu, vai ver foi quando me tornei adulta mesmo.
antes o mundo parecia tão mais simples, eu não sei porque a gente cresce e complica tanto.
não deveria ser tão difícil gostar de alguém. pelo contrário.
não deveria ser tão difícil a gente dizer "eu te amo" para alguém.
eu sou do time que confirma que amor nunca é demais.
mas eu me vi tendo que prometer a mim mesma que não diria "eu te amo" para alguém durante certo tempo.
uma pessoa sabia disso, agora todo mundo que ler aqui vai saber.
o que espero que seja ninguém que me conheça.
só que não parece louco gostar tanto de alguém e ter se prometido que não diria o amor?
se é amor, sei lá, eu realmente não sei. mas se fosse, eu não diria a ele.
porque eu me prometi.
sabe, eu tenho que me virar e parar de ser intensa, e parar de ser vívida.
eu tenho que dar meu jeito de me controlar e me diminuir porque parece que as pessoas não sabem mais gostar, não sabem mais se relacionar.
o que eu fiz de errado hoje, eu não sei.
mas isso desaguou num dos meus mais profundos medos e por isso eu realmente tive que me isolar. que me fechar. em todos os sentidos.
só aqui que vim falar, na falsa esperança de achar que vou melhorar, porque isso aqui costumava ser meu porto seguro.
e agora depois de um período tão gostoso, tão bom e tão maravilhoso, eu tenho, por obrigação, que me fechar para poder dar espaço a alguém que há 3 dias estava comigo e dizia "não quero que tu vá embora".
eu não queria também, eu não queria. e continuo não querendo.
mas eu fui embora e tua vontade de que eu ficasse parece ter passado.
porque tu que foste hoje.
estou tão cansada dos textos tristes.
tão cansada de chorar de saudade.
queria ter ficado. mais.
mas tenho que fazer o caminho contrário.
nossa, e como penso em teu cheiro, tão presente em mim ainda!
4.3.15
o dia seguinte (ou "como se")
eu acredito e já vivi momentos como esse. que basta 1 segundo, 1 sensação, 1 piscar de olhos para que eu pudesse perceber que algo estava diferente. algo está diferente. algo mudou, algo me deu uma visão maior do que jamais tive em relação à alegria de ser com alguém.
que eu sou só minha até você já deve saber, mas que eu fui feliz tanto durante esses dias eu espero que você tenha percebido, e é como se me faltasse algo que nem sequer antes existia. é como se a vida tivesse me mostrado algo a mais e eu tivesse me acostumado com isso.
e então agora não pareço mais querer o que era antes, parece que quero o que ganhei. e isso é como se fosse mais uma prova que a vida me dá. ela me diz: "eu tô te dando algo muito bom, mas não totalmente, você vai ter que merecer o resto".
eu tô tentando continuar merecendo meu presente, minha surpresa, meu natal, meu ano novo, minha viagem em que fui fugitiva e que valeu absurdamente a pena. não queria voltar. queria estar agora na cama que ficou com nosso cheiro e olhar pela janela vendo o céu que sempre quis admirar.
não consigo explicar o quanto eu fui feliz e o quanto agora eu estou com saudade. amanhã tudo volta ao normal, tirando que mais uma vez começarei a recontar o tempo. é como se essa relatividade se alinhasse perfeitamente ao que dizem: quando a gente quer que passe rápido, não passa...
e eu sinto falta do conforto dessa casa...
é como se eu não soubesse o que está acontecendo, mas eu sei: isso que sinto é forte.
9.2.15
vinte dias.
mas depois do que aconteceu, decidi voltar a mim mesma. decidi que é melhor assim, melhor que os escritos de lá fiquem lá, tranquilos e, como sempre, viscerais. algo mudou, algo definitivamente mudou em mim. não o que eu sinto, porque eu continuo sentindo. mas a forma de lidar com tudo isso. foi um freio. foi um aviso, foi algo me dizendo "calma".
foi algo me dizendo também que não posso ficar nessa malemolência toda, que a vida é só uma e muitas vezes é lá fora. não dá para me privar de viver qualquer coisa.
mas continuo aqui, sentada, pensando nele, e tudo bem, eu sou feliz fazendo isso também. e quero continuar contando, mesmo sem costume, mesmo sem querer. porque falta tão pouquinho para algo que eu pensei que nem ia acontecer.
e se não fosse um pouco dessa nossa loucura sadia, não ia ser tão cedo.
então vamo ser feliz, né?
vamo.
8.2.15
Ah, eu perco o sono.
Talvez não haja alguma coisa que explique o quanto eu odeio perder sono. E como é raro de acontecer.
Mas não é impossível: quase sempre o caminho se segue por eu ter um pesadelo bastante real e em seguida acordar muito cedo e perceber que não era só pesadelo, era verdade.
Meu pesadelo do momento foi ter me apaixonado.
Mas por uma questão prática e de bom senso, já tinha decidido se o que aconteceu no sonho também aconteceu de verdade, eu ia sair da jogada. Óbvio que aconteceu. Eu não erro. É como se não houvesse uma distância de 3 mil km e eu soubesse, sem saber.
Eu saio da jogada, porque eu não sei lidar com quem me diz que me adora mas no outro dia some porque tá com alguém. Mesmo a gente não sendo nada, mesmo a gente nem sendo possível, eu não seu lidar. E mesmo a gente não sendo nada, ele já era o cara que eu gostava e, assim, acabei não querendo mais ninguém. Minha cabeça funciona assim. Se a dele, não, paciência.
Ps: ele era o cara que eu gostava. Era. Acabou.
Dói. Eu me fodo. Mas eu deixo.
30.1.15
descontar dias.
24.1.15
reciprocidade.
nem na maior proximidade e tempo
nem quando eu achei meus dedos nervosos
nem quando eu dizia do vento em movimento
nem mesmo quando eu escutava as canções
nem nos momentos mais solitários e criativos
nem mesmo quando eu media paixões
nem nas horas em que pensei que cativo
em nenhum local do passado
em nenhum recinto em que estive
em nenhum tempo perdido ou achado
em nenhuma paixão que tive
nada é igual ao início
nada é igual ao anterior
nada é igual ao que já foi tão difícil
nada é igual a esse ardor
se já passei por provas de fogo
se já aprendi a ter maturidade
se já cresci empurrada por um soco
se já sou quem sou em minha realidade
eu posso dizer...
eu posso suspirar...
eu posso viver, eu posso simplesmente ser o que eu quiser!
eu posso me libertar, eu posso gritar, eu posso sorrir e chorar!
nada do que já vivi me fez ter mais vontade de viver do que essa agora.
sem medo,
culpa,
fé, devoção ou credo.
só pela vontade de viver todo o dia ao lado de alguém que está longe e perto ao mesmo tempo.
porque eu sei que quem eu quero me quer bem. de verdade. existimos aí e aqui dentro de meu peito.
20.1.15
Bom dia
18.1.15
17.1.15
não tem final
não posso e nem consigo explicar há quanto tempo eu não sinto o que estou sentindo agora: algo que não sei o que é. é uma mistura de raiva (de mim, de alguém?) e uma doçura que me incomoda ao ponto de me fazer permanecer estática.
ouço Beth Orton. lembro daquele cara desgraçado que me fodeu tanto a vida e o quanto ele tá feliz passeando em terras estadunidenses com a namorada que arranjou antes mesmo de terminar comigo, isso há quase 4 anos. se guardo rancor? não. mas tenho raiva. não raiva da felicidade dos dois. raiva de o quanto ele conseguiu se safar de todas as culpas de um passado não tão distante e de como até hoje eu me sinto culpada por alguma coisa. culpada ou, sei lá, ainda penso sobre isso. eu fiquei com os traumas, ele ficou com o gozo.
essa semana veio um outro que dizia me amar falar mal de mim em um grupinho. não sei se mereço ser xingada por eu estar em um movimento social tão lindo quanto o feminismo. não sei porque tem tanta gente que não se toca de seu próprio local de fala, não sei porque a pessoa que eu dei o pé na bunda há tanto tempo vem falar algo como o que ele falou. ele estava lá. ele me viu. ele sabe o que me aconteceu, eu confiei nele, ele já esteve aqui nesse quarto.
pausa.
não sei bem o que estou escrevendo.
eu me apaixonei novamente.
eu estou com saudade dele e não sei como lidar. o que eu acho, quando ele me mandou beijos às 21h e pouco - lá 1 hora mais tarde -, é que ele não foi dormir. o que é certa loucura. eu não o conheço. como dizer? esse sentir de gostar de alguém parece que sempre me deixa assim, mais instintiva que sou, mas me faz também não ver direito o que estou fazendo.
prova disso são os parágrafos anteriores.
a verdade é que não sei o que fazer.
não sei se vou ou se fico. shurastei ou shuraigou?
fato é que, caralho, como queria vê-lo agora. talvez isso tudo seja neura de saudade, talvez seja tudo uma neura, mas que vontade odiosa de chorar. de chorar de saudade. não quero mais chorar de saudade por quem ainda está aqui. eu tenho a maior saudade do meu mundo até agora dentro de mim e sei que chorar de saudade por ele seria uma coisa idiota. sei lá.
é bem provável que eu não queira admitir. não quero, dá pra ver, mas não quero. já até admiti, mas não quero.
melhor coisa a fazer é
15.1.15
brincando, brincando. vivendo dançando.
encontro
fez dos cantos
risada
fez do escuro
recanto
fez tudo
do nada
brincando, brincando
sendo feito
vivendo, cantando
dançando com o vento
11.1.15
say it's possible
De um distante céu colorido, veio vindo aquele sopro de sentir que nem se imaginava que viria. Em verdade, nem se pediu. Num estardalhaço de alegria, veio e bagunçou os órgãos internos da alma e deixou. Deixou, mas deixou o que? Deixou algo, deixou nada. O barulho silencioso de algumas madrugadas serviu para mostrar o quanto ainda é possível viver e sorrir, despretensiosamente, mas a conversa e a risada mostraram a bagunça deixada por esse sopro leve que veio de um distante céu colorido. E quando o céu se fecha? Hoje não dói tanto. Hoje aceito o que a vida é porque a vida simplesmente é e se não aceitar, fico louca - de novo. Então, aceito tudo o que ela vier me dar, nem sempre com entusiasmo, algumas (muitas) coisas com resignação. Cadê a voz? Cadê a madrugada? Cadê a risada? O vento sopra. O sopro não tem forma. Ele só continua correndo.
6.1.15
em meu silêncio ensurdecedor
e meu escuro que abraça
eu lembro de ti, amigo
mas também em meio ao barulho
em meio à luz do dia
ao acordar e ao dormir
lembro de ti
já faz um tempão
e mesmo assim ainda te sinto
ainda te sonho
e tu ainda estás me abraçando
como o escuro e o silêncio agora
sinto falta de tua carne
de tua pele alva
de teus olhos escuros
de teus dedos macios
de teu cabelo cheio de cafuné
e de tua risada
ah, como sinto falta!
tua risada ecoa aqui em meio ao silêncio
e tua presença parece maciça aqui no breu
ainda não deixei de chorar
ainda não deixei de te querer
ainda não deixei de sangrar
acho que nunca vou deixar
eu te amo e sinto tua falta
tanto que é preciso silêncio
é preciso escuro
para assim sossegar
2.1.15
Foi.
Foi a boa notícia que o cosmos ou seja lá o que se quer acreditar me trouxe. Foi assim, como se fosse um presente, como se fosse algo que te dissesse: estás viva, estás condensada neste corpo que não é só matéria. Quer dizer: foi aquele prazer que veio vindo só ele, antes sexual, depois de uma forma sutil de combinações de gostos e conversas. Foi assim que algo foi me dizendo que se fosse para ser, seria, mas não seria nada que o senso comum costuma pensar... ah, seria só algo muito bom. E por já ter sido algo tão bom é que em saudade se desfaz. Tudo que é bom deixa uma certa vontade. De novo, de novo, de novo eu vou dizer: esse ano vai ser bom e vai ser novo. Comecei bem, começamos bem. Que diferença, que coisa única. Que carinho. Não, não sou carinhosa, mas minhas mãos não queriam deixar teu corpo, nem tuas mãos, sei lá por quê, talvez só porque quisesse aproveitar com toda a máxima alegria aquilo tudo. Foi como deveria ser, só que melhor. Foi natural de uma maneira que só sendo voltando no tempo para que pudéssemos ver aquilo sendo. Não consigo e nem quero esquecer toda a minúcia de algo que me marcou, de algo que foi tão importante quanto uma passagem de ano. Não quero esquecer e nem preciso esquecer o que vivi e como estive viva, mesmo contra todos os caminhos que muitas vezes peguei no passado, e estar viva é uma vitória. Fizeste parte e não vou esquecer. Já sinto, sim, saudade. Um beijo.