25.10.13

quero escrever e não apagar, para ao mesmo tempo demonstrar e tentar não corar.
mas não sei se consigo, por tanto tempo, quanto tempo deixar?
eu quis muito te dizer, para qualquer hora que quiseres ler:
eu te.

(13.10.13)

22.10.13


feliz me faço em fazer um quatro
onde foi ontem que ouvi um boato
aquele que antes me assustou um bocado
mas que marcou quando mostrou seu recado:

durante o tempo que deu-se o traçado
nada se prometeu sob nuance de passado
viveu-se o presente que vimos de assalto
porque em quatro não vivemos o vago

nós temos nós mesmos sem maiores sobressaltos.

21.10.13

autoanálise

analisa-te.
e não te envergonha.
mais uma vez, reza tua prece baixinha.
e te imperativa,
mais como conselho que ordem.
fica na frente do espelho,
em confronto, sozinha.
pensa em tanta coisa, como de costume,
passa por tudo isso mais uma vez.

e aí vais lembrar de tudo:
das coisas feias que fizeste,
quando não sabias o que era feio e bonito.
das mentiras que contaste,
quando não podias mostrar a verdade.
e das coisas feias que te fizeram,
quando tudo era tão confuso.
e as marcas que ficaram.
as cicatrizes que ainda sangram.
as lembranças que não consegues superar.
as vidas que não se podem esquecer.
lembra e te chora pelo rosto novamente,
talvez aconteça.

mas te enxerga no hoje:
tu não és mais o que eras antes.
és amada e assim tu tens que te deixar em paz.
pelo amor de deus, criatura, deixa-te em paz!

hoje és tudo o que as marcas te fizeram,
mas entende que as marcas não são tu inteira.
respira fundo, vai e te entrega.
e te deixa viver e sorrir.

vai.
eu (me) aconselho.