28.5.12

o nome disso é som daquele começo daquela música daquele disco

quis fazer de minha obscuridade um caminho para a luz em teus lábios
que se fizeram sorrisos aos meus enquanto cantava
eu entendi tantas coisas em um só momento que poderia ser mais do que eu esperava
e a vida dá tantas voltas e nunca seremos sábios
ainda não consigo entender a imensidão  do horizonte
muito menos decifrar que alma irei visitar
existem coisas que eu quero ficar sem saber
é tão distante e tão incomum que eu prefiro não compreender
quis fazer minha indecisão uma incógnita do que jamais pude perceber
o mundo é tão longe de mim mesma algumas vezes
como alcançar a vida toda que caminha dois passos enquanto caminho um?
correr não adianta, o tempo acelera também só pra fazer graça
mas eu quis tanto fazer de mim um ser que a ti ficasse
e sinto falta de algumas poucas coisas, aqui e ali, como se isso existisse
como se em meu ser tu pairasses, como se em teu ser eu persistisse
quis fazer de minha monocromia um laço frouxo de descoberta
e que brilhasse a partir da vontade de se ter mais perto
até que, sem empurrões ou estranhos encaixes, tudo se tornasse pura cor
eu quis desembaraçar as notas dessa canção num tom maior
quis fazer com que tudo parecesse real em uma voz de flor
e sem os versos óbvios que sempre aparecem
é porque eu ouço flores quando lembro do que me falaste ao pé do ouvido
quero fazer a pergunta que não quer calar,
mas não posso, senão ponho a dúvida toda a perder
só quero que um dia saibas que me faço essa pergunta todos os dias
e que eu realmente espero poder respondê-la quando ela for respondida
o esclarecimento depende de ação
assim, quem sabe, faço de minha solidão um recanto de saudade contigo e com a canção

27.5.12

amar talvez não seja exatamente como penso. ou seja exatamente como penso. o verbo, não o sentimento. o sentir. talvez amar seja demais complicado como costumei acreditar de tempos pra cá. ou seja extremamente fácil, como acreditava na infância e na adolescência. as pessoas são diferentes e complicadas. ou serão elas todas iguais e mais fáceis do que imaginamos? e envelhecer? por que me sinto tão velha já? são muitas vidas acumuladas. espero alguém que cruze com a minha e não saia mais. amor, amar... eu tenho esperanças e não posso nem dizer que não porque por mais que minhas idades acumuladas digam o contrário eu sou nova ainda. tanta coisa ainda vai surgir, que bom, eu fico muito feliz ao pensar nisso. não reclamo porque eu tenho noção de que minha vida é boa. é que fico um pouco impressionada com a capacidade de algumas pessoas de amar tão facilmente. parece que têm a mesma facilidade em desamar. amar, na maioria das vezes, pra mim, deve ser um processo de conhecimento contínuo, que pode até ser rápido, mas deve ser eficaz. conhecer alguém o mínimo possível demora. eu queria tanto te conhecer pra te amar logo. às vezes dá uma ansiedade, uma ânsia, uma coisa. mas só às vezes. nas outras vezes, fico imaginando o que pode ser amar.

24.5.12

sim sala bim (on your tongue)

como chegar até onde o inexistente existe tão latente?
eu sinto a falta de alguém. sinto tua falta.
e é de uma forma tão boa e mágica.
quer dizer, tu não sabes, eu não digo.
guardo segredo do que sinto.
mas eu realmente te acho tão bonito.
em todo caso, eu não sei como saltar meus olhos,
rasgar o céu com asas (?),
quem sabe, e quem pode me dizer ou afirmar?
só sei que escutando o que já escutava,
falando o que já falava,
vivendo o que já vivia,
parece que falta algo aqui que não sei se é paixão
ou puro conhecimento de causa.
como posso falar no mérito?
eu não sei onde te achar, onde te enfiaste?
o mundo é tão grande, infinitamente enorme.
e nas melhores circunstâncias, tornou-se pequeno
e foi aquilo e só e apenas e nossa!
tudo aquilo.
eu fico feliz, estou feliz ao pensar.
apenas queria saber do destino se ainda vai me fazer chegar até onde o inexistente existe tão latente.

19.5.12

he would have laughed

havia algo que reluzia um pedido de misericórdia naquele olhar
e ela continuava caminhando até a escada
porque havia uma escada que levava a um caminho
havia um pensamento que interditava sua respiração tranquila
talvez fosse a música lembrada, um pouco antes escutada
suas pálpebras deslocavam-se cada vez mais lentamente
havia uma vida nova palpitando em seus braços
e a mão que a acompanhava havia-se chegado
enquanto isso, a escada no mesmo lugar
o sobe e desce de almas e corpos do mesmo jeito
havia aquela dança de sentidos que aguçaria qualquer um
havia a música compassadamente tocada, como se fosse perfeita
e a descoberta de um novo lugar qualquer
havia o silêncio absoluto em sua mente
quebrado repetidas vezes pela vida que se fazia em seu corpo
havia o fim de um breve começo e o início de um novo término
foi tão pouco mas foi tanto o que havia
ouve: houve.


12.5.12


até onde dá pra sonhar?

3.5.12

amor reciclado

que todos os amores findos, ah, sejam lindos!
acabou, deu o que tinha que dar
e a vida continua, como sempre
então que todos os amores,
os bandidos, os sofridos, os sortidos
que todos eles sejam sempre bonitos
finalizar um amor dói, é verdade
mas o coração esquece da bondade
aquela sensação de que o amor se recicla
canta o amor em teu peito
esquece da dor que um dia te pegou de jeito
perdoa a ti mesmo e prossegue
que aquele teu amor mal fadado
rechaçado, atrasado, amassado
transforme-se em coisa do passado.
é mais feliz ser feliz do que ser triste
toma o tempo que precisares,
mas quando sentires que é hora
que tu te reergas, encha os pulmões de ar e...
comece novamente a amar!