29.1.14

Admito e sem eufemismos que tu és a saudade mais desgraçada que já senti de alguém,  e de saudade entendo bem. E quanto mais acabo conhecendo dessa vida passada e agora novamente presente, acabo entendendo mais ainda o quanto me enganei. Fui enganada por nós dois. Mas não te culpo tanto porque talvez também tenhas enganado a si próprio. No fim, cá estou pensando, de novo, em quanto she's so pretty, e ela pertence ao mesmo mundo zodiacal que eu e foi tão ruim pensar agora que sou só um espelho de tua vida que tinha passado antes de mim... eu fui tão eu contigo, em todos os sentidos da palavra, tão livre, tão o que não consigo não ser... e ainda assim não fui suficiente. A saudade que deixaste foi tão absurda que não consigo pensar em te ver porque ao dar as costas, ela renasce. No momento em que fico longe de ti, ela aparece. Foi subir as escadas e querer voltar para o abraço não dado. Tudo errado. Tudo errado.

E de saudade eu entendo...

28.1.14

Saibas, por último, que quis te dizer que nunca mais desejo te ver. Mas somente porque eu ainda desejo te ver todos os dias.

25.1.14

Sobretudo, quando fez-se o mudo,
ergueu-se a flor, usada como arma,
de quem entende a dor.
E a lembrança do sono causou
a sensação inegável do mal,
mas o sonho transpôs perto,
sem braço, só ao lado, na mente,
canto inseto, tão incerto.

Saudade.

18.1.14

A presença
Curava a dor que
A falta
Fazia

Agora,
v
a
z
ia....

16.1.14

Estou melhor:
Voltei a temer a morte.

15.1.14

Leio-te e sorrio-me
Conto histórias e conto dias
Contei contigo e descontaste tudo aquilo que jamais me contarias

Até de tua mais suja traição,  encontro poesia

E então finalmente posso dormir em paz
Durmo-me e sonho-te
Quando tudo era sonho e minha realidade
Escondo-me e achas-me
Sem querer, ainda me persegues

É difícil te esquecer, mas tudo está entregue

E então descanso
Há quanto tempo não estou leve assim? Elevo-me e renasço-me mais uma vez

E te juro:
Nunca mais me deixarei morrer como morri por ti novamente

A poesia é meu refúgio
E sou poeta de dizer coisinhas
Sou poeta
Estou sozinha

Mas sou poeta

7.1.14

Café da manhã

O relógio marca quase 2 da tarde e por ter sentido cheiro de pão na chapa na vizinha, lembrei teu próprio cheiro. Não sei qual associação meu cérebro fez, mas acabei por concluir que teu cheiro lembra pão quentinho. Um conforto sem fim de um café da manhã deixado na cama e de risadas infinitas numa manhã, bem cedinho, como se fosse a coisa mais comum do mundo.

Nem me lembrava mais do cheiro que me fascinou o olfato e que combinou tanto com o meu. Diferente do cheiro inebriante que um dia achei que tive, teu cheiro acabou sendo lembrado sem querer da maneira mais tranquila e pacífica que poderia imaginar, e que já vivi.

Tens cheiro da manhã, como numa manhã de domingo, quando Belém fica ainda mais cheirosa de tanta gente bonita, de tanto arraial circulando, de tanta vida passando.

Foi uma boa sensação relembrar isso tudo.

4.1.14

Bem no meio da noite,

Onde uma estrela uma vez caiu,

Foi gritado o silêncio,

De um jeito vazio.