27.6.12

acho tão bonito acordar todos os dias, olhar o céu e ver que não há fim.
como poderia acreditar que tudo acaba aqui?
eu me sinto feliz quando penso que a existência não é vazia,
porque não há morte, só há vida.
alguns recomeços, aqui e ali, nesse e em outros planos.
como diria john lennon, sem religiões... sem paraíso ou inferno abaixo de nós.
esta vida é o que temos agora,
mas existiram e existirão outras.
sinto-me à vontade para falar sobre isso, hoje em dia.
pois a evolução é constante
e a bondade deve ser igualmente presente.
a vida não tem fim,
e ainda assim eu me pauto em boas vibrações,
pois esta sim é a finalidade de viver.
imaginem... uma vida mais simplificada.
em que todos soubessem que não acaba aqui,
e, assim, todos evoluiriam,
de forma mais lenta ou mais rápida,
mas conseguiriam.
talvez o mundo não fosse tão cheio de mazelas e fanáticos,
talvez não houvesse tanta maldade e falta de compaixão.
talvez, se as pessoas parassem de buscar uma 'salvação'
em atitudes isoladas, ditadas por uma religião,
e tivessem mais tolerância com a crença do outro,
talvez, mas só talvez, elas veriam que a salvação está em nós mesmos
e que não há céu, não há terra, não há inferno.
o que há, em verdade, é uma penca de lugares infinitos
que só são povoados por quem mereceu.
como acreditar que eu saio daqui para um paraíso?
ou para um lugar ruim?
como acreditar que inferno e o céu não são aqui, todos os dias?
como me fixar em uma religião que descrimina pessoas?
eu prefiro seguir o conselho do lennon, mas não só imaginar.
eu tento fazer algo, todos os dias.
boas vibrações, otimismo, positividade.
e ter certeza de que não termina aqui,
pois o céu é muito grande para ser só um.

24.6.12

menti:
sobre viver,
sem magia não dá pra ser.
não dá pra não sorrir.
e se um dia doeu muito,
uma dor tão grande,
que quase chegou a fazer estrago,
de que talvez eu não voltasse mais,
do fundo da dor que doía tão amarga,
hoje não arde mais nada.
viver.
a verdade sobre viver
é que não dá pra viver
sem ser feliz.
sobreviver não é o bastante.
a gente tem é que gargalhar,
correr, suar, dançar!
viver e ser feliz é pleonasmo.
não dá pra viver sem ser feliz.
e, pensa bem,
pra isso, só basta um triz. 

22.6.12

estes dedos andam tão incrivelmente devagar
que tem andado até meio perdidos por aí
é que a calma que vem acompanhar
desliga-se dos instintos que vinham destruir
ruínas de figuras de linguagem espalhadas
num céu de um arco-íris desfigurado
em um amor que nunca deu em nada
não porque amar é ruim
é que amei o lado errado,
isso sim.
e agora tão despretensiosos
a mão que antes afagava as palavras sem perdão
hoje em dia só quer se guardar
em busca de calma, compreensão
e um carinho para alguns passar
que saudade da época em que elas não paravam
eu tinha tanta coisa a dizer
continuo tendo, esta mãos não cessarão
e que saudade boa que não faz sofrer
quer dizer,
não há nada a dizer
nem nada a fazer
de vez em quando, aqui e ali, uma palavra vem derreter
esse muro que ergui sem querer
é que, simplesmente, o que tenho já me basta
e se um dia alguém quiser me vir a ter
novamente, visto a sensibilidade das mãos que gostam de escrever

11.6.12

eu não estou certa disto - ou daquilo -
e quem está?
quem é tão pretensioso a ponto de estar certo?
eu não estou certa nem de que não estou certa.

e o melhor é que estou pouco me importando. ;}

4.6.12

don't let it break your heart

hoje eu me lembrei porque sentia saudades. revigorada, ela veio de leve se manifestando durante a manhã, após mais um sonho bom. a verdade é que tanta coisa já passou que não sabia mais ao certo o que eu estava sentindo. e, num rompante, chorei. fazia tempo também que não chorava. vai ver que era porque eu não sentia.  mas foi só a recordação das razões da saudade chegar que eu vi porque eu sentia saudade. era bom, era estupidamente bom. e ainda é quando lembro. nem faz tanto tempo assim, não é? ou faz. o que sei desse tempo todo é que pedi exaustivamente ao tempo que me curasse dessa saudade. pelo menos da dor de senti-la, como se o mundo inteiro se abrisse e eu fosse caindo pra dentro de mim mesma, sem saber quando ia parar. era uma agonia. mas hoje, no mesmo dia em que lembrei porque sentia saudades - a ausência da presença -, eu também me dei conta que isso não me arrasa mais. agradeço ao tempo - um de meus senhores - por fazer somente que eu recorde o que passou e que sinta saudade do que vivi, e por não me deixar mais experimentar o dissabor de ficar imaginando um futuro que jamais existirá. 'foi' bom. e dá saudade. pode ser que a gente ainda possa viver em harmonia mesmo, espero que sim. mas é que eu quis tanto viver ao teu lado que já não sei mais se quero essa harmonia distante. talvez eu ainda pense que só funcionamos se próximos. talvez em ainda pense que se não for assim, não dá. e, por essa dúvida, sigamos. as estradas que seguimos nos levaram a caminhos muito diferentes. não sei o que vai acontecer daqui em diante. nem tento descobrir mais.
acho que só queria registrar que senti saudades e agora, diante de tudo, eu me lembrei da razão.