30.6.14

Quanto mais vou dizendo não, mais tudo parece me levar para um sim.

25.6.14

De mais um episódio das cartas dadas, devolvidas, escondidas e perdidas.

Eu te escondi tão no fundo de algum baú que quando quero te encontrar, apenas afundo num ruído de mar. Parece que não te achar é mais uma brincadeira que o destino me prega, quando se trata de ti. Já fiz duas grandes buscas, mas não. Não acho toda a alma que te escrevi. E essas letras todas, essas coisas todas, fazem eu me revirar, porque é como se houvesse um coração que não para de bater em meio ao quarto, como se esse caos não me deixasse existir direito. O barulho das palavras batendo um coração é às vezes ensurdecedor. A dúvida de onde te enfiei é algo que compromete minha sanidade. Eu não aguentava mais que minha alma estivesse contigo, e resolvi pegá-la de volta. Agora que tudo é um grande mistério, nada me sobra a não ser um milagre dessa alma, que não é mais minha, é tua desde que te dei, ressurja. Para mim, estavas com uma fitinha amarrada em meio a um livro qualquer. Mas agora do jeito que és fugidio deste um nó no laço que me segurava firme ao chão. A cartas continuam gritando, com teclas de máquina de datilografar ecoando, em mais uma noite que perco o sono pensando onde diabos eu te coloquei.

Onde diabos tu estás que não aqui em meu peito?

23.6.14

Na certeza de que a vida segue e que problema meu se não a acompanho, curvo-me às peripécias de meu destino e nado contra a corrente. Novamente.

Se me afogo, só no fim da jornada que poderei dizer. Talvez nem haja fim. Quem sabe. Quem ousa afirmar que findar-me-ei um dia desse mar?

21.6.14

Outros 365

Foi quando tocou "baby". Faz exatamente, inclusive pela hora, 1 ano. As coisas giravam não de embriaguez, mas de beleza. Tu me giravas, em todas as direções, porque havia sol em todos os lados e eu fui o girassol, a flor de tua lapela naquele dia. Eu fui tudo e toda para ti. Após isto, descobriste meu ser, minha carne e minha alma, do jeito mais solene possível, do jeito em que ainda havia vestes mas o corpo já estava desnudo de tanta descoberta. Sem literalidades, é só uma metáfora. Mas o beijo aquela noite durou uma vida inteira. Dura até hoje. Eu ainda te sinto como se fosse há 1 ano.

"Fecha os olhos. Guarda as mãos. E só sente o beijo".

Fomos assim.

18.6.14

Hoje não estou em mim
Porque acho que não sei onde estou
Essa noite me perdi
Em algum sonho ruim

16.6.14

365.

Escreverei estas linhas desacreditadas de não ter feito o que desejava apenas para que nada passe em branco. Em minha mente, não passou. A vida não passou. Faz tanto tempo assim e não faz quase nada que te vi e que te fui apresentada. Eu tinha cabelos longos e estava querendo encontrar um lugar maior que eu, algo que me fizesse enxergar mais longe.
Então, eu saí de casa, num domingo, sozinha, ao encontro do desconhecido. Ao encontro de mim mesma de repente com vários outros que tinham em seus corações um desejo de mudança - que foi descoberto depois por muito poucos. Mas eu saí.
Eu digo que se não fosse essa pequena vontade de mudar o mundo, meu mundo não teria mudado.
Oh, sim. Tanto aconteceu. Tanto chorei. Tanto eu morri. Mas eu não acho que fui menos feliz. Eu fui feliz e ainda sou. Penso nas lembranças e elas me confortam. Não tem como hoje passar em branco.

Eu guardei na bolsa um disco para escutar na vitrola. O disco da Elis Regina que colocava para escutar quando era criança na vitrola daqui que já não presta mais. Eu iria te dar o momento da música que talvez pudesse ter representado aquele momento em que te conheci. "Como nossos pais" diz algo sobre nosso amor de nós dois e algo sobre nosso amor com o mundo mais do que eu imaginava. Eu estava cantarolando dia desses e pensei o quanto seria bom escutar contigo. Para marcar. Para que o dia 16.06 não seja esquecido, daqui a 1, 2, 5, 10 anos.

Amo ainda o que és, porque és o que eu nunca tinha desejado simplesmente por acreditar que não podia existir. Existe, sim. Não está ao meu alcance, eu não estou ao teu, mas amor, eu percebi, que não pensa realmente muito com a razão.  É isso e só.
Nada posso fazer. E vou vivendo.

Há exatamente 1 ano, essa hora, eu pensei em ti assim "vai acontecer algo comigo e com ele". Ainda não sabia o quê.

A resposta veio no outro dia, quando te encontrei novamente.
Eu pensei "a gente vai se amar".

Não se sente isso tão facilmente. Eu senti. Eu vivi.
Obrigada por surgir.
Um beijo, bem.

15.6.14

Velha pedra.

He chased me through the rain
'Honey, I'm going your way'
I don't think so
You can chase me through the rain
Scream my name, a childish game
But I love to be young
And honey I was never gonna change
And honey you were never gonna change
But you love, don't you love it that way
Old stone
Ten thousand years and you're still on your own
Don't you love
Don't you love me that way?
And if you swear that you're alright
I'm not gonna try and change your mind
Cause the same name I dream that I lose you I'll fall in love
And oh honey don't let me walk away from this
If I'm trying to fuck up my own life
Then until I figure out why
I think it's best you keep your distance
Lest I fall in love
Old stone
Ten thousands years and you're still on your own
Don't you love
Don't you love me that way?
He chased me through the rain
'Honey I'm going your way'
I don't think so
You can chase me through the rain
Scream my name, a childish game
But I love to be young

(Old stone - Laura Marling)






Leave.

8.6.14

Le plus difficile à traduire l'amour.

Tu es ma pensée la plus confortable et mon vouloir plus incroyable. Tu es ce que je n'aurais pas pu imaginer pour moi et qui allaient et venaient.  Tu es ce que je dois laisser aller.
Mas o que eu deveria fazer? Tu es mon amour et je ne sais pas o que eu deveria querer. Mas eu não reclamo. Je chante. Je vis. J'espère. J'aime.
Mesmo que às vezes eu esteja no ar, sem ar. Même si l'amour n'est pas pour moi.

5.6.14

Metodologia de um sentir.

1. O antes.

Antes de te ver novamente este ano, no início do ano, pensei que não ia conseguir parar de sentir falta. Até escrevi que é só virar as costas para a falta já chegar. Senti bastante. Mas em algum momento, a falta passou. É bem verdade que te sufoquei bem, que quase te mato em meu peito, e a falta que sentia foi minha maior falta de ar. Não eras meu ar, mas te suspirar era bom demais.

2. O meio.

Durante o tempo, a falta foi passando. De uma forma que não soube explicar, tampouco me preocupei em explicar, o que normalmente faço e gosto de fazer. Vivi novamente e ensaiei paixões. Não todas carnais, algumas mais literárias, artísticas, sociais, filosóficas. Se queres saber, foi um período incrível. Eu mergulhei em meus mais profundos sonhos, nas mais diversas vontades e fui eu mesma novamente. Essa. Que te escreve.

3. O depois.

Não senti tua falta até quando te li novamente. Não te quis até quando te vi novamente. Não me preocupei com essa paixão sufocada até não conseguir dormir novamente. Não tive mais frio na barriga até esperar por um olhar novamente. Não fiquei nervosa até querer estar contigo novamente.

E isso é tão pouco metafísico, tirando que é tanto. É pouco e muito ao mesmo tempo. Porque meu amor, minha paixão, essa coisa que faz com que eu sinta certa falta de ti, teu corpo, fisicamente, e de tua alma, tua conversa, teu ser, faz com que eu saiba que nunca te terei novamente. E que não quero que seja daquele jeito novamente.

Preciso rir-me sempre e não mereço, deuses, não mereço o antes novamente. Eu quero o depois. Quero.

A falta que não senti me veio como um soco no estômago. Saberei lidar, quando souber. Tratando-se de mim e apesar de tratar-se de ti, de nós, acho que será rápido. Espero que eficaz. Eu sempre aprendo a lidar. Talvez esse texto seja o início do depois.

É, Bem, ressurgiste a partir de um ano novo parece que me trazendo algo novo que já conhecia um tanto, que é tua falta. Isso é coisa boa. Isso é dizer que eu te gosto.

4. A inconclusão.

Li dia desses assim:

"Quando há afinidade, qualquer reencontro retorna a relação, o diálogo, a conversa, o afeto, no exato momento em que foi interrompido".

Talvez a concordância verbal não esteja tão perfeita, mas concordo com o que esse imperfeito disse.

Com açúcar, com afeto,
Da tua
Eu.

3.6.14

Faz um tempo que a profundidade assusta e ando no raso. E faz tempo que só um tem meu amor. Faz tempo que sufoquei. Faz tempo que quase o matei. Mas como um amor deve ser, não morre só porque deve, para nosso conforto, morrer. Morre quando não existe mais. Enquanto ele existe, a gente lida da forma que dá. A profundidade continua assustando e eu continuo andando no raso. Mas dessa vez, eu lido com essa sobrevivência do amor de forma bem melhor.