28.1.12

- por que queres fazer o tempo passar?
- eu não quero, e nem que ele pare. não depende de mim... o tempo é um deus maior que às vezes brinca conosco, meros mortais. o tempo pode ser bom, mas pode ser maldito. eu não quero passar o tempo. nem parar o tempo. não quero nem ter tempo. quero que o tempo me tenha: e que me envolva em seus braços, tragando-me, respirando-me e vivendo-me como ele bem entender.

27.1.12

cárcere

faço-me, repentina e novamente, de refém
e é uma prisão em mim mesma
na qual, de forma simples, posso me soltar
mas esses pensamentos, essa vida que rege
canta e desmanda e me manda ser
'não finja, não se dobre, não force, somente seja'
e eu não posso contra isso
e sou refém do que eu mesma sou
sinto-me tão feliz por isso
apesar de sofrer por querer tanto a liberdade
e não conseguir me libertar nem de mim
a alma quer voar, o corpo quer ficar
desfaço-me nos pedaços de lembrança ainda restantes
traduzo-me no sentir de um futuro bom
palavras
sou refém das palavras
que em uma tela pequena inventada
fazem-me presa em toda a liberdade que posso escolher
luto para segui-la
mas por alguns instantes, só me deixo
permaneço refém do que sou
mas nunca do que me dizem pra ser

25.1.12

que tedioso é esperar...
ainda mais pelo recente desconhecido
que já há muito não aparecia
mas que, quem sabe e com sorte,
deu as caras
que chato é ter esperar pelo sorriso.

21.1.12

em puro contraponto/complemento ao silêncio, digo-te:
descobri.
redescobri.
conheci.
mas não te reconheço mais.

20.1.12

o que é a solidão se não almoçar no meio da tarde chuvosa no mesmo lugar de sempre que costumávamos almoçar, mas sozinha? e olhar para a cadeira da frente e simplesmente perceber que estás tão longe e já estou tão desacostumada de ti... apesar da saudade, desacostuma-se. o que é solidão se não toda a noite, tempo quente, tempo frio, sentir falta daquele que nos abraçava e respirava em nossa nuca? porque a falta é sinônimo quase de solidão. quem sente falta está só de alguém. eu estou tão só de ti ainda... mas vou vivendo. eu não estou mais triste. eu ainda consigo sorrir mesmo diante de toda essa saudade e de ver coisas que remetem a ti (e são tantas). quando vejo que já está fazendo mal, é fácil, simplesmente paro de ver/escutar/pensar. é difícil esse tipo de treinamento da mente, mas eu não me preocupo com isso, é mais um desafio pra mim. eu faço outras coisas pra esquecer da solidão. eu escrevo, eu estudo (e como tenho estudado, quem dera se todas as pessoas que foram deixadas e que se sentem sozinhas fizessem isso, o mundo estaria cheio de 'gênios'), eu danço ouvindo música. não deixo de viver com saudade, sabes? mas é que cansei de viver A saudade.

16.1.12

the dog days are over.

o negócio é o seguinte, caro: és-me raro. és, és, sim. bem, assim como me foste caro para o mal, foste-me raro para o bem. ninguém me fez tão bem, ah, não... sabes bem das coisas que gosto e do que quero, pegaste-me pelo ponto fraco... o de me conhecer. e por isso também foste meu mal. mas tudo bem, não há mal que se propague no tempo sem que o tempo apague ou transforme a mancha em bem. é bem claro que nada do que te fizerem por aí será metade do que viveste por aqui, já sei, já sei, não falo mais sobre isso, não. o fato é que eu deixo, de bom grado, que sintas saudade de mim e queiras abafá-la desse jeito maluco que tens. tudo bem. mas eu não abafo saudade, eu grito, ao menos eu escrevo um grito silencioso aqui do meu coração. nossa, como te sinto em saudades! todos os dias e noites! mas isso vai acabar. não a saudade. quem dera poder-me fazer uma sistemática de um brilho eterno de uma mente sem lembranças... mas que graça teria? quer dizer, acho que nem se eu pudesse, escolheria apagar minhas memórias de ti. elas estão em todo lado, em mim, fora de mim, dentro do meu quarto, eu as visto, eu as ouço, eu as sinto, eu caminho com elas, tu estás aqui, ali e em todo lugar e que booom! eu acabei de pensar que me sinto tão feliz com isso. eu sei de todo teu pequeno detalhe, eu sei e como sei? eu só sei... mas os dias de cão acabaram, meu raro. meu lindo, que apelidei com tanto carinho em uma época que não parece ter sido nessa vida, eu vou ser tão feliz, mas tão feliz, que tu vais te perguntar, com certeza, um dia, da razão de teres me deixado. não é praga, eu sei das coisas, sabes? sei que sim. mas é que vai chegar um momento em que tu vais ter tempo de sangrar, nem que seja por 5 minutos e eles te serão suficientes para pensar 'por que estou longe dela?'. e por mais que eu queira ser sem ti, não será fácil, e por mais que seja loucura dizer isso, eu não espero ser demais feliz para que percebas o quanto foi grande a cagada que fizeste. não, não. eu acho que espero que percebas antes disso, porque assim é bom pra gente: ir construindo uma felicidade que só tem na gente... mas se não perceberes nessa vida... ah, meu bem, eu vou ser tão feliz, tão feliz, algo que não serás se assim continuares... já te disse tantas vezes... tu sentes e queres fingir que não, queres achar que só sabes... e eu sei e, oh, deuses, quero achar que não, que só sinto...que paradoxo. mas eu sei e sinto... voltarás. não acabou. e não acaba assim. mas enquanto isso, eu não vou mais sofrer, nem chorar, nem acordar com vontade de não sair da cama, eu vou à luta, e quando eu estiver muito, muito bem... sei que vens atrás (como sempre foi) e aí a gente conversa. quem sabe do futuro, não?... é... eu sei um pouco. eu sei que os dias de cão acabaram. vai ser feliz daí que vou ser daqui. só continuo duvidando que consigas sem mim. ;-)

15.1.12


a vida não volta.
pensa nisso
e se for o caso,
voltas tu
antes que seja tarde

13.1.12

sábios não mentem.

eu sou a mente que sabe. não a sábia que mente. veja bem: eu nem preciso mentir: tu já fazes teu papel bem feito. não tenho razão em mentir, de te desdizer, de desdizer o que sinto por ti. eu te amo. todo mundo sabe. dizer que não é tentar ser sábia, mas é mentir. cansei de tentar fazer dar certo, mas também cansei de tentar te esquecer. estou cansada, exausta. há 3 exatos anos, lembro que estava sofrendo por causa de tua primeira mentira, que descobri ao acaso. venho sofrendo por 'coisinhas' aqui e ali durante todo esse tempo. tu sofres também, é claro, mas és rápido o suficiente para dizer 'não tenho tempo para sangrar' e logo arranjar uma nova menina da vez. aí acontece algo, tu voltas e acontece tudo de novo. eu sou fraca, mas não tinha percebido, até agora, que tu és mais. a culpa, no fim das contas, não é minha por eu ainda ser louca por ti. é tua, é de tua fraqueza de não conseguir, nem por decreto, me esquecer de vez. desiste. tu não vais conseguir. eu sei porque, infelizmente e para meu desespero diário, eu não consigo te esquecer. então, tu és sábio, mas gostaria que parasses de mentir. pra ti, pra menina da vez que não tem nada a ver... pra mim tu não mentes mais: criaste um monstro. eu não acredito mais em quase nada, virei uma descrente. depois de tanta coisa vi, ouvi e vivi, esse v que me velou nada mais é do que um fim. não desejo mais nada de bom pra ti. espero não desejar as coisas ruins que estou desejando agora por muito tempo, porque não gosto disso. eu espero não desejar mais nada. eu espero não mais te desejar. eu espero que aprendas a conviver com a falta que eu te faço porque só assim entenderias o que é, realmente, gostar de mim. eu sou a mente que sabe das coisas. é melhor do que ser uma sábia que mente.

11.1.12

o mundo todo*

eu só queria um espaço dentro do mundo todo pra dizer pro mundo todo o quanto o mundo todo não importa quando o mundo todo pode caber dentro de mim e o que estou sentindo, não.
o mundo todo é muito pequeno comparado a tudo aqui em mim. o mundo todo jamais saberá o que há aqui dentro de mim. o mundo todo já me viu dizer coisas sobre o que há dentro de mim, mas o mundo todo não imagina o que há de novo dentro de mim. novo de contrário de velho. o novo é lindo. e o mundo todo não sabe o que se passa aqui dentro de mim. porque o mundo todo é algo muito fora dos padrões daqui de dentro de mim. o mundo todo não sabe da música que me faz sentir tudo que sinto aqui dentro de mim. o mundo todo não sonha o que me faz suspirar tudo o que há dentro de mim. o mundo todo é muito minúsculo e nem dá pra ser comparado com o que existe dentro de mim. eu só queria poder tentar explicar pro mundo todo o que há dentro de mim.

o mundo todo não sabe nem o que acontece dentro de mim.
tu sim.

*uma belíssima lembrança, de 15/10/08.
ps: a música que me faz sentir continua sendo a mesma, até hoje. 
that's all.

10.1.12

vi meu reflexo em ti. literalmente. é só olhar bem para onde vão teus olhos. aliás, nem precisa. vi-me em ti de olhos fechados mesmo. e durante teu sono costumava acordar várias vezes. a razão, não sei. quase sempre agonia por estar fazendo algo fora de minha lei habitual e caseira. em todo caso, quase nunca me arrependi. arrependo-me de umas 2 coisas bem parecidas e sabes o quê. talvez 3. mas a 3ª não sabes. enfim, eu ainda te vejo todos os dias ao dormir. é porque em meu subconsciente ainda não consegui mandar. mas vou (re)treiná-lo direitinho e tudo vai melhorar. mas é fato, tão notório... a gente ainda se reflete tanto.

9.1.12



até quando, mais uma vez, é esse teu 'nunca mais'?

8.1.12

mostra teu rosto, assim é melhor.

tá tarde, eu ainda não almocei. eu me encontro totalmente perdida na solidão. é engraçado que sempre que a gente tem alguém a gente espera pelo domingo. domingo é dia de filme, de chamego, de cafuné, de carinho, de jogar vídeo game e de comer sushi ou sanduíche no fim do dia. não é que eu sinta falta de alguém comigo, eu sinto falta de alguém comigo pros dias vazios. pra pegar a solidão e dançar. não me parece real a distância que se diz. não me parece real a imensidão de costumes diferentes de uma cidade pra outra, numa mesma região. não me parece real, ainda, que quando, finalmente, nos encontramos, nos dispersamos. assim mesmo, com os oblíquos todos na frente para mostrar que o que importa mesmo somos nós. aí fico pensando 'mas se fosse para ser, seria'. talvez, se destino existe, ele seja um tanto brutal conosco. talvez mesmo tu sejas um comodista. verdade, verdade. por alguns meses lutaste contra tua preguiça e deixaste-te amar e ser amado. mesmo de longe. era amor o que a gente sentia quando acordava o outro de manhã ou na hora do almoço mesmo de longe. mesmo que fosse um sentimento inominado: ele já corre há tanto tempo. e não parou. ainda corre, ah, deuses... semana passada desacelerou bem à altura do estômago com um beijo bem dado, dormiu abraçado e acordou num pulo, quando viu que o sol já tinha nascido há umas 2 horas. e saiu correndo de novo, mesmo de olhos fechados. tem gente que pergunta 'mas como isso vai terminar?', eu não respondo - até porque não sei também - e quando a pessoa se dá conta do que perguntou, ela se responde 'isso não vai terminar'. não sei até que ponto o vai e vem pode ser eterno. acho mesmo que podes ser contente por aí, namorar, estar com ela em outros domingos que deveriam ser meus... viver uma história igualzinha a nossa com ela. mas não é a minha casa. isso me marcou. 'não és tu'. definitivamente, eu não posso ser substituída, é isso o que tudo o que disseste quer dizer. eu sinto tua falta todos os dias, e te digo isso sóbria. não espero teu 'eu também' sóbrio, até porque tem coisas que a gente conversa só com um copo de cerveja no quintal de tua casa. e uma voz conhecida me fala 'ele volta em tal mês...' e a voz de minha consciência sussurra: 'e tu, ainda estarás aqui?', eu me respondo: 'eu espero não estar'. não que tu não vá namorar de novo, ficar com alguém de novo, aqui, aí, afinal, teu comodismo é intrínseco de ti. é uma das razões que dizes para 'não darmos certo': é que eu mexo contigo e teu comodismo. eu não sou comum. e não é porque eu forço ou tento. é porque eu sou assim. é por isso que 'te apaixonas mais uma vez sempre' ou, em outras palavras, que não te desapaixonas nunca. então. não é por eu não estar aqui que não viverás tua vida como sempre. mas é por eu não estar aqui que tu nunca conseguirás viver tua vida como sempre sem tentar.

ou não é verdade que até hoje (sem mim) tudo não é uma mera tentativa?

5.1.12


parece tão óbvio que deveríamos ficar juntos
mas quando paro para pensar... penso diferente.

4.1.12

pode ser.

pode ser que o sonho de uma realidade vivida aindagora mesmo passe a ser outro sonho
pode ser também que voando alto, ao lado das nuvens e acima do mar de rio, esteja algo de mim em ti ainda
pode ser que a vida se encarregue de me levar aos caminhos mais iluminados
pode ser também que eu aprenda mais facilmente a sorrir lembrando as coisas boas
e que eu não chore tanto ou bem pouco mesmo quando pensar nos ruins
pode ser que seja mais amarga a saudade depois de mais essa temporada de nossas vidas
pode ser que eu vá fingir que eu não ligo para nada disso
mas, ah, meu bem, eu ligo, sim, sabes disso e bem
eu sinto tanto que de tanto sentir criei um mundo em mim que só é de sentires
e te guardei lá, são e salvo dos meus pensamentos
porque sentir é tão fácil, mas pensar é um pouco mais complicado
então já não penso nada, só sinto porque aí não tem jeito
pode ser que um dia isso mude e pode ser que seja mais rápido do que imagino
pode ser que nos descubramos novamente e acredite: ainda penso nisso sem ser louca
mas não tem problema... tu não saberás de nada
até porque não visitas minha alma em palavras como sempre quis que visitasses
ou visitas?
pode ser que eu não saiba
mas se algo bom acontecer, por favor, eu quero ficar sabendo
meu coração já anda enfraquecido com tantos baques de notícias ruins
e no meio de tanta tempestade, eu gostaria de um raio de sol
pode ser que eu fique melhor em relação à falta daqui pra amanhã
e que trocar mensagens e ligações sejam somente o que são
sem que eu coloque tantos milhões de significados, apesar d'eles existirem
pode ser que já tenhas chegado aí antes da chuva das 14h
pode ser que te lembres de mim todos os dias de tua vida
como disseste-me aqui quando eu disse murmurando que isso acontece comigo
pode ser, inclusive, que te lembres que disseste que não me substituíste
pois por mais que a gostes e a frequentes
'não é a tua casa'
pode ser que um dia tu vás te dar conta
que tua morada é em mim

enquanto isso
a gente vai vivendo em si e esperando um ao outro voltar para o lar

2.1.12

dois mil e doze, doce.

não costumo exigir muito de um novo ano, acredito piamente que não adianta nada, superstições, pedidos aleatórios etc., se nós não fazemos por nós. mas pedirei este ano, como se estivesse voltando-me para o infinito e pensando em tudo que tenho e posso fazer nessa 'nova' jornada.

que eu possa mudar meu mundo íntimo com minhas mudanças. se serão bruscas ou leves, eu não sei, mas eu tenho algum tempo para descobrir e ir fazendo por mim. que meu céu continue verde, como sempre e sempre, pois quando estiver caída, levanto as mãos e peço, à toda esta esperança - que tiro não sei daonde, mas tiro -, que me socorra, que me faça ter forças e, mais um vez, me reerguer. que meu mar continue quase sem nenhuma onda, com a tranquilidade que necessito para continuar a molhar meus pés e tentar nadar, mesmo sem saber nadar - por isso, calmaria é fundamental -, em toda essa imensidão. que meu sentir continue colorido e nunca se torne pálido a ponto de que nem um tipo de tinta o transforme em cor novamente. essa é a parte mais difícil. mas que mesmo que meu amor ainda continue sendo teimoso, que eu saiba lidar com isso. que eu tenha a sabedoria de calar no momento certo e falar quando for necessário. que, um dia - e nem precisa ser em 2012 -, meu sussurro te chegue aos ouvidos com a paz que buscas e que, finalmente, parecerei poder te compartilhar. que eu não deixe de viver por essa teimosia de querência e descubra muita coisa, que eu me descubra, que eu saia debaixo dos panos e, descoberta, comece um processo diferente de tudo que vivenciei: que eu deixe somente de sonhar e passe a viver tudo o que sempre desejei. e que, se não for tudo, que haja uma pequena amostra do que poderei conseguir. que mesmo com as mudanças mais concretas que almejo para este ano, eu continue a buscar ternura e doçura, nunca constantes em mim, que as pessoas possam me olhar com uma admiração maior, não pelas coisas que conquistei, mas pelo que eu sou. que eu seja lembrada não pelo que tenho, mas pelo que sou. que eu tenha forças, nem que sejam sobre-humanas, para, passo a passo, realizar meus sonhos e continuar sonhando. que eu possa mudar de ideia várias vezes sobre a forma de agir se assim eu quiser me permitir. mas que eu nunca mude meus valores sobre fazer o bem. só os melhore. que eu ainda possa sorrir, beijar, abraçar, conversar, planejar, viver, estar e ser com aqueles que gosto e que isso possa se tornar, mesmo que distante, uma realidade. que se for pra gente se encontrar, que a gente se encontre em 2012... e que se não for... bem, só espero que a gente nunca se perca.