30.9.12

tenho quase certeza que enquanto o sol se esconde atrás da nuvem de chuva que desponta no céu, fazendo cair água fininha só para molhar rapidamente quem tá na rua - afinal, belém é isso mesmo, chuva e sol ao mesmo tempo, quase todo o tempo -, algum pensamento teu devaneia perto do que chegou a ser eu. em forma de dó, em forma de lá, em forma de sol, tão presente na luz que emanei, emanaste, emanamos. levar-te-ia, em bom português, não sei se de portugal, mas certamente em verde e amarelo, todo o azul que desejas para completar o gosto doce do sal. ah, eu canto, escrevo e vivo tudo, fico calada sempre, e te olho com uma neblina de perguntas que só eu sei quando há resposta. e eu me saio e me mostro assim, às letras. há algum pensamento. e de repente: fez-se.

sem mais.

17.9.12

cordiformemente falando.

que é ruim já deixar alguém que se gosta, assim, meio que de supetão, ninguém duvida. nem importa quanto tempo se passou, se foi 1 ano, 1 mês, 1 semana. eu entendo os românticos e teimo em dizer que não sou uma. mas acabo sendo. não é nem essência, é porque eu gosto de gostar. ah, é tão bom ter alguém para esquentar o coração. aí quando esse alguém vai embora - tão difícil não ir! -, o coração fica pequenininho, com frio e um pouco solitário. quebrado, ele descolore tantos sentimentos bons que, se não formos fortes o bastante, nunca mais ele se recupera. a vida é assim, abdico de tanta coisa, nem sempre significando que gostaria que acontecesse, mas é isso: por mais que esteja discretamente machucada por dentro, eu teimo em fazer do erro um acerto, do frio um lugar quente, e do escuro uma luz. mesmo que tenha havido um peso demasiado, continuo achando que é melhor pecar por gostar do que por deixar esquecer... e sempre haverá leveza em um bom sentir, sempre!


7.9.12

que seja curta, breve, leve
que seja assim, mas que não seja efêmera
que seja calma, chama, luz
que seja assim, mas que não seja vaga
e que eu possa ver, correr, perceber,
mas que não precise fugir
havendo o simples, o bonito, o bom,
sem exageros no que não se precisa haver
porque eu não sinto nem raiva nem dor
eu senti o perdão em minhas veias
e perdoar é seguir em frente
o perdão me faz te ver com outros olhos
mesmo que tu continues o mesmo
fomos ambos culpados
de um crime que nem quisemos fazer de perfeito
fomos ambos culpados de termos estado
no mesmo lugar, ao mesmo tempo
fomos ambos culpados de termos nos apaixonado
e que isso valha como vida!
que seja quente, forte e suave,
que seja brisa, lenta e cheirosa,
que seja viva, permanente, preciosa...
que seja minha essa sensação de só se ter

amor!

5.9.12

é, sim.

é estranho que seja de mansinho,
mesmo que o manso tenha chegado rapidamente.
e é chato que o que ainda nem é
já esteja no perigo de nem ser,
desse jeito de mal chegar
e já estar querendo ir.
mas eu te digo: nem vai, fica.
para de querer ser mais um,
desses que chegaram
e quando vi, nem enxerguei mais.
é ir gostando, de pouquinho em pouquinho,
assim, devagarinho,
do meu jeito apressado, eu já sabendo
que isso tudo é algo bom.
e o manso pode continuar.
nem és mais um.
nem és tampouco o salvador da pátria.
nem és tanto assim.
mas vendo o mansinho deslizar,
ah, eu prevejo.
vais ser algo melhor do que o bom que já és.
nem sei se vais querer ou deixar,
e talvez nem aches que é assim.
só que eu tenho poesia pra te dar
e músicas a te cantar.
senti falta e o que faz falta vale a pena.
que haja luz em teus pensamentos,
porque eu, eu assim, por mim, acho que já sei.
nada de ser mais um,
porque não quero ainda que te vás.
a vida pode nem ser assim, facinha.
mas meu sentir, de repente, é.
é, é isso.
sem mais confusões ou delongas, é. só é.
podes até não concordar,

mas-é.