31.12.13

2014. Sem rima. Só novo.

VIDA.

que a primeira palavra de 2014 lida seja a vida que se precisa para  continuar vivendo.

que haja luz. amor. carinho. saudade. magia. encontro. reencontro.

como diria o poeta. ah! e poesia, música, dança, palhaçada, sorriso, teatro, arte, livro, olhar.

que o amor nos (re)encontre  ali na esquina.

Vida. Vivi. Vivo.
Viva de novo.

Viva 2014!

Ps: para ti, o qual meus silêncios são quebrados.

29.12.13

Sabes o que és para mim.

Hoje percebi que por mais que eu deseje controlar minhas emoções e o tempo, eu não consigo. O ano vai acabar e tudo já acabou faz um tempo.

Mas eu só queria dizer que meus silêncios gritam muito longe e não conseguem ficar mudos.

Eu te amo. E te quero bem.

Meus silêncios me doem no peito e por um instante eu te quis novamente como antes. Mas o que preciso mesmo é calar.

Silêncio. Como num dia em frente ao mar. A amar.

"Tudo há de dar certo. Há de dar".

Feliz ano novo, amor.

Da tua
Eu.

27.12.13

Rebobina e avança.

Lembra que antes do choro, era apenas uma lágrima. Antes da lágrima, apenas um suspiro. Antes, um não poder. Antes, uma vontade.  Antes, a lembrança. Antes de lembrar, um pensamento. Antes de pensar, era um fato. Antes, a vida passando. Antes, um sorriso. Antes, tudo era comum.

Mas isso era antes, quando não havia tanta coisa, apenas o comum.

Não voltemos ao antes, mas que façamos um novo depois.

18.12.13

Black dog girl

Respira.

Pinga tua água do fundo do copo e determina.

Sua teu sangue da ponta do dedo e fascina.

Facínora.

Pega da tua a vida que é una, joga-te e recria, peste lenta que me segura, seca a alma num lenço que me faz impura.

Sem saúde. Sem saudade do que sou. Sem vontade de ser.

Cretina.

Engole teu choro, engole teu cheiro de enxofre, esquece esse charme maciço, e te alimenta, mas não come gente, alimenta-te, explode, exuma, renasce!

Prega tua lágrima no portão que te largou para fora como um ser que nunca existiu tão profundamente como se sentia, e se dizia, e se cabia e engata.

Vadia.

Desgraçada.

Maldita.

Posso te chamar de todos os nomes que eu quiser e ainda assim ganharás todas as batalhas.

Sai de meus pesadelos e pensamentos, resfria teu mundo para lá, deixa-me ser o que devo ser, tira tuas patas imundas de cima de meu corpo.

Cai. Vai. Sai!

Sua cadela, dá vertigem, sai fuligem, fico em crise, rotaciono, eu me mato mais um pouco e escureço, enquanto tu te ris de mim, como alguém que mais uma vez ganhou uma batalha.

Assassina.

Menina. Dançarina.

Não me nina.

Só me ensina.


17.12.13

Em minhas andanças, reconheço todos os lugares. Passamos em todos. Estivemos em tudo. Sonho, acordo e acabou o mundo. Mudo.

15.12.13

Febril.

A febre traz a falta da mão que toca para senti-la. Fora isso, nada mais.

Foi um sopro de vida, sem ardência nos olhos, uma alma perdida que se interessou pela lida.

Diária. Sem tempo. Definhando. Sem remédio.

Não deu. Febre tomou conta. Agora o que a febre tem é somente a quentura. E a fria realidade de que não será medida.

Mas a alma não está ressentida.

Ela entende. Sem febre, sem culpa. Tudo bem. Sente apenas a falta, a falta da mão que sentia, media e carinhava.

Às vezes, a pílula não faz efeito. O desfeito... bem, a gente conserta sozinho o desfeito.

12.12.13

A incerteza da certeza

Ter que te colocar junto a outros que passaram e são passado é quase contra a moral do que senti por ti. Pelo simples fato de que foste algo a mais, não sei exatamente o quê, mas foste. Não gostaria de te misturar com eles, porque não parece ser o local certo para te colocar.  Porém, ter que construir um lugar só para ti seria exaustivo. Na atual situação, seria extrema loucura eu me dispor a te guardar sozinho num lugar em que ninguém mais está.

Foste algo a mais, não sei o quê, mas foste, e me sinto um pouco má ao te colocar com uns e outros que não sei como ainda estão, talvez seja por mera lembrança, já que algumas coisas o cérebro guarda. Não estás mais onde costumavas ficar quando havíamos nós dois. Agora estamos cada um por si.

Ainda não sei onde te colocar, a situação é muito complicada, mas tudo deve se ajeitar. Talvez tu fiques lá com todo mundo, talvez eu faça sem querer um lugar para ti, talvez eu tenha outras respostas durante o tempo. Talvez, talvez. Não tô achando ruim esse não saber.

Talvez seja esse o último desabafo que faço aqui sobre ti, sobre nós, por conta dessa confusão de locais em mim mesma.

Talvez é isso. As coisas se resolvem naturalmente. Não sei onde estás ainda. Talvez nunca saiba. Talvez não te guarde. Talvez.

5.12.13

sobre uma sensação.

Hoje acordei com uma sensação de fim. Quando mais nova, costumava ter sensações que quase sempre indicavam algum mau presságio, mesmo que fosse pequeno. Lembro uma vez, voltando da escola, ao qual passava caminhando pelo posto perto de meu conjunto, quando um súbito pensamento tomou conta de mim, como se eu tivesse penetrado em um campo invisível de sonho e previsão. Pareceu que eu tinha saído de mim mesma e enxergado a discussão que teria no futuro.

Houve outra vez, mais recente, há uns 2 anos. A situação era que eu tinha passado por coisas muito ruins nos dias anteriores e estava um pouco abatida. Enquanto voltava para casa, de carona com alguém que gostei muito, um carro ao lado do que estávamos, que tinha 2 ou 3 homens, não recordo, parou e os homens começaram a mexer comigo. Eu fiquei nesse estado de sonho e previsão novamente e não escutei direito o que eles falaram, mas eram coisas tipo essas "cantadas" nojentas de rua. Eles não se "intimidaram" ao ver que eu estava acompanhada. Na hora, lagrimei e disse, em voz alta, como se estivesse conversando comigo mesma após ter voltado de um transe: "Algo horrível vai acontecer". E por mais que a voz exterior de quem eu gostasse muito dissesse que nada de ruim ia acontecer, dias depois, aconteceu. Fiquei de luto por meses a fio, devido ao acontecido, que foi uma decepção muito grande.

Tenho inúmeras histórias sobre "deja vus" e coisas estranhas e mais ou menos sobrenaturais que me aconteceram e acontecem. Talvez eu precise rezar ao meu anjo da guarda, como disse minha mãe, talvez eu deva me concentrar em fazer outras coisas, como dizem alguns amigos, talvez eu deva esquecer as coisas ruins.

A verdade é que hoje acordei com uma sensação de fim. Como se algo muito ruim e iminente fosse acontecer. Chorei o dia todo. Em um momento, enquanto estava aguardando audiência e fui ao banheiro, comecei a chorar como se eu só precisasse me esconder para começar. As lágrimas saíram quentes. Por um instante, elas próprias pareceram me consolar.

Estou absurdamente triste com alguns acontecimentos dos últimos tempos, dos últimos 20 dias. Quem me conhece, sabe. E sabe também o quanto eu sofro com algumas coisas que são mais fáceis para outras pessoas. Quis escrever isso aqui, que sei que é muito, mas muito íntimo mesmo, para tentar tirar um pouco desse peso de meu coração.

Sei que as coisas passam, assim como passaram na época que citei aí em cima, sobre a "decepção muito grande". Mas enquanto ainda não passaram, fico de um jeito como se todos os dias houvesse uma contagem de horas - de quando acordo até quando vou conseguir dormir - para que eu possa descansar novamente. O cansaço mental me piora. Ando exausta. Exausta. Digo a vocês, acho que nem todos tiveram o desprazer de passar por isso e espero que não tenham, ter que desamar alguém é umas das tarefas mais exaustivas para a alma humana. Para quem não acredita em alma, talvez seja exaustivo em algum outro lugar qualquer, mas é exaustivo.

Soube ainda que o caminho que já devia ter trilhado, para sair da exaustão e da saudade, já foi trilhado por ele, que tento desamar. Não sei ao certo, mas acabo por ter quase-certezas que me enfraquecem o coração mais um pouquinho, todo o dia, mas que acabam me dando certa força para que não faça nenhuma besteira, nada de errado, para que não o busque quando sei que não devo buscar. Ele era um bom caminho, um bom amor, e agora é uma longa saudade de dias que vivi e de dias que iria viver. Não acho que ele pense assim de mim. Foi bom e foi isso. Tanto é que ele refez seu caminho e, por amá-lo, espero que ele seja feliz do jeito que gostaria de ter participado.

Essa sensação de fim talvez tenha muito a ver com o luto (o amor vai definhando) que estou passando e peço aos céus que passe logo para que eu pare de estar fraca e exausta. Em vários outros momentos de sensação de fim, eu estava mal também. Essa sensação de hoje parece ter sido a mais forte que senti, mas acho também que deve ser pela responsabilidade que todo o adulto se impõe. Quando a gente é adulto, a gente tende a dar mais importância às coisas, nem sempre importantes. Mas essa é. Desamar alguém dói em um lugar que não conseguimos alcançar, para poder retirar a dor. E é isso que mais me agonia. Não saber onde está e não poder fazer nada.

Vamos ver o que acontece a seguir...