31.12.13

2014. Sem rima. Só novo.

VIDA.

que a primeira palavra de 2014 lida seja a vida que se precisa para  continuar vivendo.

que haja luz. amor. carinho. saudade. magia. encontro. reencontro.

como diria o poeta. ah! e poesia, música, dança, palhaçada, sorriso, teatro, arte, livro, olhar.

que o amor nos (re)encontre  ali na esquina.

Vida. Vivi. Vivo.
Viva de novo.

Viva 2014!

Ps: para ti, o qual meus silêncios são quebrados.

29.12.13

Sabes o que és para mim.

Hoje percebi que por mais que eu deseje controlar minhas emoções e o tempo, eu não consigo. O ano vai acabar e tudo já acabou faz um tempo.

Mas eu só queria dizer que meus silêncios gritam muito longe e não conseguem ficar mudos.

Eu te amo. E te quero bem.

Meus silêncios me doem no peito e por um instante eu te quis novamente como antes. Mas o que preciso mesmo é calar.

Silêncio. Como num dia em frente ao mar. A amar.

"Tudo há de dar certo. Há de dar".

Feliz ano novo, amor.

Da tua
Eu.

27.12.13

Rebobina e avança.

Lembra que antes do choro, era apenas uma lágrima. Antes da lágrima, apenas um suspiro. Antes, um não poder. Antes, uma vontade.  Antes, a lembrança. Antes de lembrar, um pensamento. Antes de pensar, era um fato. Antes, a vida passando. Antes, um sorriso. Antes, tudo era comum.

Mas isso era antes, quando não havia tanta coisa, apenas o comum.

Não voltemos ao antes, mas que façamos um novo depois.

18.12.13

Black dog girl

Respira.

Pinga tua água do fundo do copo e determina.

Sua teu sangue da ponta do dedo e fascina.

Facínora.

Pega da tua a vida que é una, joga-te e recria, peste lenta que me segura, seca a alma num lenço que me faz impura.

Sem saúde. Sem saudade do que sou. Sem vontade de ser.

Cretina.

Engole teu choro, engole teu cheiro de enxofre, esquece esse charme maciço, e te alimenta, mas não come gente, alimenta-te, explode, exuma, renasce!

Prega tua lágrima no portão que te largou para fora como um ser que nunca existiu tão profundamente como se sentia, e se dizia, e se cabia e engata.

Vadia.

Desgraçada.

Maldita.

Posso te chamar de todos os nomes que eu quiser e ainda assim ganharás todas as batalhas.

Sai de meus pesadelos e pensamentos, resfria teu mundo para lá, deixa-me ser o que devo ser, tira tuas patas imundas de cima de meu corpo.

Cai. Vai. Sai!

Sua cadela, dá vertigem, sai fuligem, fico em crise, rotaciono, eu me mato mais um pouco e escureço, enquanto tu te ris de mim, como alguém que mais uma vez ganhou uma batalha.

Assassina.

Menina. Dançarina.

Não me nina.

Só me ensina.


17.12.13

Em minhas andanças, reconheço todos os lugares. Passamos em todos. Estivemos em tudo. Sonho, acordo e acabou o mundo. Mudo.

15.12.13

Febril.

A febre traz a falta da mão que toca para senti-la. Fora isso, nada mais.

Foi um sopro de vida, sem ardência nos olhos, uma alma perdida que se interessou pela lida.

Diária. Sem tempo. Definhando. Sem remédio.

Não deu. Febre tomou conta. Agora o que a febre tem é somente a quentura. E a fria realidade de que não será medida.

Mas a alma não está ressentida.

Ela entende. Sem febre, sem culpa. Tudo bem. Sente apenas a falta, a falta da mão que sentia, media e carinhava.

Às vezes, a pílula não faz efeito. O desfeito... bem, a gente conserta sozinho o desfeito.

12.12.13

A incerteza da certeza

Ter que te colocar junto a outros que passaram e são passado é quase contra a moral do que senti por ti. Pelo simples fato de que foste algo a mais, não sei exatamente o quê, mas foste. Não gostaria de te misturar com eles, porque não parece ser o local certo para te colocar.  Porém, ter que construir um lugar só para ti seria exaustivo. Na atual situação, seria extrema loucura eu me dispor a te guardar sozinho num lugar em que ninguém mais está.

Foste algo a mais, não sei o quê, mas foste, e me sinto um pouco má ao te colocar com uns e outros que não sei como ainda estão, talvez seja por mera lembrança, já que algumas coisas o cérebro guarda. Não estás mais onde costumavas ficar quando havíamos nós dois. Agora estamos cada um por si.

Ainda não sei onde te colocar, a situação é muito complicada, mas tudo deve se ajeitar. Talvez tu fiques lá com todo mundo, talvez eu faça sem querer um lugar para ti, talvez eu tenha outras respostas durante o tempo. Talvez, talvez. Não tô achando ruim esse não saber.

Talvez seja esse o último desabafo que faço aqui sobre ti, sobre nós, por conta dessa confusão de locais em mim mesma.

Talvez é isso. As coisas se resolvem naturalmente. Não sei onde estás ainda. Talvez nunca saiba. Talvez não te guarde. Talvez.

5.12.13

sobre uma sensação.

Hoje acordei com uma sensação de fim. Quando mais nova, costumava ter sensações que quase sempre indicavam algum mau presságio, mesmo que fosse pequeno. Lembro uma vez, voltando da escola, ao qual passava caminhando pelo posto perto de meu conjunto, quando um súbito pensamento tomou conta de mim, como se eu tivesse penetrado em um campo invisível de sonho e previsão. Pareceu que eu tinha saído de mim mesma e enxergado a discussão que teria no futuro.

Houve outra vez, mais recente, há uns 2 anos. A situação era que eu tinha passado por coisas muito ruins nos dias anteriores e estava um pouco abatida. Enquanto voltava para casa, de carona com alguém que gostei muito, um carro ao lado do que estávamos, que tinha 2 ou 3 homens, não recordo, parou e os homens começaram a mexer comigo. Eu fiquei nesse estado de sonho e previsão novamente e não escutei direito o que eles falaram, mas eram coisas tipo essas "cantadas" nojentas de rua. Eles não se "intimidaram" ao ver que eu estava acompanhada. Na hora, lagrimei e disse, em voz alta, como se estivesse conversando comigo mesma após ter voltado de um transe: "Algo horrível vai acontecer". E por mais que a voz exterior de quem eu gostasse muito dissesse que nada de ruim ia acontecer, dias depois, aconteceu. Fiquei de luto por meses a fio, devido ao acontecido, que foi uma decepção muito grande.

Tenho inúmeras histórias sobre "deja vus" e coisas estranhas e mais ou menos sobrenaturais que me aconteceram e acontecem. Talvez eu precise rezar ao meu anjo da guarda, como disse minha mãe, talvez eu deva me concentrar em fazer outras coisas, como dizem alguns amigos, talvez eu deva esquecer as coisas ruins.

A verdade é que hoje acordei com uma sensação de fim. Como se algo muito ruim e iminente fosse acontecer. Chorei o dia todo. Em um momento, enquanto estava aguardando audiência e fui ao banheiro, comecei a chorar como se eu só precisasse me esconder para começar. As lágrimas saíram quentes. Por um instante, elas próprias pareceram me consolar.

Estou absurdamente triste com alguns acontecimentos dos últimos tempos, dos últimos 20 dias. Quem me conhece, sabe. E sabe também o quanto eu sofro com algumas coisas que são mais fáceis para outras pessoas. Quis escrever isso aqui, que sei que é muito, mas muito íntimo mesmo, para tentar tirar um pouco desse peso de meu coração.

Sei que as coisas passam, assim como passaram na época que citei aí em cima, sobre a "decepção muito grande". Mas enquanto ainda não passaram, fico de um jeito como se todos os dias houvesse uma contagem de horas - de quando acordo até quando vou conseguir dormir - para que eu possa descansar novamente. O cansaço mental me piora. Ando exausta. Exausta. Digo a vocês, acho que nem todos tiveram o desprazer de passar por isso e espero que não tenham, ter que desamar alguém é umas das tarefas mais exaustivas para a alma humana. Para quem não acredita em alma, talvez seja exaustivo em algum outro lugar qualquer, mas é exaustivo.

Soube ainda que o caminho que já devia ter trilhado, para sair da exaustão e da saudade, já foi trilhado por ele, que tento desamar. Não sei ao certo, mas acabo por ter quase-certezas que me enfraquecem o coração mais um pouquinho, todo o dia, mas que acabam me dando certa força para que não faça nenhuma besteira, nada de errado, para que não o busque quando sei que não devo buscar. Ele era um bom caminho, um bom amor, e agora é uma longa saudade de dias que vivi e de dias que iria viver. Não acho que ele pense assim de mim. Foi bom e foi isso. Tanto é que ele refez seu caminho e, por amá-lo, espero que ele seja feliz do jeito que gostaria de ter participado.

Essa sensação de fim talvez tenha muito a ver com o luto (o amor vai definhando) que estou passando e peço aos céus que passe logo para que eu pare de estar fraca e exausta. Em vários outros momentos de sensação de fim, eu estava mal também. Essa sensação de hoje parece ter sido a mais forte que senti, mas acho também que deve ser pela responsabilidade que todo o adulto se impõe. Quando a gente é adulto, a gente tende a dar mais importância às coisas, nem sempre importantes. Mas essa é. Desamar alguém dói em um lugar que não conseguimos alcançar, para poder retirar a dor. E é isso que mais me agonia. Não saber onde está e não poder fazer nada.

Vamos ver o que acontece a seguir...

27.11.13

Poema do São Louco Amor

E eis que não posso sinceramente dizer
Que eu realmente faço o que deveria fazer
Que a poeira baixa e a vida roda mundo
Só não posso dizer porque o são é um pouco louco sem fundo

Que é santo ninguém duvida
Mas não é louco, isto é exceção
Não fosse o vai e vem da vida
O amor não teria uma ereção

Em todo caso, fundo-me no raso de exclamar suspirando "aaah, saudade!"
Porque só isso não basta para explicar tanta sanidade
Mas de repente me basta para infringir: um semicrime não confesso
Onde sou vítima e culpada por não conseguir realizar o que me peço

Que eu mesma me perdoe dessa louca saudade e ampla vontade
De te chegar aí o grito, o afoito grito de pequenina esperança
Essa coisa incolor que ruge do peito e despedaça toda a maldade
Minha falta de ar ao pensar na distância e de como o impedimento me cansa

Eu não penso em mais nada porque agora não desejo mais nada
Somente nessa loucura tão sã de saudade de te amar
E de poder agarrar nos braços e na boca a vida que me deste abençoada
E a bênção veio de onde menos esperávamos: de nós mesmos durante nosso caminhar.

(escrito em 26.11.13, quando a saudade não conseguia mais ficar quieta)

25.11.13

arrependimentos, amor, vida e o que vale a pena

existe uma música da Beth Orton (minha cantora preferida) que fala assim: "what are regrets? they're just lessons we haven't learned yet". em bom português, o que Beth quer dizer é: "o que são pesares? são apenas lições que nós ainda não aprendemos". fui buscar o significado de regrets na internet e achei o seguinte:

regret-substantivo
pesar
regretgriefsorrowsadnesschagrinpain
remorso
remorseregretcompunctiontwingeworm
tristeza
sadnesssorrowgriefgloomregretmourning
mágoa
hurtsorrowheartachegriefregretpain
arrependimento
repentanceregretpenitenceruesorriness
desgosto
disgustheartbreakdistastechagrindispleasureregret
desapontamento
disappointmentletdownregretchagrin
sentimento

em todos os níveis de traduções, é o que sinto. estou arrependida, principalmente, de não ter agido como gente grande quando mais precisei, quando mais precisei entender que a vida está muito longe de ser o que as músicas românticas e filmes de amor falam. a vida está muito longe de ser amor.

em todo o caso, eu sinto extremamente o amor. e em verdade, pela primeira vez em muitos, muitos anos, eu me senti amada. até interroguei, certa vez, na maior inocência do mundo: "então é isso que é se sentir amada?". era. era aquilo, sim.

e o que vale a pena?

não há mais esperança em ter de volta o que se tinha e ainda tenho uma pitada de esperança no que se diz respeito a futuro. ainda há certa esperança em meu coração que se tenha o que ainda se pode ter... é um desejo, na verdade. mais do que uma esperança. no fundo, acho que sei que não haverá uma mudança de ideia, não haverá um desafogar de mágoas, e não haverá mais o abraço que sinto falta na pele, no corpo.

no dia em que o fim aconteceu, eu lembrei de um episódio de grey's anatomy (minha série favorita - junto a friends), em que a narração dizia o seguinte:

Supomos que as mudanças sérias das nossas vidas ocorrem lentamente, com o passar do tempo. Mas não é verdade. As coisas grandes acontecem num instante. 

bastou isso, naquele momento, para mim. porque eu realmente pensei que a mudança séria que viria a ocorrer seria uma reconstrução, seria o momento em que tudo iria ficar bem, mas não. foi uma frase. um segundo. e tudo mudou.

ainda estou triste, mas sei que tudo irá passar. sei porque já passei por isso. sei quais são os passos da cura.

mas não queria me curar desse jeito. tudo o que queria era o abraço. aliás, a música nothing comes easily diz exatamente o que quero dizer:

Nothing comes easily
Where do I begin?
Nothing can bring me peace
I've lost everything
I just want to feel your embrace

é uma música realmente muito brutal e que toca em algum momento de grey's também que não lembro o qual. mas não consigo mais encontrar qualquer coisa que faça com que eu diga como me sinto. nada vem facilmente. e eu somente queria sentir teu abraço.

termino estas linhas apenas dizendo que mesmo não querendo levantar da cama, em algum momento vou dizer que nem a Izzie disse no primeiro episódio da terceira temporada, enquanto rolava a narração:

Narração: Time flies. Time waits for no man. Time heals all wounds. All any of us wants is more time. Time to stand up. Time to grow up. Time to let go. Time.

Izzie: I'm ready.



então, eu espero me lembrar do que vale a pena.

20.11.13

perdão, erros, tropeços e o que vale a pena

quando o mundo parece ter caído sobre sua cabeça, você tem muitas opções de reação. no momento imediatamente seguinte à queda, age-se de forma impulsiva e de coração. mas quando a poeira baixa, a razão começa a funcionar melhor. não que se tenha que esquecer todo o coração, nem se deve fazer isso. mas pensar de "cabeça quente" é a pior coisa que se pode acontecer nessas situações.

já vivi muitos baques, que eram amplamente esperados. mas quando eu vivi um que jamais esperei, eu não pude fazer muita coisa além do óbvio que seria ficar com raiva.

primeiro porque não era, nem nunca vai ser, justo. não foi justo eu ter passado por algo tão absurdamente ruim, nem é justo ainda eu continuar mal por isso. a gente se sente mal e triste e cheio de mágoa, mas quem consegue tirar boas experiências do que de amor nada tem é porque entende que passa. que vai passar. porque as pessoas são pessoas. são humanos. e, particularmente, eu entendo bem o que é fazer algo errado, sem querer. sem medir as consequências. eu já fiz. eu já vivi.

passando por vidas entrelaçadas do que me fez tão mal, eu fico lembrando de como me fez tão bem também. da falta que sinto, da alma cheia de amor que tem para dar, mesmo que não se faça isso da maneira mais adequada sempre. eu acabo percebendo que a vida não é feita de "sempre" nem de "nunca". a vida é feita do que é feita, nem tudo é para sempre e não é bom dizer nunca. a vida é feita de todos os erros que cometemos e tomamos para nós mesmos, de todos os acertos e sorrisos que proporcionamos a quem amamos.

ainda, por estar magoada, não consigo enxergar as boas experiências que acontecem longe de mim como boas experiências. em verdade, acabo sentindo inveja de quem pode participar dessa vida que não me pertence e que eu queria pertencer tão próximo, tão ativamente. sinto inveja desses sorrisos porque sei que seria feliz também. sinto inveja de quem consegue um tempo em uma agenda tão atribulada e que consegue jantar contigo no meio da semana. não sinto ciúme, talvez só um pouquinho, mas, sim, inveja.

porque não é justo. eu precisava daquilo. eu. eu precisei tantas vezes e tive que me virar sozinha. eu chorei única e exclusivamente com saudades do meu abraço e do meu beijo. então, eu sinto inveja de quem tem esse sorriso por inteiro.

talvez, só talvez, eu esteja escrevendo tudo isso porque quero me libertar dessa mágoa, o sentimento que menos gosto que fique em mim. ou porque eu quero dizer que entendo tudo isso, apesar da evidência de que não é fácil entender. apesar dos erros que cometemos, todos merecemos ser escutados, entendidos e, se for possível, desculpados.

fico somando em minha cabeça as muitas possibilidades de viver minha vida e deixar tudo isso para lá, e viver sozinha bem de novo como costumei viver. e aí vejo o quanto de maravilhoso vivi acompanhada por alguém que valeu a pena todo o detalhe, toda a minúcia, toda a paciência... 

se ontem eu não tive vontade de chorar, hoje quero chorar o dia todo, por parecer estar realmente me libertando do que é ruim. e isso dói.

a gente erra. muito feio às vezes. não tiro e não tirarei tua culpa por tudo o que sofri e ainda estou sofrendo. dói a alma, o corpo, dói. porém, após ter posto na balança, estou mais na tendência de que eu ainda te quero. de que pode dar certo. de que dava certo antes de ter dado errado. e eu sinto tua falta.

ainda sinto. tanto. tanto.

que os céus não caiam mais em minha cabeça, mas me deem sabedoria para que eu possa me libertar dos sentimentos ruins e que eu tenha forças para realmente perdoar. porque, caramba, só eu sei o quanto vale a pena.

AXÉ.

25.10.13

quero escrever e não apagar, para ao mesmo tempo demonstrar e tentar não corar.
mas não sei se consigo, por tanto tempo, quanto tempo deixar?
eu quis muito te dizer, para qualquer hora que quiseres ler:
eu te.

(13.10.13)

22.10.13


feliz me faço em fazer um quatro
onde foi ontem que ouvi um boato
aquele que antes me assustou um bocado
mas que marcou quando mostrou seu recado:

durante o tempo que deu-se o traçado
nada se prometeu sob nuance de passado
viveu-se o presente que vimos de assalto
porque em quatro não vivemos o vago

nós temos nós mesmos sem maiores sobressaltos.

21.10.13

autoanálise

analisa-te.
e não te envergonha.
mais uma vez, reza tua prece baixinha.
e te imperativa,
mais como conselho que ordem.
fica na frente do espelho,
em confronto, sozinha.
pensa em tanta coisa, como de costume,
passa por tudo isso mais uma vez.

e aí vais lembrar de tudo:
das coisas feias que fizeste,
quando não sabias o que era feio e bonito.
das mentiras que contaste,
quando não podias mostrar a verdade.
e das coisas feias que te fizeram,
quando tudo era tão confuso.
e as marcas que ficaram.
as cicatrizes que ainda sangram.
as lembranças que não consegues superar.
as vidas que não se podem esquecer.
lembra e te chora pelo rosto novamente,
talvez aconteça.

mas te enxerga no hoje:
tu não és mais o que eras antes.
és amada e assim tu tens que te deixar em paz.
pelo amor de deus, criatura, deixa-te em paz!

hoje és tudo o que as marcas te fizeram,
mas entende que as marcas não são tu inteira.
respira fundo, vai e te entrega.
e te deixa viver e sorrir.

vai.
eu (me) aconselho.

29.9.13



pensei tanto em escrever algo aqui
que resumisse o que estou sentindo.
em verdade, não consigo dizer exatamente,
mas nada tem soado mais bonito...

és meu presente.

22.9.13

existe um coração.

existe um coração em casa favo de mel que existe em cada colmeia, em cada ninho de abelha, em cada árvore, em cada folha, em cada esguichada de baleia quando sobe para respirar. existe um coração onde a vista não consegue nem alcançar, onde a gente pensa que acabou mas ainda tem mais horizonte, onde a gente fecha um pouquinho os olhos para tentar focar, onde tem foca, onde tem mar, onde tem ar, onde até não tem. existe um coração em todo o motivo, em todo o riso, em tudo o que foi dito e aquilo que também não foi dito, em todo o bendito, mas não no maldito, porque o coração só existe nas coisas boas e lindas, o coração está em todos os ritos que necessitam palpitar bondade. existe um coração saindo de mim pela boca, arranhando a garganta, na ponta dos dedos, na íris dos olhos, na raiz dos cabelos, no gozo entre as pernas, na sola dos pés, na palma das mãos. existe um coração por todo meu corpo que vive, que sente, que respira, que pensa, que alivia, que sorri. existe um coração em ti, por tudo, por onde correm os rios, por onde os pássaros voam e cantam, por onde a gente acha que não existe, pelas construções, pelas ruínas, pelas cidades devastadas pela guerra, pelas cidades devastadas pelo tempo, pelas cidades devastadas pelo desamor, pelas cidades devastadas pelo momento em que não se via coração. mas há. existe um coração! existe um coração em cada linha que escreve que existe um coração e nesse momento o coração é cheio de tudo o que existe de bom para existir em um coração que existe, mesmo que esteja pingado de saudade, mas saudade é coisa boa também, porque parece que saudade faz a gente lembrar do que existe de bom e que existe um coração. existe um coração aqui que ama um outro coração que também ama e se existe uma coisa muito feliz é isso de dois corações que se encontram.

21.9.13

Bel Hell

como te dizer adeus?
se fui gestada em ti,
se em teu ventre cresci.
de ti, saí.
quero me despedir lentamente.
aproveitar todos teus centímetros.
quero que façamos um ninho.
como te dizer adeus?
se em ti, eu me descobri,
quando, ao invés de chorar, sorri.
sou tua raiz,
sou a chuva que te limpa,
sou o sol que te ilumina,
sou a manga que cai.
eu não sei te dizer adeus.
estou treinando, vai ser preciso.
somos morenas, cidade.
eu te odeio, mas te amo.
meu adeus é até logo.
mas só daqui a pouco.

31.8.13

sábado também.

I

Há uma festa em meu sorriso.
Há uma fresta em meu paraíso!
Estou absurdamente sem tempo,
ando com uns projetos aí.
E se quiser sorrir,
vem cá perto de mim.

Há um mar em meu olhar.
Há um coração em meu sonhar.
Há um amor em meu recomeçar.
Há vida nesta vida,
que a arte imita.

Eu não tenho tempo para mais nada!
Nada que me faça chorar.
Há uma saudade no esperar.
Há um não sabe no será.
Há meus braços em teu voltar.



II


Fecha-se minha cortina.
Começou nosso espetáculo.

Encontro tua retina,
achaste o meu palco.

Sou tua menina,
tu não mais o palhaço.

Deita em meu colo, menino.
A vida nasce a cada passo.




III


Chega aqui.
E me leva.


26.8.13

O que já havia quando não havia.

Quando não havia,
sempre houve um jeito de haver.
Quando não havia teclado,
havia barulho datilográfico.
Quando não havia máquina,
havia rascunho de grafite.
Quando não havia esferográfica,
houve tinta com pena.

Quando não havia quem lesse,
havia quem ouvia.
Quando não havia liberdade,
havia quem subvertesse.
Quando não havia alegria,
havia quem escrevesse.
Quando não havia como sentir,
houve quem ousou inventar poesia.

7.8.13

meu amor é uma estrela 
que ainda não foi vista
minha vida é uma neblina
que ainda não foi quista
minha mão procura algo
ao que tua alma não resista
e te amar é cedo
mas é e não é nenhuma conquista
sou a diferença, a visita
ninguém que se insista

pessoa sem cores beiras eiras ritmos
uma não artista

4.8.13

quando que fui pensar
quando que fui gostar
quando que fui notar
quando que fui lá?

queria eu que fosse a hora
queria eu que fosse agora
queria eu que estivesse lá fora
para que eu pudesse abraçar

mas aí tudo deu nó
mas aí tudo deu paz
mas aí tudo deu brilho
aí que tudo deu sem mas

eu tenho algum tempo
eu tenho tanto amor
eu tenho o que talvez falte
eu tenho o que faltou

e ele é tão sem tempo
e ele é tão com cor
e ele é tão de todos
ele é tão amor

dentre tantos percursos
dentre tantos percalços
dentre tantos confusos
nossos pés descalços

eis que fez-se o dia
eis que o fi-lo dia
eis que fez-me dia
eis que sorrimos melodia

sendo tão de tudo
tão de todos
tão por um triz
ele ainda arranjou tempo

para me fazer feliz



28.7.13

quando eu sou obrigada a escutar que se eu não mudar meu jeito não vou casar, torna-se ainda mais importante que a pessoa com que eu esteja me relacionando entenda meu jeito. sim, muitas vezes intolerante e "radical". muitas vezes difícil. mas não é raso, é profundo. é preciso mergulhar para poder me compreender. eu não vou mudar. até porque eu não sou nenhum bicho de 7 cabeças que precisa mudar para poder casar. à propósito, eu não preciso casar. eu não preciso nem ser "pedida" em namoro. dizia tanto que não precisava de rótulos e finalmente entendi a razão de não precisar. é melhor o conteúdo do que a forma. acabei descobrindo que é tão feliz ser quem se é sem neuras e mesmo sem eira nem beira ir fazendo o dia-a-dia tão mais aconchegante com quem quer estar comigo. e por me dar bem contigo e tu te dares bem comigo, eu gostaria de agradecer toda essa reciprocidade, todo esse carinho e toda essa atenção que tenho recebido. eu tento retribuir, tento mesmo, mas é meio difícil acordar tão cedo num domingo (hehe). em todo o caso, mais uma vez, estou reaprendendo. porque com cada pessoa é diferente e a gente aprende essa pessoa. não é de se surpreender que mais uma vez eu esteja vivendo e me revivendo de um jeito tão inusitado e novo. ao mesmo tempo tão comum. numa rotina tão agradável. agradeço-te por tornar meus dias mais leves, mais felizes, mais saudáveis. és um bem. não é a toa que assim te chamo.

16.7.13

irresistência.

não resisti a esta muita convivência de tão pouco tempo
peço-te desculpas pelo descabimento de vir até aqui
e simplesmente querer te dizer
dizer que não resisti a todos os encantos e cantos
cada canto me fazendo sorrir mais um tanto
e é tão pouquinha coisa, tudo tão alinhadinho e direitinho
e o simples se fez da maneira que eu mais queria
tão natural e bonito como um sorriso sincero
é por tudo o que és, por tudo o que fazes
eu tenho que te contar que te enxergo mais todo o dia
e que vi as coisas que fizeste por aí
eu te tenho tanta admiração
e poder compartilhar tudo isso é muito bom
eu não resisti a tanta verdade
a tanto compromisso com a realidade
mesmo que ela seja tão dura, tão má
vieste tu, teu jeito, tuas coisas e tua alegria mudar
não resisti a ti: teu corpo, tua alma, teu nariz
a arte, o livro, o palhaço, o espírito,
tudo me veio fazer parte
eu não tenho nem um décimo de todas essas maravilhas
eu só escrevo uma coisinha aqui e ali de vez em quando
canto desafinada - sabes disso - e faço poesias pela mente
não tenho métrica, não tenho medida
não tenho rima, muito menos falo de qualquer outro tema
que não seja o sentir
e é por te sentir que não te resisti
intenso, né?
continua sendo até onde der para ser
com medo mesmo
vivendo cada sorriso nosso de pouquinho
(de pouquinho e intensamente)
cada vez mais eu não te resistindo

mesmo que a gente não saiba até onde vai
como vai e se vai...
deixa ir indo. :)







4.7.13


deixa eu me escorrer toda em eu mesma por ti?

2.7.13

poeminha para que leias com tua voz.

fala
sente
palpita esse sentir que vem do meio das pernas e se esvai na poesia colorida
escreve
e escreve pensando no tom de voz dele
em como ele te leria
engole a seco o que não se respira
mas traga o corpo quente como se não houvesse daqui a pouco mais vida
aquece
e te enduvida
realiza todas as tuas perguntas
naquele olhar que te enlouquece
por não saberes decifrar
o que há em todo aquele olhar?
faz uma prece
tão silenciosa a ponto de nunca ser ouvida
inventa palavras tortas e sem sentido
poesia torta e sem sentido
e então te cresce
como não mais te houvesse
o pensamento que te silencia
sente aquela alma vívida e lírica
sente o que tu podes, criatura!
e tu podes tanto, tu podes tudo
não encarcera o que mais de lindo há em ti, que é teu sentir
vai pra frente
se tá com medo, vai do mesmo jeito
se tá em crise, vai do mesmo jeito
se quer ir, vai
respira
e te sustenta
pois és tu sem ele, és tu contigo mesma
sempre foste
vocês dois são seres somados
motivados
então, deixa
não te confunde, vê se te esclarece
tem força e tem fé
fala
sente
não faz mal
escreve-te
e tu,
tu podes ler
mas desenho as letras mal
porque não tenho métrica, nem rima
nem ao menos concordância cerebral
mas eu te falo
que sinto
aqui
entre as pernas, entre meus seres, entre meus infinitos sentires, entre nós, cá entre nós, eu te falo
que sinto
aqui
e aí
e por aí
sinto
sente
mesmo que o pensamento prenda




sinto.


29.6.13

em conta.

Por mais que eu me deixe sempre um pouco por aí
Eu nunca me acabo
Parece que estou sempre completa
Porque se me subtraio
é pra multiplicar
E se me divido
acabo me somando
Posso ter te confundido
Mas é que sou inteira
E mesmo assim
eu me deixo sempre um pouquinho

Acho às vezes que não haverá mais carne para suportar o momento em que ainda não me cresci
É quando percebo que não é a carne que sustenta
Mas sim a alma crescida descolada do corpo
Por mais que me deixe carne
sou inteira alma
Então nunca me falto
E o que me sobro
distribuo por aí
pelo sorrir

23.6.13

em verdade,
passou um pensamento,
num rastro de momento,
nesta tarde.
e então pensei em tanto a se escrever.
foi mais um jogo de palavras,
sem tema central,
que dizia
"aprenda-me para quem sabe me apreender,
mas não me prenda, solte-me,
porque a prisão é tudo para me perder,
e se houver, se houvesse um nada a dizer,
eu te diria para me aprender,
porque eu sou só alguém
que pulsa e expulsa de vez em quando qualquer ser"
mas não faz muito sentido.
bem, eu só te digo,
dentro deste meu labirinto,
aparentemente infinito,
há alguém que mora e que vive.
tão dificilmente encontrado:
é um ser sem sexo,
sem cor,
sem voz.
e absurdamente voluptuoso,
colorido
e

gritante.

não sei se é possível dizer que
vale a pena algo fácil.
minhas experiências falam que não.
e tenho plena noção
de que
se muita gente ainda não me aprendeu
é porque é complexo demais,
mas
é

libertador.



foi assim comigo mesma.

9.6.13

porta.

estive, durante muito tempo, vivendo em um labirinto. achei a saída e hoje não me permito mais me perder, a não ser que eu esteja de mãos dadas com alguém. permito-te, somente, abrir as portas de mim mesma, deixo que me explorem a alma e, assim que se desejar, partir. deixem-me. mas me deixem no final. porque não adianta se perder em alguém se esta pessoa não te oferece a mão. abro-te as portas. não tenho grades ou janelas, muito menos muros altos. sou simples e quero amor, amar e ser amada, como tantos outros seres por aí. não há regras, só amor. quando não há amor, faço regras. a regra é: deixe-me. faça o certo. não me misture, não me agregue, eu sou única e não vou querer ser mais uma. não é por defender arduamente a fidelidade, não. é porque eu ser única de alguém, pelo menos por um momento. quero compartilhar coisas únicas. olha, a porta pro nosso presente - não falo de futuro porque não me cabe - está encostada. discretamente aberta, pois sou prudente. não precisa "ter dedos" para entrar. não precisa bater. entra. fica à vontade, relaxa, puxa uma cadeira, toma um café, lê uma revista. gosto do tranquilo. mas, se estiver em dúvida, não tema: feche essa porta, tranque. e jogue a chave fora.
não adianta bater depois. não abro. se quiser, esforça-te e acha a chave. mas aí, se acontecer, pergunta antes se podes entrar, porque não é todo o tempo que se tem essa oportunidade.
(em 04.06.13)

ps: tranquei a porta.

30.5.13


duvidei por um tempo, mas hoje tenho certeza de que tudo está escrito.
há coisas que simplesmente devem acontecer. outras não.
eu não sei se somos para acontecer.
ou se já estamos acontecendo.
porque a impressão que tenho é que estamos.
nós poderíamos ser extraordinários juntos.
mas por um acaso do destino, não estamos juntos.
e mesmo assim parece que estamos no ar.
as coisas que te falo aqui são as coisas que não te falaria.
porque soltando aqui as palavras,
jamais eu terei certeza de que a ti chegaram.
e é esse o charme daqui.
até porque se um dia chegarem, talvez seja para ser.
quer dizer, temos a vida toda.
e eu sinto que não te conheço daqui.
é muita afinidade para pouca vida.
se for para ser, oh, meu bem, será.
não penso que não será.
perdoe-me, mas só penso no quanto será quando for.
aqui, aí ou mais longe.
não paramos de ser.
estamos sendo.
e quem quiser me achar louca, que ache.
mas o que seria de nosso sentir se não fosse um "pingo" de loucura?

26.5.13

sugar boy.

Você me disse para eu aprender a viver sozinha e gostar de mim mesma, ou algo mais ou menos assim. Você me disse que eu não deveria procurar pessoas, mas que eu me preocupasse com as coisas que me fazem bem, que me trazem paz, ou algo mais ou menos assim. Você me disse e eu achei válido o conselho. Então, eu fiz. E continuo fazendo. Aprendendo a me virar sozinha quando estou sozinha. Não estou sempre, tenho minha família e meus poucos e confiáveis amigos. Mas estou um pouco sozinha quando lembro você e você não está aqui. Nem aí.
Enquanto você me dizia isso e eu aprendia, acontecia o que eu já sabia. Você não estava sozinho. Foi deitar os braços em outros abraços. E, bom, eu não posso nem reclamar. Fisicamente, estamos muito longe. Fisicamente.
Doeu, meu bem. Doeu saber. Mas só porque dói saber que não posso dar todo o amor que um dia desejei poder. Sinto falta de todas as coisas que pensei em poder oferecer mesmo sem poder. E fazer. E compartilhar. Dói um pouco saber que há outro alguém fazendo tudo o que não posso.
Mas eu entendo.
É a sua companhia. Eu sei o que é precisar de companhia. Pode parecer loucura, mas fico até feliz por saber que há alguém para te abraçar quando você precisa...
Eu acho que você ainda tem muito a aprender e há coisas que queria ensinar, mas só a convivência faria isso. Numa misturinha de lágrima e sorriso, eu penso o quanto isso não é possível.
Foi gostar. Não tenho vergonha de dizer que gosto de você, e foi de um jeito nada convencional, mas também já me conformei que quase nada é convencional na minha vida. Foi engraçado também como ocorreu.
Não é só engraçado hoje em dia, entretanto, porque coisas foram somadas. A distância pesou. E eu necessitei tanto de teu corpo que não pude lidar. Por favor, perdoe os exageros, isto aqui talvez seja até mais um.
Nunca saberei exatamente como você se sente, e esse é o grande mistério de gostar de alguém: confiar. Em tanta coisa... É por não conseguir saber disso que não posso exigir nem julgar nada.
Então, mesmo que isso não seja importante para você, gostaria que você soubesse que eu entendo. Entendo que você não podia esperar me encontrar novamente, que precisava de companhia, que você estava só.
Entendo porque eu sei o que é se sentir só.
Mas também quero que você saiba que isso não justifica nada. Não justifica você ter sido mau comigo algumas vezes. Ou você ter me ignorado. Ou você fingir ter me esquecido. Não justifica você ter se comportado de uma maneira que me fez pensar tudo isso, mesmo que não tenha sido isso.
No mais, eu entendo. Porque prefiro seguir com o coração leve, sem culpar ou julgar ninguém, porque a vida é esse vai e vem incessante... Quem pode dizer do futuro? Uma vez você me disse isso também.

E agora?... Agora? Bom, agora eu tenho tudo o que preciso para continuar. Você segue sua vida e eu sigo a minha. Sempre desejando o melhor um ao outro, mesmo que não sejamos o melhor um pro outro.

Ok?





17.5.13

podes mexer comigo
para o bem e para o mal
podes muito bem me enlouquecer
me dando prazer
ou podes - até quando? - nada fazes
e me ignorar

podes jogar
podes me fazer aguardar
ou podes falar sério
e me dizer o que quiser
me mandar embora

podes, por hora, agora
pôr um fim em tudo
e me fazer chorar
ou me fazer sorrir
mexer comigo é muito fácil

podes vir me ver
ou passar por mim sem me me perceber
fingindo não me conhecer
esquecendo do que já disseste
podes dizer e achar
que palavras são só palavras
ou podes me convencer
de que foi mais do que esperavas

podes fazer qualquer coisa
aparentemente, tens-me
tomas-me
posso parecer vulnerável
só que mesmo que possas
mesmo que faças
- e eu gostaria que fizesses,
para o bem ou para o mal,
eu gosto de quem age -
mesmo assim
tudo ainda
depende de mim

porque eu sou senhora de mim mesma
e pode ser que demore
e já tenha até passado do ponto
pode ser que eu ainda te deseje

- e desejo -

não minto
- não sou omissa -
não ignoro
- sei agir -
pode ser tudo isso

mas só pode ainda ser
porque deixo

aproveita enquanto é
porque não sou meio termo

ou se é ou não se é

qual vais escolher?

12.5.13

que seja de verdade.

eu queria tanto dizer que eu me importo, mas eu não me importo. e não me importo em não importar. eu não me importo com a intolerância, eu não me importo com a impaciência, eu não me importo com o ignorar. continuo com saudades. e eu sei que você também não se importa. eu não sei o que vai acontecer. mas eu não ando me importando com as coisas ruins. eu quero paz, como você disse. e é a única coisa que vou buscar agora, porque buscar calor em palavras e companhia para noites insones não parece mais importar você. sinto falta de quando e do quanto você se importou, mas tudo bem, passou e as coisas passam. eu queria muito dizer que me importo e talvez algum dia eu diga... mas eu não me importo com o teu desquerer. quando e se você quiser querer novamente, tudo bem, a gente conversa.


10.5.13

não é para se ler agora. mas um dia, no futuro, se este existir. eu queria que você visse e que você pudesse entender o quanto gosto de você. estou longe e estou vivendo, trabalhando, estudando, esforçando-me para poder ter o que quero, sem depender de ninguém, arregaçando as mangas. mas eu sinto sua falta, mais até do que faz sentido... eu não sei se você vai me abraçar como na primeira vez. mas eu quero que sim. quero que você me olhe e pense "eu já a conheço um pouco, eu já quase me deixei gostar, foi por ela, foi ela, essa alma, esse corpo, esse olhar, esse abraço". só quem gosta é capaz de entender que isso tudo aqui dito não é exagero, é só um sentir. é por isso que você só tem que ler quando me gostar. quando estiver pronto. quando se sentir seguro. eu não gosto muito de me expor tão diretamente, por isso escrevo histórias que às vezes só o destinatário entende. eu poderia agora estar te enchendo de carinho ou jogando strip-poker com você dependendo de nosso humor. quem sabe os dois juntos. eu poderia estar ao seu lado lendo um livro, enquanto você lê outro. escutando uma música enquanto você escuta outra. nossas peles se tocariam. e se a gente se gostasse, tudo isso faria sentido. quando estiver tudo bem para você, quem sabe você vem aqui e lê e vê o quanto eu já gostava de você... porque não adianta eu falar que tô sentindo muito a sua falta agora... porque eu tô... mas você não ia entender.

1.5.13

cartas para ti - number two

essa carta virtual é um bilhete sem igual que só vem dizer aquilo de um poema solitário vem dizer:
eu quero, mas não dá,
eu sinto, mas não posso,
eu sonho e não é real.
eu fui, mas parei,
eu vim, mas voltei,
eu calei, e é para não fazer mal.
porque eu só te quero bem.
quando tudo se ajeitar,
a paciência retornar,
o desejo ressurgir,
se tudo isso acontecer,
a gente volta a ser normal.

25.4.13

cartas para ti - number one

não sou conhecida pelos que realmente me conhecem por ser tranquila. eu sou ansiosa - e muito. quero tudo para agora, para já. quem me vê só de vez em quando ou não costuma conversar muito comigo, até me vê mais calma. enfim, ando buscando equilíbrio.

mas gosto tanto de mim assim, quando tô tranquila. de repente, todas as respostas que não acho são de perguntas que nem fazem sentido... o tempo passa tão depressa, por que peço para que passe mais ainda? e tua presença faz tanta falta, mas será que não é para eu aprender a relaxar? o mundo é tão intolerante, por que eu ainda não me toquei que falta leveza?

não é bem que eu não me toque, mas é que falta mais canção francesa. sabe aquelas coisas que a gente nem entende do que falam? podem estar falando a maior besteira do mundo ("esse é o elefante cor de abóbora dando voltas em um cone com um anel dourado"), mas acalma tanto a voz dessa carla bruni... e dá vontade de pegar meu vestidinho levinho de florzinha e falar tudinho no diminutivozinho...

o que quero dizer é que numa pessoa onde os pensamentos são tantos e tão rápidos que causam vertigem, estar calma e tranquila é algo tão, tão, tão maravilhoso que dá vontade até de dançar. 

não tenho uma receita para ficar mais calma e ter paciência com tudo o que preciso, o que sei é que quando acontece, eu me agarro "di cum força".

sinto tanta saudade, mas como já li por aí (um aí tão meu e perto), não dá agora, e quem sabe do depois?

tô aqui dançando e tendo paciência - mas fazendo por mim -, para que de repente um dia dê.

beijos.

21.4.13

eu quero encher de alegria aonde o sorriso demora a chegar
e quero poder te mostrar o que os olhos não conseguem às vezes enxergar
sabe, é porque não tenho tanto medo de mergulhar
nesse mar tão profundo que é o gostar
então, vamos lá, eu não tenho do que me queixar
que tudo venha a seu tempo e a seu desenrolar
deixa eu fazer de meu peito teu leito, teu lar

13.4.13

- essa tua necessidade de falar é que te mata. fica calada, fica na tua. fecha esse blog. apaga twitter, olha menos o whatsapp. não te demonstras. os bons ficarão. faz disso teu filtro pessoal: tu já sabes quem está contigo. dá medo de não certeza se uns ficarão? dá. mas faz disso uma dádiva, um presente. não enlouquece, não esmurece. no fundo, no fundo, sabes que se for para dar certo, dará. fizeste tua parte. talvez não seja suficiente para o outro lado, mas estás feita, acabada. não exagera. não dramatiza. vê se te fechas e ficas um pouco do lado de dentro para que, seja lá quem for, possa te descobrir. lentamente. não fala. fica calada. mesmo que te corroa de saudade, mesmo que dê vontade de gritar que o quanto tu gostas (dele, agora), não faz isso. não é por nada, não, mas tem que ter limite. enxerga esse limite. aceita. tu mereces a calma e a luz que tanto buscas. mas tem paciência. vai com calma. deixa o silêncio agir, às vezes ele pode ser mais poderoso do que qualquer palavra.

em tempo (22:30): veio o silêncio me dizer que se valer a pena, eu vou saber.
veio ele me dizer que se valer a pena... você vai saber.

8.4.13

eu ia começar aqui agora cuspindo tudo o que estou sentindo, porque, bem, eu costumo saber o que sinto. mas vamos por partes.
o que eu estou sentindo há um tempinho é que gosto de alguém. creio eu que afirmar paixão é mais para simplificar as coisas, que já conseguem ser meio malucas sobre qualquer coisa nova que tenha a ver com isso. não que não seja paixão, é, mas é porque também eu acho que não tem muito o que complicar.
mas o que eu estou sentindo agora... é uma urgência infinita em te dizer que eu quero que saibas, que eu quero que sintas, que eu te quero. isso sempre assusta todo mundo, é verdade, mas eu não tenho nada mais sincero agora para te dizer a não ser que te quero.
e que sinto saudades de te tocar. e que isso sinto saudade quando não tenho bom dia, quando a gente não conversa, eu não sei se é porque me acostumei rápido demais, eu acho que deve ser. e também some-se ao fato de que eu já gosto de ti. gosto de ti também pelas conversas. e por ver como és... e essas coisas básicas que todo mundo sabe como são.
então eu não posso falar contigo agora porque eu sou uma metralhadora de emoções quando estou triste ou chateada, eu penso em todos os "porquês", em tudo que tenho paciência quando estou com paciência de uma forma impaciente, o que, sinceramente, é altamente perigoso para qualquer ser humano são. pelo menos, até hoje, ninguém quis saber direito. então, eu mantenho para mim.
e eu precisei dizer que eu pensava que não ia mais me deparar com alguém que tem tanta paciência comigo como tu. o que mais quero é que não passe isso tão cedo... 
mas, ó. eu te gosto. e muito já.

30.3.13

às vezes, somente às vezes e não sempre, a gente não entende o que faz nesse mundo. e acaba não entendendo o que é pra gente fazer. acaba desacreditando em todas as coisas que a gente acreditava antes de ser bombardeado de ideias, conhecimentos, informações. às vezes isto desinforma o coração. e nos tornamos adultos confusos e sem nada em que se fiar quando começar a dar errado. ou quando tudo começar a dar certo. o peso é tão grande que, particularmente, perdi-me no caminho, mas a vontade é de me reencontrar. eu acredito nas coisas boas. tenho que acreditar, mas gostaria de somente "acreditar", sem "ter que", no amor. a gente não entende e acaba deixando pra lá.
mas eu não sou dessas. ou não quero mais ser. eu quero acreditar que posso dizer "eu acredito piamente no amor".

28.3.13

sobre pessoas feias.

o feio tem tempo o bastante para pensar e por isso talvez seja mais sensível ao que vê ao seu redor. 
comecei me expressando mal, é verdade. mas o fato é que quem tem um "defeito" tão grande aos olhos dos outros, da "sociedade em geral", acaba correndo por outros lados. começa a divagar, a filosofar, a tentar entender "por quê, meu deus, por quê diabos eu não fico com ninguém?".
óbvio, não é só o feio. é o tímido, é o que tá acima do peso, é o que não tem um padrão de beleza "aceitável", ou mesmo um comportamento "aceitável".
acho que todos devemos ser feios. isso dá tempo para pensar. para tentar entender o outro.
li um texto esclarecedor agora mesmo e um comentário dizia que o autor só poderia ser feio, por ter tanta sensibilidade para com as mulheres.
por quê? como assim? não entendo.
uma pessoa aceitavelmente bonita não poderia ser sensível?
esse é outro clichê: os bonitos não podem ser sensíveis.
é bem óbvio que aquele cara maravilhoso de lindo não pode ser fiel. que aquela mulher incrivelmente bela tem um defeito muito doido escondido.
acho, sinceramente, que é verdade o fato que se temos algum defeito e o enxergamos, pode ser ótimo, assim tentamos melhorar. não esconder o defeito. mas entender a complexidade do mesmo e tentar melhorar para si mesmo, para o mundo, para o próximo. eu acredito em evolução espiritual. acho que o mundo um dia será um lugar muito bom, sem tanto sofrimento.
mas isso é conversa para outra hora.
o que quero tentar entender é essa história louca de que o feio tem mais tempo de pensar. já que não "pega" ninguém, né?
(saibam que isso é ironia...)
mas, enfim. se for verdade mesmo, sejamos feios. estejamos atentos para o outro. sejamos sensíveis e entendamos que, mesmo garbosos e elegantes, temos a obrigação de sermos gentis e educados.
e que quando gostamos de alguém... bem. sejamos sempre honestos.

sejamos aqueles com defeitos tão gritantes que estes nos façam pensar... e sensibilizar a alma.

ps: o texto lido foi esse: http://xicosa.blogfolha.uol.com.br/2012/08/05/so-a-mulher-sabe-acabar-uma-historia-de-amor/
ps 2: o comentário já esqueci de quem foi.

22.3.13

contradições.

passou uma coisa na cabeça agora e deu muito medo. principalmente de contar. mas sabe aquelas coisas que a gente conta e se sente melhor depois? não sei se essa é uma delas, mas como falei, eu não sou de não tentar.
há quem me conheça que diga que sou rebelde sem causa. rebelde posso até ser, mas tem causa. bem, eu não gosto de machismo... o que talvez me torne feminista. eu já não sei de mais nada, mas das poucas coisas que sei é que não gosto de injustiça, de qualquer jeito, e não gosto de injustiça de gênero. enfim...
eu sou brutal também: não meço muito as palavras, sou ansiosa, sou explosiva, e pelo que me falaram, eu sou intensa. é, dando uma leitura dinâmica aqui nesse blog dá pra perceber. eu descobri que tenho lua em câncer, deve ter alguma coisa a ver com sentimentos. ah, eu sou meio fria também, ou tento ser. meio calculista, sabe? não dá muito certo quando eu começo a me apegar. e não duvide: eu vou me apegar.
e sou prolixa... direta, mas só no fim do texto. eu gosto de escrever. com 5 anos eu já tinha diário. e escrevia.
o que quero dizer é: eu sou feminista e tenho muitas características controversas. mas eu sou uma boa pessoa. acho que sou uma pessoa que as outras gostariam de conhecer. mas como sou controversa, as pessoas não me entendem de cara e não tem paciência de conhecer o resto para tentar entender. tudo bem, eu entendo, sou impaciente prum monte de coisa também.
mas a questão é que acho que valho à pena.
porque eu sou tudo isso mas me deu uma vontade enorme agora de ser romântica. de me permitir dizer as coisas, sem medo de julgamentos, sem medo de pés na bunda... sem medos. não tem nada a ver alguém feminista não poder ser romântico, uma coisa não exclui a outra, eu só tento não ser porque eu tenho medo de me expor. mais ainda do que o mundo virtual já expõe.
eu quis amar. tantas vezes. é, eu me apaixono fácil, sabe? desapaixonar é um pouco mais difícil, mas hoje em dia levo numa boa. eu só preciso de alguém que entenda isso. que eu sou controversa, mas não tão difícil. estou trabalhando nisso, como me aconselharam. eu tenho que expor um pouco mais, mas de um jeito menos brutal.
e eu tô tentando.
óbvio que eu sonho em casar, eu sonho em ter filhos, sonhos sempre aliados a ter uma carreira jurídica incrível e alguém sensacional ao meu lado. senão, o que adianta? tem que ter tudo arrumadinho, porque o dia-a-dia já desarruma tudo mesmo... eu sonho em encontrar alguém que me complete, me transborde, seja minha alma gêmea, minha metade da laranja, do limão, do limão com sal e tequila, sei lá. só que eu já entrei em tanta roubada que é difícil continuar acreditando que posso conseguir.
mas eu sonho.

deu vontade de dizer que eu sinto tudo isso. porque eu sinto. só não falo muito - ou às vezes minto, para não dar muito papo a quem não precisa.

ps: sol em aquário, ascendente em touro e lua em câncer é uma péssima combinação. ;)

18.3.13

eu vou.

ando tão cansada... mas não posso deixar de andar. entendo bem que, se parar, nada muda. e mesmo que eu não espere muitas mudanças, não vou ficar parada esperando que as poucas que desejo venham até mim. eu preciso, cada vez mais um pouquinho, ter o coração em minhas mãos, porque se passei os últimos anos que vivi aprendendo a ser forte, agora é hora de aprender a ser terna. o processo de se meter em uma fortaleza metafórica e lá se proteger é facílimo perto do que quero passar agora. porque não há dificuldade maior em alguém de pedra querer se transformar em alguém de algodão. é, eu ando cansada porque simplesmente eu olho para o mundo e tantas vezes tenho vontade de chorar: um mundo tão vingativo, sofredor, invejoso, egoísta. para que me transformar em algodão quando esse mundo parece me exigir ser de pedra? eu não sei ao certo, mas é que a solidão de ser sólida tem batido com muita frequência em alguma parte de meu ser que sei precisar. sinto uma agonia crescente e que piora quando não consigo falar algo que sinto. eu não falo o que sinto. posso dar umas pistas, mas é uma trava muito grande. medo, insegurança, agora eu tô tentando falar o que sinto quando não falo o que sinto. é um treinamento. eu me canso em pensar que vai dar errado, que eu vou ficar triste - eu evito tristeza -, sei lá. mas eu tenho que andar, sabe? evoluir. melhorar. assim, eu acho que vou atrair coisas boas, pessoas boas, vibrações boas. e tem que ser. eu quero. eu quero poder dizer "eu te gosto", seja lá para quem for, eu só quero dizer. apesar de o mundo às vezes me fazer achar que não vale à pena, tem uma sensaçãozinha aqui dentro de mim que tá me dizendo: "vai". e eu vou.

6.3.13

fervilho
a alma está em ebulição
sinto a pele quente
os pensamentos se misturam
o sim e o não desmoronam
as dicotomias prendem
eu quero respirar
mas eu estou queimando
pois tudo está se inovando
tremo, temo
medo de fazer, medo de ficar
medo de continuar
respiro
sinto-me arrepiar
sinto, sinto muito, sinto desesperadamente
sinto
SINTO
grito, pulso, fervilho, trago, solto, silencio...
s
i
n
t
o
tudo tanto e misturado junto
que fervilho a mente
fervo
queimo
entro em ebulição
evaporo a alma...