30.7.14

Deixa
eu tatear a noite
Deixa a estrela cair
Como luva
Deixa para lá
Deixa assim
Deixa estar
Deixa a estrela dançar
Deixa a estrela correr
Não pode ficar
Deixa

11.7.14

cinquenta e cinco semanas
sendo

sua

2.7.14

Estou pensando.
Se é cedo ou se já é, na verdade, tarde.

1.7.14

destino palhaço.

- destino palhaço - destino que brinca com o ridículo e não o teme - destino que é meu, quem aprende a não temer seu ridículo, seu medo e seu próprio destino - que insiste em brincar.


tenho pensado em como o destino tem brincado comigo. quer dizer, anda tão engraçada a situação que tenho uma amiga querida que vive dizendo como o destino brinca comigo. e se ele brinca, eu rio. eu gargalho. tenho um medo enorme correndo em minhas veias todos os dias e isso é ótimo. isso me lembra que estou viva e que gosto de viver. quando lembro que um dia não tive mais medo - medo da morte -, isso me faz pensar o quanto eu não sentia nada. nada. não sentia nem culpa por não sentir nada. sentir nada é a pior sensação que pode acontecer a uma pessoa. sentir nada é uma chaga, é uma contaminação da alma. quando lembro, eu fico mal. e fico feliz, porque percebo que recuperei minha capacidade de sentir.

creio até que com mais força. sinto ainda mais. minha carne ainda anda rasgada, ainda anda cheia de feridas, cicatrizando, e eu tenho medo de mais baques. óbvio que tenho. e é a partir desse medo e de todo esse sentir que recuperei - com muita ajuda de quem me gosta e me quer bem - que eu tento segurar as barras, que eu tenho que florescer coisas boas a partir das neuras. são muitas neuras. e são muitas saudades. é muito peito aberto. mas ando sentindo. tô guardando muita coisa, é verdade. mas é por bem. é pro bem. é para ele.

e por estar sentindo e tentando andar com meu medo em meu paralelo, não paraliso mais. quando sinto que vou congelar, por tantas brincadeiras do destino, penso que é só brincadeira. não dá mais para ficar daquele jeito. porque primeiro a gente sente vontade de sentir de novo, de querer sair. mas chega um momento, em que não há mais sentir, mais querência. como posso viver assim? não posso mais. então, eu rio, eu gargalho, eu tiro sarro de mim mesma. eu sinto falta, minha alma fica em carne viva, latejando, doendo, ardendo. ARDENDO. arde na pele, não é só uma metáfora. arde. queima. la-te-ja. mesmo assim, eu continuo.

e tento melhorar.

destino, agradeço do fundo do coração se te aquietares. mas espero que saibas que não estou contra ti. que não te temo. se for para ser, que seja.

amém.
axé.
EVOÉ!