26.12.14
de novo
4.12.14
3.12.14
A partir de hoje,
É um decreto:
Não te amo mais!
Assim como se celebra um início,
Celebro o fim.
E escrevo um desenrolar,
Desenrolo o que pareceu me sufocar.
É lei para mim que,
Mesmo te amando,
Não te amo mais.
Se falo que ainda é,
É pelo fato de que
Ainda não me acostumei
Com o que não mais é.
Fui teu brinquedo,
Tua artimanha,
Fui tudo menos amor.
Então, eu decreto sem dó:
Não quero mais essa dor!
Descobri sutilmente,
Novamente,
O quanto honestidade te faz falta.
Eu que fui louca,
Eu que fui confusa,
Eu que fui desejada com os olhos e boca e mãos e voz e ouvido e mente e corpo e mundo e alma,
Mas eu que confundi.
Não foste tu que
Estava amando outra moça.
Não foste tu que
Recebia a namorada em casa
Não foste tu o culpado
Que quis me jogar a loucura
De tua própria deslealdade.
Portanto, no maior alívio dos alívios, declaro:
Não te amo mais!
Não que ainda estivesse chorando de amor e saudade, não.
Eu só preciso decretar,
Para não mais cometer o crime,
Nem a gafe,
Que é te entregar qualquer parte de mim novamente.
Não te amo mais!
E que sensação maravilhosa!
Ps: cuida dela. Não mente como mentiste para mim. Diminui esse ego. Não faz ela ser só mais um instrumento que o encha. Não destrói a alma dela como fizeste com a minha. Não deixa teu rastro. E que a deusa a proteja.
1.12.14
23.11.14
vinte e três de novembro
15.11.14
quem que eu sou?
20.10.14
Sobre precisar.
Precisei ser forte muito além do que o conceito de força machista pode explicar
Precisei ser sensível muito além do que o conceito de feminilidade inventada pode me dizer
Precisei ser determinada muito além do que o conceito de liderança tipicamente masculino pode me dar
Precisei ser paciente muito além do que o conceito de mulher ideal da cultura patriarcal pode me oferecer
Precisei ter fé em mim mesma muito além do que os comerciais da tv tentam me convencer
Precisei desconstruir as ideias sobre outras mulheres muito além do que os ensinamentos antisororidade estão a demonstrar
Precisei entender que meu valor é intrínseco e que vai muito além do que a misoginia tenta me dizer
Precisei erguer minha voz diante de uma injustiça para entender que falsa simetria é mais um não-pensamento que tentam repassar
Precisei gostar de meu corpo e destroçar o "corpo ideal" que a propaganda vem passar
Precisei incluir em minha luta cis, branca e heterossexual as irmãs trans, negras e homo, bi ou não binárias que a opressão tenta esconder
Precisei ter empatia para ajudar quem precisa e gritar feminismo sem me envergonhar
Precisei ter sororidade com a irmã que ainda não desconstruiu quase nada mas ainda está sofrendo, mesmo sem perceber
Eu precisei e preciso do feminismo todos os dias porque tenho por quem e pelo quê lutar
Eu PRECISEI não porque era uma meta pessoal, mas porque é preciso real e profundamente entender
Precisei me fortalecer para começar a fortalecer irmãs que fortalecem outras irmãs para mais ainda fortalecer
Precisei e hoje eu só preciso que percebas, irmã, que também precisas, porque unidas podemos o mundo mudar e melhorar.
17.10.14
Bis - vários bis
Sinto tua falta
Como se me faltasse um dente
Sinto tua falta
Como se me faltasse um pensamento
Eu sinto tua falta. Sinto!
E sei que a minha não sentes
Sinto tua falta
Como se fosse um tormento
Porque tormento não é
Eu que me desprotejo sem pé
Eu que fico na contramão
Eu que bato a vida de ré
E fico no passado
Sem ir ao futuro
Eu que me perco
Te procuro
Te caço no escuro
Sinto tua falta
Como se nunca tivesses te ido
Sinto essa falta descabida
Como se ainda estivesses aqui, me visto, em minha vida
Eu te procurei por aí
Eu te amo e quis
Tô me vendo sorrir
Sem nada, sem porra nenhuma, sem triz
Porque eu sorrio sozinha
Mas sinto tua falta
Eu sou feliz
Mas sinto tua falta
Quis te encontrar
Há dois minutos
Há dois meses, duas semanas
Duas vidas
Mas sem os insultos
Só vida, sorrisos,
Só tu
Só eu
Em vários ou em só um
Bis
11.10.14
28.9.14
Tateando.
Onde está meu sentir que não nas terminações nervosas nas pontas dos dedos? Eu te li, sem querer, percorrendo a vida social no mundo virtual e te senti: eu te senti em falta e em um filete de raiva. Raiva ainda pelos acontecimentos recentes e por saber que nada disso daria certo. Ou daria, caso quiséssemos. E a falta, a falta material que me fazes, teu toque, teu tato, tuas mãos. Onde está meu tato? Onde está a vida que eu pegava com as mãos e que carinhava teu rosto, coberto de palhaçada, coberto de suor, coberto de uma máscara intransponível que nunca me disse exatamente o que eu era. Não é tua boca rosada que me diz o que sou, mas esperei muito tempo que me dissesses algo. E disseste que minha mão tateou a noite, afogou uma estrela e mordeu um retrato de nós dois, uma explosão meteórica de gozo e sorriso e que depois se transformou na depressão cósmica de um choro mufino. Ah, que falta me fazes e foi há exatamente 1 ano que estive na beirada da piscina cheia de folhas secas perto do mundo em que te escondes. E que vi! Vi uma estrela cadente naquele céu que não tinha fim, junto a uma alegria que também não tinha fim. Eu vi a estrela e de tão linda, lagrimei, e pedi: que ficássemos sempre juntos.
Esta estrela cumpriu meu desejo.
Não deixou mais que te fosses de mim.
E mesmo sem tato presente, eu te sinto: tuas mãos me sangram a alma e percorrem as veias, cor vermelha de teus lábios e teu nariz, tua cor, tuas mãos e as marcas em mim que ficaram. Falta tato. Faltam mãos. Falta. Eu te sinto ainda e que diabos! Estou lidando com a saudade do tato.
14.9.14
1.9.14
qualquer dia, amigo, eu volto pra te encontrar.
30.8.14
Passeando
Entre os copos plásticos e mundos, submundos, vastos seres sem identidade, entre corpos sem rostos, meros desconhecidos, ditos "doentes" os que a rua habitam por aqueles que realmente estão doentes, que habitam um mundo individual e solitário... Entre as sombras das árvores e os colchões de quem não tem para onde ir, entre a margem e o rio, entre o raso e o fio, a música e o pensamento, entre nós, entre tranças, entre trancas, entre transas, entre outros... Entre o mundo que cuidamos e as mulheres que protejo, entre os doentes que tratas e as leis que levo, entre a entrada há uma saída, tu entras, eu vivo, sentimos o que há de melhor nos sentires dentro e fora dos mundos e não paramos. Estamos imersos. E que tempo lindo faz aqui agora. Os doentes de todos os tipos veneram a tarde. E não é cedo nem tarde, nem mais tarde, é: exato.
28.8.14
pequeno quase tratado de um autoretrato acerca do amor, da liberdade e de um possível resultado
20.8.14
Sou
Descobri hoje que eu sou eu.
Não sou quem tu pensas que eu sou. Não sou a impressão que tiveste, nem a primeira, nem a segunda, talvez nem a centésima. Não sou tua expectativa. Não sou a mulher de teus sonhos. Tampouco sou a mulher de teus pesadelos. Não sou aquilo que queiras que eu seja. Não sou amável por aquilo que desejas. Não sou efêmera como deveria ter sido. Não sou eterna enquanto durar. Não sou o fantasma que pode ter te habitado. Não sou a sombra que anda ao teu lado. Não sou a fera que um dia te arranhou. Não sou a ferida que um dia me deixaste. Não sou um pedaço de carne. Não sou o teu sexo. Não sou a tua alma. Não sou teu corpo. Não sou tua. Não sou a pegada que deixei em teu caminho. Não sou o caminho. Não sou o amor. Não sou a dor. Não sou o abraço, nem o suspiro, nem o beijo, nem o gozo, nem o cheiro, nem a nuca, nem o nunca. Não sou o que deveria te ser nem o que deveria ter te sido e nem serei o que talvez devesse te ser.
Eu descobri hoje que eu sou apenas eu. Sou provavelmente tudo isso que também não sou. Mas sou tudo, não partes. Sou teu suor mas sou teu descanso, sou teu cansaço mas sou a paz, sou tua raiva mas sou teu sorriso. Uma pessoa só pode ser inteira.
sou a vida inteira em raio de sol e redemoinho. vento grosso, chuva mansa, flor astral e corpo quente.
Hoje descobri que eu sou eu, dona de mim, e não o que tu desejas.
lide com isso do jeito que lhe aprouver.
17.8.14
Meu fantasma.
Tenho um fantasma
Que literalmente anda perto
Um ser de outra vida
E que conheço bem
De uma existência perdida
Meu fantasma não entende
Que ele não me existe mais
Ele não evolui
Ele não quer sair daqui
Então, ele fica por aqui
Enquanto o ignoro
Ele se torna mais forte
E quer me deter
Ele me quer
Agora que o conheço
Olho para ele
E digo com os olhos
"Senhor, vá em paz
Eu nada mais sou
Eu já te fui amor
Talvez
Mas hoje eu sou eu
Não mais aquela"
E ele me transforma em algo
Que desconheço
Essa pessoa cansada
Perdida em devaneios
Fraca de espírito
E com a mente em depressão
Acredito em fantasmas
E há um comigo
O tempo me fez perceber
Mas eu não posso deixá-lo ficar
Assim é dizer a ele que faz parte de mim
Não sou essa
Não sou obsessiva
Não sou
Eu me tenho
Alma sensível
Entrada quebrada
Mas forte
Meu fantasma não é só metafórico
Ele é real
Mas há mais vida aqui
Que no pensamento de outras
Então, eu vou viver
Sem medo.
13.8.14
O que eu entendo.
Se, meu bem, eu tiver que não passar as horas que eu gostaria contigo, eu entenderei. Se eu não puder mais te ver por conta de teu trabalho tão lindo, eu não chorarei. Se eu tiver que suspirar sozinha e torcer baixinho por cada passo teu diante deste mundo traiçoeiro da vida na rua, eu farei. Eu aplaudo todas as coisas lindas que essa trupe faz, que essas mentes fazem, que essas vidas trazem. Eu sou orgulhosa de ti, assim como tantos, assim como muitos.
Mas eu gosto de pensar, ainda, que de alguma forma, meu sorriso difere dos demais. E eu não peço desculpas por isso. Porque tudo o que fomos e talvez ainda sejamos faz com que meu sorriso e minha lágrima me diferenciem de tantos.
Se eu tiver que não fazer mais qualquer intervenção poética abestadística espiritual destínica amorosa, aí já não sei. Eu sou dessas, de falar coisas boas para as pessoas que gosto, afinal, amor dá medo, mas nunca é ruim. E amo esse trabalho que vocês fazem, e se é possível, sim, te amo mais agora do que antes, não que isso mude algo, mas é bom olhar para a pessoa que a gente ama e pensar "foi um bom destino".
Mesmo com o maior dos pesares, com tanta confusão, e se, por esse trabalho lindo - mas só por isso - tu não tens tempo para mim, eu aceito. E continuo torcendo. Sempre.
Hoje sei o quanto a humanidade vale mais, mesmo que isso arrisque um amor.
Obrigada por seres quem és. Obrigada por teres chegado a mim. Obrigada pelo amor. Obrigada por, de alguma maneira, nunca teres ido embora.
Continue(mos). Evoé!
12.8.14
5.8.14
Astro claro.
Minha mão tateou a noite
(E os dias)
Até que uma estrela caiu
(E todo o universo)
Como uma luva
(E lá ficou)
Ainda sou estrela. Astro. Oculta. E óbvia.
30.7.14
1.7.14
destino palhaço.
25.6.14
De mais um episódio das cartas dadas, devolvidas, escondidas e perdidas.
Eu te escondi tão no fundo de algum baú que quando quero te encontrar, apenas afundo num ruído de mar. Parece que não te achar é mais uma brincadeira que o destino me prega, quando se trata de ti. Já fiz duas grandes buscas, mas não. Não acho toda a alma que te escrevi. E essas letras todas, essas coisas todas, fazem eu me revirar, porque é como se houvesse um coração que não para de bater em meio ao quarto, como se esse caos não me deixasse existir direito. O barulho das palavras batendo um coração é às vezes ensurdecedor. A dúvida de onde te enfiei é algo que compromete minha sanidade. Eu não aguentava mais que minha alma estivesse contigo, e resolvi pegá-la de volta. Agora que tudo é um grande mistério, nada me sobra a não ser um milagre dessa alma, que não é mais minha, é tua desde que te dei, ressurja. Para mim, estavas com uma fitinha amarrada em meio a um livro qualquer. Mas agora do jeito que és fugidio deste um nó no laço que me segurava firme ao chão. A cartas continuam gritando, com teclas de máquina de datilografar ecoando, em mais uma noite que perco o sono pensando onde diabos eu te coloquei.
Onde diabos tu estás que não aqui em meu peito?
23.6.14
21.6.14
Outros 365
Foi quando tocou "baby". Faz exatamente, inclusive pela hora, 1 ano. As coisas giravam não de embriaguez, mas de beleza. Tu me giravas, em todas as direções, porque havia sol em todos os lados e eu fui o girassol, a flor de tua lapela naquele dia. Eu fui tudo e toda para ti. Após isto, descobriste meu ser, minha carne e minha alma, do jeito mais solene possível, do jeito em que ainda havia vestes mas o corpo já estava desnudo de tanta descoberta. Sem literalidades, é só uma metáfora. Mas o beijo aquela noite durou uma vida inteira. Dura até hoje. Eu ainda te sinto como se fosse há 1 ano.
"Fecha os olhos. Guarda as mãos. E só sente o beijo".
Fomos assim.
18.6.14
16.6.14
365.
Escreverei estas linhas desacreditadas de não ter feito o que desejava apenas para que nada passe em branco. Em minha mente, não passou. A vida não passou. Faz tanto tempo assim e não faz quase nada que te vi e que te fui apresentada. Eu tinha cabelos longos e estava querendo encontrar um lugar maior que eu, algo que me fizesse enxergar mais longe.
Então, eu saí de casa, num domingo, sozinha, ao encontro do desconhecido. Ao encontro de mim mesma de repente com vários outros que tinham em seus corações um desejo de mudança - que foi descoberto depois por muito poucos. Mas eu saí.
Eu digo que se não fosse essa pequena vontade de mudar o mundo, meu mundo não teria mudado.
Oh, sim. Tanto aconteceu. Tanto chorei. Tanto eu morri. Mas eu não acho que fui menos feliz. Eu fui feliz e ainda sou. Penso nas lembranças e elas me confortam. Não tem como hoje passar em branco.
Eu guardei na bolsa um disco para escutar na vitrola. O disco da Elis Regina que colocava para escutar quando era criança na vitrola daqui que já não presta mais. Eu iria te dar o momento da música que talvez pudesse ter representado aquele momento em que te conheci. "Como nossos pais" diz algo sobre nosso amor de nós dois e algo sobre nosso amor com o mundo mais do que eu imaginava. Eu estava cantarolando dia desses e pensei o quanto seria bom escutar contigo. Para marcar. Para que o dia 16.06 não seja esquecido, daqui a 1, 2, 5, 10 anos.
Amo ainda o que és, porque és o que eu nunca tinha desejado simplesmente por acreditar que não podia existir. Existe, sim. Não está ao meu alcance, eu não estou ao teu, mas amor, eu percebi, que não pensa realmente muito com a razão. É isso e só.
Nada posso fazer. E vou vivendo.
Há exatamente 1 ano, essa hora, eu pensei em ti assim "vai acontecer algo comigo e com ele". Ainda não sabia o quê.
A resposta veio no outro dia, quando te encontrei novamente.
Eu pensei "a gente vai se amar".
Não se sente isso tão facilmente. Eu senti. Eu vivi.
Obrigada por surgir.
Um beijo, bem.
15.6.14
Velha pedra.
He chased me through the rain
'Honey, I'm going your way'
I don't think so
You can chase me through the rain
Scream my name, a childish game
But I love to be young
And honey I was never gonna change
And honey you were never gonna change
But you love, don't you love it that way
Old stone
Ten thousand years and you're still on your own
Don't you love
Don't you love me that way?
And if you swear that you're alright
I'm not gonna try and change your mind
Cause the same name I dream that I lose you I'll fall in love
And oh honey don't let me walk away from this
If I'm trying to fuck up my own life
Then until I figure out why
I think it's best you keep your distance
Lest I fall in love
Old stone
Ten thousands years and you're still on your own
Don't you love
Don't you love me that way?
He chased me through the rain
'Honey I'm going your way'
I don't think so
You can chase me through the rain
Scream my name, a childish game
But I love to be young
(Old stone - Laura Marling)
Leave.
8.6.14
Le plus difficile à traduire l'amour.
Tu es ma pensée la plus confortable et mon vouloir plus incroyable. Tu es ce que je n'aurais pas pu imaginer pour moi et qui allaient et venaient. Tu es ce que je dois laisser aller.
Mas o que eu deveria fazer? Tu es mon amour et je ne sais pas o que eu deveria querer. Mas eu não reclamo. Je chante. Je vis. J'espère. J'aime.
Mesmo que às vezes eu esteja no ar, sem ar. Même si l'amour n'est pas pour moi.
5.6.14
Metodologia de um sentir.
1. O antes.
Antes de te ver novamente este ano, no início do ano, pensei que não ia conseguir parar de sentir falta. Até escrevi que é só virar as costas para a falta já chegar. Senti bastante. Mas em algum momento, a falta passou. É bem verdade que te sufoquei bem, que quase te mato em meu peito, e a falta que sentia foi minha maior falta de ar. Não eras meu ar, mas te suspirar era bom demais.
2. O meio.
Durante o tempo, a falta foi passando. De uma forma que não soube explicar, tampouco me preocupei em explicar, o que normalmente faço e gosto de fazer. Vivi novamente e ensaiei paixões. Não todas carnais, algumas mais literárias, artísticas, sociais, filosóficas. Se queres saber, foi um período incrível. Eu mergulhei em meus mais profundos sonhos, nas mais diversas vontades e fui eu mesma novamente. Essa. Que te escreve.
3. O depois.
Não senti tua falta até quando te li novamente. Não te quis até quando te vi novamente. Não me preocupei com essa paixão sufocada até não conseguir dormir novamente. Não tive mais frio na barriga até esperar por um olhar novamente. Não fiquei nervosa até querer estar contigo novamente.
E isso é tão pouco metafísico, tirando que é tanto. É pouco e muito ao mesmo tempo. Porque meu amor, minha paixão, essa coisa que faz com que eu sinta certa falta de ti, teu corpo, fisicamente, e de tua alma, tua conversa, teu ser, faz com que eu saiba que nunca te terei novamente. E que não quero que seja daquele jeito novamente.
Preciso rir-me sempre e não mereço, deuses, não mereço o antes novamente. Eu quero o depois. Quero.
A falta que não senti me veio como um soco no estômago. Saberei lidar, quando souber. Tratando-se de mim e apesar de tratar-se de ti, de nós, acho que será rápido. Espero que eficaz. Eu sempre aprendo a lidar. Talvez esse texto seja o início do depois.
É, Bem, ressurgiste a partir de um ano novo parece que me trazendo algo novo que já conhecia um tanto, que é tua falta. Isso é coisa boa. Isso é dizer que eu te gosto.
4. A inconclusão.
Li dia desses assim:
"Quando há afinidade, qualquer reencontro retorna a relação, o diálogo, a conversa, o afeto, no exato momento em que foi interrompido".
Talvez a concordância verbal não esteja tão perfeita, mas concordo com o que esse imperfeito disse.
Com açúcar, com afeto,
Da tua
Eu.
3.6.14
Faz um tempo que a profundidade assusta e ando no raso. E faz tempo que só um tem meu amor. Faz tempo que sufoquei. Faz tempo que quase o matei. Mas como um amor deve ser, não morre só porque deve, para nosso conforto, morrer. Morre quando não existe mais. Enquanto ele existe, a gente lida da forma que dá. A profundidade continua assustando e eu continuo andando no raso. Mas dessa vez, eu lido com essa sobrevivência do amor de forma bem melhor.
31.5.14
Estive.
(Estive)
Estive
Em toda suntuosidade do amor, estive
Estive até quando não acreditarias que estivesse
Estive
Só não estive quando não estive mais em mim mesma
Mas estive lá, aqui, estive aí
Estúpida. Infame. Tola. Estive.
E nunca parti.
(Estou)
19.5.14
Voltei para dizer que parei em meio à confusão, suspensa, de repente, naquele mar de cor, de luz e de flor. Ah, seu maldito! Fico-me rindo sozinha a esta hora da madrugada insone só porque eu lembrei o que foi bom. E como foi bom. Era muita cor. Muita luz. Muita flor. Era muita paz. Dois brincando de sorrir. Sinto falta. Que maravilha foi viver assim. Mas tive que parar porque me peguei achando que ainda estava nesse mundo. Ele não me pertence. Não o teu. Talvez meu próprio mundo, aquele que eu mesma (me) inventei. Esse jardim que é todo teu me faz ter saudade e vontade de regar. Ai, amor, ai: o amor. E vai doendo, vai gemendo fraquinho, mansinho, vai se descobrindo, bateu asas no estômago e me desgraçou. Je t'aime, je t'aime, même si vous ne m'aimez pas. Et vous?
Always in my head
- acho que nunca deixei de te amar.
- tu nunca deixaste de amar ninguém.
- e tu sim?
(...)
18.5.14
Ressentir (ou a crônica do "já? Já")
Estou tão absurdamente assim numa hipérbole mesmo sem sentir algo novo que não esperava que fosse ressentir o que já estava esmiuçadamente ressentido. Ressentido. Ressentimento. De onde surgiu essa palavra no padrão que entendemos por mágoa?
Pensando agora eu não sei o que pensar. E gostaria muito de não me preocupar com isso... mas ressentir faz lembrar das coisas boas e esquecer as ruins. Talvez por isso o melhor seja fazer o que estou fazendo, quer dizer, eu virei uma evitadora. Isso não tem me deixado exatamente feliz como a gente acha que aos vinte e poucos anos vai ser. Mas tem me deixado tranquila.
Tudo passa e esse sentir, ressentido, daqui a pouco passa. Durmo e amanhã é outro dia. Como vou me sentir? Sei lá. Tô evitando pensar e deixando o senhor do tempo agir, sempre.
Mas todo aquele vermelho e aquele ardor que há tanto não sentia... É, eu vou ficar pensando e provavelmente vai ser um bom pensamento.
Porque é bem capaz que nada termine mesmo.
Perigoso. Mas é isso.
6.5.14
4.5.14
Que sentir é esse...?
Um sentir de nada.
Um vazio...
Uma saudade que parece que habita aqui mas deixa um espaço enorme.
O que deveria ser não foi.
O que foi ainda continuaria sendo.
É. Eu entendo tua saudade, moço.
Algumas muitas vezes estive desse lado.
E quando quem a gente ama resolve ir embora, a gente faz isso mesmo:
A gente tenta.
Não me acostumo em não tentar.
Felicidade não é dada de mão beijada.
Sinto por estares só.
A gente se sente só e às vezes só quer uma companhia.
Eu me sinto só.
Mas acabo sofrendo um pouquinho só ao invés de deixar me doer muito.
Arranjo um bom livro.
Mesmo fazendo tudo e não achando tempo para sentir saudade, a saudade nos acha e faz com que tenhamos tempo para senti-la.
Eu te entendo.
Não queria que pensasses muito nisso.
Eu não sei se ainda estou com raiva.
Mas por ter sentido o que sentes... eu te entendo. Só te entendo mesmo.
Quem sabe logo tu não ficas bem?
Espero que sim.
O vazio nem sempre passa.
Mas a gente se acostuma em ter esse espaço vazio para quem sabe alguém preencher.
Afinal, o vazio é bom porque qualquer coisa boa pode tomar lugar.
Acredita.
Beijo.
1.5.14
A gente não pensa.
A gente, quando tá com alguém, nunca pensa no que essa pessoa é quando distante. Quer dizer, no fim das contas, por mais linda que ela tenha sido, após o relacionamento terminar, ela vai te ignorar, vai fingir que não existe ou que não foste importante.
De repente, não foste. Mesmo assim, tenho para mim que ignorar uma conversa, um abraço, até mesmo um encontro amigável, é egoísmo demais.
Não lembro de ter tratado nenhum ex-qualquer coisa de maneira ignorante, nunca neguei uma conversa, uma palavra de carinho.
A gente nunca sabe o que foi no coração de uma pessoa, por isso, ela pode estar precisando da TUA palavra naquele momento.
Nunca imaginei que ele fosse me tratar de forma ignorante. Tão igual aos outros.
(Por isso que quando pedia para eu não compará-lo, eu só conseguia pensar "mas como, se já vi isso antes?")
30.4.14
Razbliuto
Lembras que te pedi uma coisa?
Lembras que me falaste que me querias?
Lembras que te falei que não acreditava?
Lembras o que disseste que seria?
Lembras?
Não tenho razões para cobrar qualquer sentimento de qualquer pessoa, nem meus próprios sentimentos são cobrados.
Mas gostaria de te dizer que no mix de raiva e carinho, eu te pedi uma coisa. Eu te pedi: não te afastes.
Lembras que te pedi uma coisa?
Lembras do que me dizias?
Fica pertinho. Fica comigo. Serás feliz.
Eu quis. Eu fiz.
Mas foste.
Não faça isso de novo. Com ninguém. Porque ainda existe essa ingenuidade de acreditar. Eu acreditei, meio não acreditando. Mas quis. Tu lá estavas, falando todas as coisas certas. Como não querer?
Mas se não for para valer... Não fala nada. Assim dói menos a saudade.
Lembras que eu te pedi uma coisa?
É. Quero que lembres.
Para assim, importares-te.
Lembras?
Sei que sim.
24.4.14
Eu conjugo.
Estive correndo com o coração e agora finalmente caminho. Escolhi meu caminho. Sou de meu domínio. Eu me conheço. Eu me esclareço. Eu mereço e aceito o que vier, mas não me engano: eu me crio e me recrio, eu me faço. Eu me encaixo. Eu posso ser o que quiser, e eu me construo, reconstruo, destruo se necessário, eu me conheço. Eu me conheço tanto que sei o que virá. E assim, eu caminho. Eu me domino. Eu me livro. Eu vivo.
23.4.14
gypsy.
21.4.14
Tem sentir e tem sentires aqui e ali.
Tem coisa que acontece tão coisada e tem nós tão enrolados que pensamentos às vezes de arrebentar acontecem. A prisão é tão profunda, a risada é tão profunda, mas o sentir é tão raso, rasinho, que as coisas ruins dão risinho. Tem meu coração que sentiu e sentiu tão bonito, foi tão cuidadoso com o perigo, foi tão bondoso comigo, dizendo para onde ir, como ir e com quem ir, mas ele, coitado, é tão esperançoso que achou que tinha achado. Encontrado um coraçãozinho honesto, era só isso que ele queria... agora ele está tão duvidoso, tão chuvoso, que nem o clima lá fora. E tão distante, querendo perguntar "mas por quê?". Por quê, moço, cê fez isso com meu coração? Tô sendo advogada de meu coração porque ele precisa de uma defesa, ele não aguenta mais isso, não. Por que, moço, cê fez isso? Por que cê disse pro coração que ele poderia gostar do seu? E que era sério mesmo, "de rocha", que cê tava lá para ele? Por que, moço, cê se esconde, cê fica mudo? É medo? Cê disse a verdade? Cê gostou de meu coração mesmo? Como é que muda tão rápido de gostar assim? Cê disse que se sentia bem perto de meu coração... cê disse... ele acreditou.
Tem gostar e tem gostares, tem sentir e tem sentires, tem ir e tem ires... ele foi embora e a moça ficou mais uma vez tristonha. Porque a moça viu e sentiu e acreditou naquele moço que fazia ela se sentir tão bem, tão confortável, tão aprazível. Ela resolveu acreditar bem de pouquinho e quando já tava toda cheia dos gostares... o moço que tinha dito que tudo era tão sério e lindo e importante foi embora... coração ficou miúdo. Moído. Coração não deveria ter gostado tanto, não. Mas gostou, ainda gosta. O moço não quer mais a moça com seu coração duvidoso. A moça não quer mais ninguém.
Tem sentir e tem sentires. A moça, essa moça que vos fala, eu mesma... eu só desisti. Porque cansa acreditar... e depois ver alguém partir.
20.4.14
Acordei tarde, atrasada e perdida. Acordei esperando que alguém viesse me acordar. Acordei sozinha, andei pela casa, senti saudade e deitei novamente. Então, sonhei. Acordei de vez. Lembrei-me das últimas coisas que disseste e não consegui imaginar tua voz falando aquilo. Não consigo te ouvir dizendo aquelas palavras. Tenho vontade de te dizer bom dia. E te dizer como foi o dia. Não meço o tempo do jeito do calendário. Meço a partir de meu sentir. Por isso, ainda sinto saudade, mesmo que no tempo comum já não precisasse. Tu disseste adeus. Goodbye. Au revoir. Adiós. Misturo as línguas porque "adeus" em português é tão forte. Parece que nunca mais te verei. E hoje te vi. Fui à tua casa, em meu sonho. Uma cadelinha linda me recebeu desde à escada. Acordei com saudades. Não sei que dia é hoje. Não sei o que devo fazer. Só sei que meu tempo, nesse momento, está me pregando peças. Tu não queres mais me ver nunca mais? Queria te perguntar isso. Mas não pergunto. Tu disseste adeus, em português mesmo. "Se cuida". Isso não é de quem ainda deseja desejar teu abraço. Sinto tua falta. Ainda sonho de vez em quando. Mas agora acordei... não foi bom.
17.4.14
o que quero falar.
16.4.14
texto escrito em razão de suspiros.
15.4.14
outra oração ao Senhor do tempo.
14.4.14
12.4.14
10.4.14
Magic.
Eu posso chamar isso de mágica.
Eu posso chamar isso de realidade.
De verdade, de verdade.
Porque isso é o que acontece.
Essa vida misturada,
essa vida cantada,
essa pequena poesia que acabou de ser inventada.
Não me incomodo em achar que foi mágica, que foi sorte, ou que foi destino.
O que sei é que é real.
Eu te olho e sei.
Estou ainda com medo. Estamos.
Fez mês hoje. Entendo nosso receio.
Mas pega em minha mão que passa.
E vem sempre a mágica.
I call it magic.
I call it true.
6.4.14
Oração ao senhor do tempo sobre o medo, um futuro, um sentir e o querer.
Se for algo para ser, senhor do tempo, dai-me sabedoria e paciência para ver que será. Desejo que seja, mesmo que já esteja sendo. Deixo gerundiar esse brotozinho de sentir que é. E já é bonito, já é tão bom. Agora, senhor do tempo, eu só te peço me cuida, guarda-me na serenidade necessária para um futuro sorriso de dois. Se for um sorriso sincero, deixa-me ser cativada, dai-me leveza para tratar de meus medos e que seja bom. Que seja bom sempre como já está sendo. Senhor do tempo, eu me resigno diante de ti, pois sei, por experiência própria, que te aceitar é o que me faz feliz, e entenderei o que não for para ser se assim não for.
Mas tenho que te contar, senhor do tempo, que neste pouco período já é tanta coisa...
Obrigada por me respeitar e me entender tanto, e me presentear com algo tão lindo.
Amém.
30.3.14
Lado.
Brincando tanto de ser eu
Descobrindo quem és tu
E nessa ciranda de olhar
Olho-te, fito-te, reaprendo a sonhar
O mundo andou indo para lá
E se fez de mim tão distante
Eu me dessenti, eu me perdi
Furei os passos adiante
Então fiz um esforço
Voltar a ser quem se é demora
Não me sinto mais confusa
Sei bem novamente quem sou agora
Eu acabei descobrindo um pouco de ti em mim
Um pouco de um monte de sim
Não te dimensionei, não te medi
Não te surrealizei, nem te menti
Apenas vi muito de mim em ti
Fui brincando de nada descobrir
Mas eu me descobri aí
Por entre as cobertas do sentir
Cada vez que me vejo
E te vejo
E nos vejo
Eu me deixo mais ser eu mesma em ti
17.3.14
entre verdades.
22.2.14
29.1.14
Admito e sem eufemismos que tu és a saudade mais desgraçada que já senti de alguém, e de saudade entendo bem. E quanto mais acabo conhecendo dessa vida passada e agora novamente presente, acabo entendendo mais ainda o quanto me enganei. Fui enganada por nós dois. Mas não te culpo tanto porque talvez também tenhas enganado a si próprio. No fim, cá estou pensando, de novo, em quanto she's so pretty, e ela pertence ao mesmo mundo zodiacal que eu e foi tão ruim pensar agora que sou só um espelho de tua vida que tinha passado antes de mim... eu fui tão eu contigo, em todos os sentidos da palavra, tão livre, tão o que não consigo não ser... e ainda assim não fui suficiente. A saudade que deixaste foi tão absurda que não consigo pensar em te ver porque ao dar as costas, ela renasce. No momento em que fico longe de ti, ela aparece. Foi subir as escadas e querer voltar para o abraço não dado. Tudo errado. Tudo errado.
E de saudade eu entendo...
28.1.14
25.1.14
15.1.14
Leio-te e sorrio-me
Conto histórias e conto dias
Contei contigo e descontaste tudo aquilo que jamais me contarias
Até de tua mais suja traição, encontro poesia
E então finalmente posso dormir em paz
Durmo-me e sonho-te
Quando tudo era sonho e minha realidade
Escondo-me e achas-me
Sem querer, ainda me persegues
É difícil te esquecer, mas tudo está entregue
E então descanso
Há quanto tempo não estou leve assim? Elevo-me e renasço-me mais uma vez
E te juro:
Nunca mais me deixarei morrer como morri por ti novamente
A poesia é meu refúgio
E sou poeta de dizer coisinhas
Sou poeta
Estou sozinha
Mas sou poeta
7.1.14
Café da manhã
O relógio marca quase 2 da tarde e por ter sentido cheiro de pão na chapa na vizinha, lembrei teu próprio cheiro. Não sei qual associação meu cérebro fez, mas acabei por concluir que teu cheiro lembra pão quentinho. Um conforto sem fim de um café da manhã deixado na cama e de risadas infinitas numa manhã, bem cedinho, como se fosse a coisa mais comum do mundo.
Nem me lembrava mais do cheiro que me fascinou o olfato e que combinou tanto com o meu. Diferente do cheiro inebriante que um dia achei que tive, teu cheiro acabou sendo lembrado sem querer da maneira mais tranquila e pacífica que poderia imaginar, e que já vivi.
Tens cheiro da manhã, como numa manhã de domingo, quando Belém fica ainda mais cheirosa de tanta gente bonita, de tanto arraial circulando, de tanta vida passando.
Foi uma boa sensação relembrar isso tudo.