15.8.12

algo mais maravilhoso.

houve um tempo em que o gosto do amor era mais doce.
creio que era mais doce principalmente pelo fato de ser tão novo.
mas a verdade é que foi em uma outra vida.
eu não consigo lembrar mais as sensações que me perfaziam,
só tenho algumas pequenas memórias teimosas.
isto porque, meu bem, eu as deixei ficar...
destruí as sensações que tivemos para que eu não me destruísse com elas.
amei-te demais e é por isso que hoje tudo é tão estranho.
recordo os dias, o que fizemos e para onde fomos.
porém, não me transporto como pareces fazer, ao escutá-la.
eu não me permiti isto durante muito tempo,
e hoje em dia, simplesmente, não consigo mais, nem que eu deseje muito.
fico pensando se poderias me contar como era,
afinal, foi um bom momento de minha vida.
a imagem pura e verdadeira da fantasia, do amor, da paixão e da poesia.
mesmo que tenha durado tão pouco tempo...
não houve algo mais maravilhoso após esse tempo, para mim.
o que eu posso dizer? não posso mentir.
o vazio que deixaste ainda existe,
só que não será preenchido mais por ti.
somos seres que não seríamos à época,
e agora o que somos jamais poderia imaginar que seríamos.
porque não somos nada.
nem grãos de areia de um mesmo oceano.
sinto saudade de tudo o que fomos.
e, depois de muito tempo,
pela primeira vez após nosso breve conhecimento,
escuto algo novo e lembro-me de ti, é claro.
pensei bem agora e foi até na mesma época.
enquanto cantarolava a música anterior,
que não era, mas passara a ser inédita,
eu me apaixonava suavemente por ti.
anos depois, quem diria, estou me apaixonando novamente.
não sei exatamente por quem ou pelo quê.
talvez só por ouvir a voz dela.
e pelo fato de que me acostumei com as mudanças,
onde, no momento, é tudo inerte.
o veneno acabou, o vício findou.
that's all.
só que ainda não tudo.
tudo aqui, afinal, não é para ti.
é para mim...
apaixonadamente lembrando a vida que tive antes.
sem dor, sem rancor, sem pudor, sem amor.
somente porque algo novo aconteceu, após tanto tempo.
ainda me encontro desamando brutalmente.
e me perguntando se um dia terei com outro alguém
o que tive contigo, meu bem.
e às vezes o que me sustenta é acreditar.
é pensar que é possível.
que aqueles meses contigo tornar-se-ão anos com outro.
quem sabe eu não cantarolo para ele?
quem sabe o amor não se torna doce novamente?











6.8.12

talvez eu deva ser forte*

à quem devo pertencer?
sentir novamente o peito palpitar
e ver os olhos lacrimejarem
faz tempo que não sei quando foi bem
fez um sutil ardor onde não ardia mais
eu sou de alguém?
estou desaguando em algum lugar
onde nem existe mar
penso em frases curtas
que poderia repetir com calma
eu quero, de repente, de novo
mas não sei mais se é possível
já pertenci e me desatei a alma
doeu, afinal, de repente
onde estás para me cuidar?
longo é esse caminho...
de não saber nem de quem se é
além de si mesma, mas isso tenho certeza
eu quis por um instante
me dividir com quem eu pertenço
não é como penso
fecho os olhos e procuro bom senso
à quem eu deveria pertencer?
já foi embora?
perdi a hora?

demora?

*pedaço da música da mallu, 'por que você faz assim comigo?'