15.12.12

10 dias.

e se foi pouco e é tão pouco ainda o que vem ainda por aí há de mostrar que talvez nem viva um muito tão intenso assim mas sim só algo que se diga que é bom viver e é bom assim estar... porque de pouco em pouco o sorriso se transformou em algo tão lindo que simplesmente é muito bom de viver com isso. e daí se de repente foi de repente? foi num repente mesmo, foi num estalo, foi isso mesmo e o que importa é que há tanta coisa, há tanto futuro, eu vejo tanto e: que bom, eu posso fazer isso sem correr o risco que tudo vai por água abaixo logo após o pensamento. acho bom que o pouco seja esse pouco que se é tanto já e que vai se transformar em algo mais ainda, eu sei. e como sei, não sei, mas é porque pode ser. pode ser e é.

3.12.12

cor de lótus

ah, bicho
tô numa nice
tô com uma vibe
que não dá tempo de chorar
eu quero é sorrir,
eu quero é sonhar
vem se acabar

tô assim
só tô
numa boa vibração
deixe para lá o mundo cão
não importa a exclamação
tô tão de boa
sou tão do bem
tô tão de bem com tudo
eu vou fundo
nado para lá,
nada para cá
ou tudo para
para onde?
se para? parou?
não
continua
vou ao mundo
piso fundo
pego tudo
solto fogo
apago mentes
vibro em asas
eu tô do bem
eu sou alguém
tão sem ninguém
e tão presente de amor
ah
eu acho que virei flor...




25.11.12

pega esta tua vírgula e desencaixa da metáfora
pois os pontos que te seguem não vieram das palavras
o silêncio que ensurdece te deixou uma mágoa
e os porquês das reticências amarram-se nas falas
deixa o sinestésico e me passa tua antítese
faço do impossível uma interrogação leve
solta teus erros que me fazem delirar
vai de ponto em ponto na áurea do expressar
toma-me e não me compara, só sente desatar
este grito que me explode não consigo mensurar
e vai exclamando uma aliteração inicial
determina uma letra que eu ponho num mural
dá-me teu sorriso e engole o ponto final
faz que vem e finge que vai e fica em meu peito
poetiza com os outros me fazendo te atentar
e nem me demoniza, pois isso é minha alma divinal
este prazer que declamo é a música que cantas
fazer vida do paradoxo sou eu diaba e santa
porque vamos ao inferno, mas continuamos no céu
e entre ambiguidades colocamos um coloquial
não há suspense quando hiperbolizamos algo natural
pega esta tua vírgula e encaixa um eufemismo
somente para dizer que há saudades sem ironia
que há prazer sem fim de texto
pega este final e me dá uma prosopopeia
que me afirme que se iniciou algo paradoxal

e que seja vírgula sempre, afinal


21.11.12

sinto-te ainda, maldito, em saudades ternas que não me saem do peito quando de repente e do nada te vejo. eu te sinto ainda, como uma pontinha de faca que cutuca o coração toda a santa vez que a ferida fica exposta, porque és tão educadamente esquecedor que não terias a audácia ou a coragem ou a falta de compaixão de me acertar durante quase sempre. e então tu te fazes em figura sólida onde não consigo direito sentir teu cheiro, pois tão longe e tão perto. eu deveria ter te dito o quanto ainda te desejo e parece que não para, mas eu ainda te esqueço, maldito. e vieste brincar comigo logo hoje, quando tudo estava bem e havia riso, eu não precisava de ti. desenhei esta letra A como se não houvesse mais tempo correndo, como se não houvesse mais céu ou minha vida vivendo, eu parei e o mundo parou, foi quando eu percebi que não havia sustento, foi quando eu entendi que não havia momento, foi quando finalmente tudo apareceu para mim somente como um pequenino tormento. que ainda atormenta. 'A'-mor, foi que te fiz e te escrevi e te sonhei e ainda te quis. maldito-e-terno.

12.11.12


o que for bom que me alimente
e que o vapor da noite me trague
mesmo de qualquer forma se entregue
que nunca um momento se estrague
o que for verdadeiro me cerque
que o fio da meada nunca se emende
pois os caminhos são vastos
e o destino os entende
o que for sorriso que me enlace
que o grito se ascenda
o olhar que é meu se apreenda
e que o que não se precisa, não se compreenda.

4.11.12

mas então.

ainda
e todos os dias
se quiser me chamar
e ouvir minha voz
é um balão subindo
a lembrança dos dias
o barulho das noites
o realce de saudade

o que não dá para consertar
deixa para lá...

mas se ainda existir
a fina e bruta flor
podes me chamar
podes dizer meu nome
podes me olhar
sem maldade
sem piedade
sem

sem querer...
porque não dá para ajeitar
é só deixar

sem graça
sem pirraça
sem vontade
sem saudade

só nós
mas sem laços.

3.11.12

cheguei ao quase ponto crítico de imaginar que estava com pena, 'quase' porque só pareci estar, mas não disse, eu não estou, não sinto pena. o que sinto é que me angustia ver que pessoas que podem abrir seus olhos a qualquer momento ainda estão afogadas em um sentimento profundo de poder e submissão, contraditório ou não, e que, aos erros e devaneios de quem se ama, não conseguem abri-los. mas não posso sentir pena, eu só me angustio, de verdade, ao ver quem não vê. é bem verdade o que dizem... que o pior cego é aquele que não quer ver.

1.11.12

talvez se tudo tivesse acontecido de forma diferente, não haveria a paz que há agora.
não me perdoo pelos crimes, mas não me condeno por ser humana.
tento ir além do que se vê e, quem sabe, assim viver.
cansei de contar os dias e desperdiçar as noites.
e cansei disso há muito tempo.
se tudo tivesse acontecido de forma diferente, não haveria a sabedoria que há agora.
não me perdoo pelo jeito, mas não me condeno por ser o que sou.
tento imaginar outros caminhos e, quem sabe, assim seguir.
cansei de me fazer de vítima e culpar os errados.
e canso disso o tempo todo.
é porque se tudo tivesse acontecido de forma diferente, não haveria o prazer que há agora.
e eu me perdoo por te perdoar, e não me condeno por não te condenar.
tento ver exatamente aquilo que conheci e, quem sabe, assim amar.
cansei de odiar, cansei de tentar redimir, cansei de não acordar, cansei de procurar razões para não gostar.
foi difícil. mas eu cansei realmente.
se tudo tivesse acontecido de forma diferente, não haveria a saudade que há agora.

14.10.12

naza.

o que acontece no círio de nossa senhora de nazaré?
para aqueles que acompanham e têm a tradição de vivê-lo, é muito fácil explicar: não há explicação. todos os símbolos - desde as procissões às comidas típicas - estão presentes e fazem-se 'entender' só por ali estarem. mas a verdade é que para aqueles que, além de acompanharem, ainda compartilham da fé, que aqui falo em sentido totalmente amplo, sem mencionar qualquer religião, a simbologia talvez seja ainda mais emocionante. não há explicação que consiga explicar.
para aqueles que somente gostam da cultura popular, o círio de nossa senhora de nazaré ainda assim é emocionante. imagine uma procissão que leva 2 milhões de pessoas às ruas de belém, que se já são estreitas durante os engarrafamentos rotineiros, imagine engarrafada com esse mundo de gente. é um caso de estudo esse tal de círio.
para aqueles que não acreditam, eu não digo para acreditarem. para aqueles que não respeitam, eu digo o que ouvi hoje de manhã de minha mãe (que não a naza): a alma boa respeita todas as religiões. para aqueles que não têm religião, o círio ainda pode ser bom: e maniçoba? e tucupi? e não trabalhar amanhã de manhã? hehe digo, sempre há um lado bom que se enxerga de perto no círio...
para aqueles que não são paraenses, venham ver. e quem vem ao pará, parou... tomou açaí, ficou. só o que eu te digo. no círio então... aí sim, vocês vão ver o que é ser paraense.
para aqueles paraenses que estão longe... a nazinha acompanha, sempre... sem as comidas, sem o tucupi, é verdade, mas a mãezinha abençoa a todos nós.
e, para aqueles que, como eu, são completamente apaixonados pelo círio... o que posso dizer? a cada imagem é uma lágrima, a cada música, um sorriso, a cada passagem, a cada manifestação, a cada barulho de fogos de artifício .. o coração pulsa, fortemente. para aqueles que, como eu, acompanham e têm a tradição de viver o círio de nossa senhora de nazaré, digo: compartilhem. espalhem essa alegria viva e incandescente por aí. tremam o corpo todo de emoção só de lembrar que vocês tiraram uma foto bem do lado da berlinda, segurando a corda, antes da imagem sair para a trasladação (eu continuo me tremendo) ou de qualquer outro gesto que vocês tenham vivido e que possam ter dito: viva nossa senhora de nazaré! (viva!)
porque o círio é isso, muita gente suando, muita cultura se misturando, muita comida cheirando e muita fé rondando. e a nazinha viva em nossos corações. viva, viva, viva!

6.10.12

is a waterfall.

e de novo aqui, eu quero dizer: brindo-me sozinha ao inverso do avesso do que costumei ser e que agora já sou, vivo tanto e tão bem, sonho tanto e realizo tão pouco, mas sonho, canto, grito! brindo-me, celebro-me, vivo-me, canto-me, somente por ser feliz com o que sou e não somente com o que tenho, conquistei ou quero. eu sou, estou viva, eu sinto!

(e isso é muito bom, égua, doido!)

e essa conversa de falta.

falta. sinto. sinto e falta. tanta gente de quem sinto falta. e tanta falta que faz o sentir. paro para pensar nos caminhos que percorri e que se hoje estou aqui é porque... bem, é porque eu percorri, corri, pulei, andei, parei... não é grande coisa. cada um sabe por quais caminhos andou e tira o proveito que quer disso. mas, feliz ou infelizmente, enquanto andamos - e não podemos parar -, deixamos pessoas pelo caminho. é bem verdade que encontramos outras. ninguém é insubstituível. mas ninguém é substituível também. é um paradoxo que me encontrou no caminho. mesmo que hoje estejamos felizes, há um momento em que sentimos falta de algo que ficou pelo caminho. não tem problema, logo passa. passado foi isso que ficou. o presente é algo mais lindo, é o que podemos fazer, é pelo que lutamos, é onde a felicidade mora. por isso que viver sem se preocupar com o que não é preciso ou simplesmente acontece ou não tem solução é uma receita velha - clichêzão - que talvez funcione. estou em paz porque depois de muito caminho percorrido e percebendo que ainda tenho muito a percorrer, eu não me preocupo com o que não preciso me preocupar. nem com a falta que sinto de vez em quando. quase nada surpreende, quando a gente amadurece percebe que tudo é muito comum. e é. até a surpresa que se está esperando. até a que não se está. aí o presente vibra: tudo explode em fogos de artifício como constelações de estrelas. é bom. é isso aí. a falta não pode ser presente, a falta é passado. o futuro a deus pertence (e a nós também). é só cuidar. falta. falta faz. falta faz e passa. sinto. sinto, sim. e o sentir é eterno.

3.10.12

foi-se o tempo em que passarinho cantava indiscreto o barulho sagrado do ser.

2.10.12

a letra E*.

eu espero em toda a eternidade
esperança em minhas entrelinhas
estrelas em espelhos exaltando esplendor
entradas ao especial enlaçar do céu
enfim, estarei em meu eu
e enquanto estás sem teu véu
eu externo a vontade envolvida em um breu
envaidecida por um ébrio encaixe
de elucidantes emoções e vertigens e evasão
nada invade, eu expando em errante pretensão
e envolvo-me em delirante inrazão
esperança em todas as entrelinhas
estrelas em todas as partes
é essa minha essência
enquanto eu procuro meu próprio eu
encontrando-me em tua ausência

*escrito em 06.09.11

30.9.12

tenho quase certeza que enquanto o sol se esconde atrás da nuvem de chuva que desponta no céu, fazendo cair água fininha só para molhar rapidamente quem tá na rua - afinal, belém é isso mesmo, chuva e sol ao mesmo tempo, quase todo o tempo -, algum pensamento teu devaneia perto do que chegou a ser eu. em forma de dó, em forma de lá, em forma de sol, tão presente na luz que emanei, emanaste, emanamos. levar-te-ia, em bom português, não sei se de portugal, mas certamente em verde e amarelo, todo o azul que desejas para completar o gosto doce do sal. ah, eu canto, escrevo e vivo tudo, fico calada sempre, e te olho com uma neblina de perguntas que só eu sei quando há resposta. e eu me saio e me mostro assim, às letras. há algum pensamento. e de repente: fez-se.

sem mais.

17.9.12

cordiformemente falando.

que é ruim já deixar alguém que se gosta, assim, meio que de supetão, ninguém duvida. nem importa quanto tempo se passou, se foi 1 ano, 1 mês, 1 semana. eu entendo os românticos e teimo em dizer que não sou uma. mas acabo sendo. não é nem essência, é porque eu gosto de gostar. ah, é tão bom ter alguém para esquentar o coração. aí quando esse alguém vai embora - tão difícil não ir! -, o coração fica pequenininho, com frio e um pouco solitário. quebrado, ele descolore tantos sentimentos bons que, se não formos fortes o bastante, nunca mais ele se recupera. a vida é assim, abdico de tanta coisa, nem sempre significando que gostaria que acontecesse, mas é isso: por mais que esteja discretamente machucada por dentro, eu teimo em fazer do erro um acerto, do frio um lugar quente, e do escuro uma luz. mesmo que tenha havido um peso demasiado, continuo achando que é melhor pecar por gostar do que por deixar esquecer... e sempre haverá leveza em um bom sentir, sempre!


7.9.12

que seja curta, breve, leve
que seja assim, mas que não seja efêmera
que seja calma, chama, luz
que seja assim, mas que não seja vaga
e que eu possa ver, correr, perceber,
mas que não precise fugir
havendo o simples, o bonito, o bom,
sem exageros no que não se precisa haver
porque eu não sinto nem raiva nem dor
eu senti o perdão em minhas veias
e perdoar é seguir em frente
o perdão me faz te ver com outros olhos
mesmo que tu continues o mesmo
fomos ambos culpados
de um crime que nem quisemos fazer de perfeito
fomos ambos culpados de termos estado
no mesmo lugar, ao mesmo tempo
fomos ambos culpados de termos nos apaixonado
e que isso valha como vida!
que seja quente, forte e suave,
que seja brisa, lenta e cheirosa,
que seja viva, permanente, preciosa...
que seja minha essa sensação de só se ter

amor!

5.9.12

é, sim.

é estranho que seja de mansinho,
mesmo que o manso tenha chegado rapidamente.
e é chato que o que ainda nem é
já esteja no perigo de nem ser,
desse jeito de mal chegar
e já estar querendo ir.
mas eu te digo: nem vai, fica.
para de querer ser mais um,
desses que chegaram
e quando vi, nem enxerguei mais.
é ir gostando, de pouquinho em pouquinho,
assim, devagarinho,
do meu jeito apressado, eu já sabendo
que isso tudo é algo bom.
e o manso pode continuar.
nem és mais um.
nem és tampouco o salvador da pátria.
nem és tanto assim.
mas vendo o mansinho deslizar,
ah, eu prevejo.
vais ser algo melhor do que o bom que já és.
nem sei se vais querer ou deixar,
e talvez nem aches que é assim.
só que eu tenho poesia pra te dar
e músicas a te cantar.
senti falta e o que faz falta vale a pena.
que haja luz em teus pensamentos,
porque eu, eu assim, por mim, acho que já sei.
nada de ser mais um,
porque não quero ainda que te vás.
a vida pode nem ser assim, facinha.
mas meu sentir, de repente, é.
é, é isso.
sem mais confusões ou delongas, é. só é.
podes até não concordar,

mas-é.

15.8.12

algo mais maravilhoso.

houve um tempo em que o gosto do amor era mais doce.
creio que era mais doce principalmente pelo fato de ser tão novo.
mas a verdade é que foi em uma outra vida.
eu não consigo lembrar mais as sensações que me perfaziam,
só tenho algumas pequenas memórias teimosas.
isto porque, meu bem, eu as deixei ficar...
destruí as sensações que tivemos para que eu não me destruísse com elas.
amei-te demais e é por isso que hoje tudo é tão estranho.
recordo os dias, o que fizemos e para onde fomos.
porém, não me transporto como pareces fazer, ao escutá-la.
eu não me permiti isto durante muito tempo,
e hoje em dia, simplesmente, não consigo mais, nem que eu deseje muito.
fico pensando se poderias me contar como era,
afinal, foi um bom momento de minha vida.
a imagem pura e verdadeira da fantasia, do amor, da paixão e da poesia.
mesmo que tenha durado tão pouco tempo...
não houve algo mais maravilhoso após esse tempo, para mim.
o que eu posso dizer? não posso mentir.
o vazio que deixaste ainda existe,
só que não será preenchido mais por ti.
somos seres que não seríamos à época,
e agora o que somos jamais poderia imaginar que seríamos.
porque não somos nada.
nem grãos de areia de um mesmo oceano.
sinto saudade de tudo o que fomos.
e, depois de muito tempo,
pela primeira vez após nosso breve conhecimento,
escuto algo novo e lembro-me de ti, é claro.
pensei bem agora e foi até na mesma época.
enquanto cantarolava a música anterior,
que não era, mas passara a ser inédita,
eu me apaixonava suavemente por ti.
anos depois, quem diria, estou me apaixonando novamente.
não sei exatamente por quem ou pelo quê.
talvez só por ouvir a voz dela.
e pelo fato de que me acostumei com as mudanças,
onde, no momento, é tudo inerte.
o veneno acabou, o vício findou.
that's all.
só que ainda não tudo.
tudo aqui, afinal, não é para ti.
é para mim...
apaixonadamente lembrando a vida que tive antes.
sem dor, sem rancor, sem pudor, sem amor.
somente porque algo novo aconteceu, após tanto tempo.
ainda me encontro desamando brutalmente.
e me perguntando se um dia terei com outro alguém
o que tive contigo, meu bem.
e às vezes o que me sustenta é acreditar.
é pensar que é possível.
que aqueles meses contigo tornar-se-ão anos com outro.
quem sabe eu não cantarolo para ele?
quem sabe o amor não se torna doce novamente?











6.8.12

talvez eu deva ser forte*

à quem devo pertencer?
sentir novamente o peito palpitar
e ver os olhos lacrimejarem
faz tempo que não sei quando foi bem
fez um sutil ardor onde não ardia mais
eu sou de alguém?
estou desaguando em algum lugar
onde nem existe mar
penso em frases curtas
que poderia repetir com calma
eu quero, de repente, de novo
mas não sei mais se é possível
já pertenci e me desatei a alma
doeu, afinal, de repente
onde estás para me cuidar?
longo é esse caminho...
de não saber nem de quem se é
além de si mesma, mas isso tenho certeza
eu quis por um instante
me dividir com quem eu pertenço
não é como penso
fecho os olhos e procuro bom senso
à quem eu deveria pertencer?
já foi embora?
perdi a hora?

demora?

*pedaço da música da mallu, 'por que você faz assim comigo?'

28.7.12

aquele momento em que tudo o que é confortavelmente quente se encontra em um cruzar de mãos, discretamente. e que onde tudo se torna exatamente aquilo que deveria ser, mesmo não sendo nada ainda. onde não há som, não há barulho, mesmo havendo, mas onde há o mais importante que é o querer de uma curiosidade que ainda não terminou.

19.7.12

'quero virar sua pele, quero fazer uma capa, quero tirar sua roupa' *

toda aquele pele que se fazia e luzia nos primeiros raios de sol não é suficiente para explicar a paz que me causou, e todos aqueles dedos que seguiam se desviando do olhar que eu segredava... por algum tempo não houve correr de tempo e assim pude aproveitar muito mais do que tua companhia poderia me oferecer. me desencontro das regras só para pousar novamente em teus braços, e eu te desejo tanto como diz a música que me canta, encanta e espera. e espero o destino se firmar ou se desalinhar como quem senta em frente à imensidão do mar, sem pressa, sem ao menos existir realmente. porque quando fecho os olhos, o meu querer em ti me basta, só não finda por aí: afinal, melhor que fechar meus olhos e te imaginar é fechar meus olhos e te tocar...

* 'sambinha bom', da mallu magalhães.

1.7.12

falta alma.


engraçado que, mesmo sem saber, ao certo, o que escrever nas próximas linhas, eu já sabia o título. normalmente quando escrevo algo, entitulo no final. isso porque eu não sei sobre o que escreverei, só vou juntando as palavras, sem moderação, e sai 'qualquer-coisa' disso tudo. às vezes nem eu entendo o que quis dizer e não ponho título. entretanto, agora, eu tive uma louca vontade - comum nos textos entitulados no começo ou no fim e nos sem título - de escrever algo que me afligiu. de repente ou juntando essa aflição aos pouquinhos, estou aqui, nesta noite, pensando o quanto falta alma no mundo.
quer dizer - vou me dividir em parágrafos (o que não faço, costumeiramente) -, parece que ninguém faz mais as coisas com paixão. 'ninguém' ou poucas pessoas, ou muitas, não sei, algumas. eu sinto falta de sonhar. eu também lembro o que eu era há algum tempo ou 'há' algumas pessoas. eu fui outra coisa com pessoas que hoje em dia não estão mais tão próximas. por uma vida toda ou somente por 1 dia, parece que existem pessoas que, naturalmente, fizeram parte de mim de uma forma a me fazer sonhar.
eu não deixei de sonhar. nem posso contar quantas vezes ao dia eu me pego olhando o céu - ultimamente bem azul e com lindos pores-de-sol* - e sonho. com o quê? bem, eu não sei ao certo, essas coisas me parecem muito abstratas para tentar descrever. eu tenho sonhado muito, mas sozinha. e eu sinto falta de alguém para sonhar junto.
onde estão as pessoas que sonham junto? é só olhar o céu...
recuso-me a virar alguém sem sonhos, mesmo os mais malucos possíveis. fazer 1 milhão de coisas antes dos 30. provavelmente aos 30 não vou ter feito metade do que sonhei, mas não porque não lutei, e sim porque eu gosto de sonhar e acabo sonhando muito. é minha distração favorita. penso em todos os céus que verei em tantos lugares do mundo. não posso perder tanta alma. ao contrário: eu quero me somar de alma. todo dia perdemos um pouquinho de nossas almas por aí, no meio do trânsito, dentro do ônibus, assinando documentos. viramos reféns de nós mesmos numa sincronia perfeita do fazer mecânico: só fazemos. por que? cadê nossa alma nisso? é bom botar uma pitada de alma e um cheiro de sonho nas coisas que fazemos. fica mais bonito.
falta alma. por isso as pessoas têm sonhado cada vez menos. ou, ao contrário, sonhado cada vez mais, só que com coisas bestas e passageiras. com materialidades. cadê o amor? eu me sinto tão vazia. tão sem alma de ninguém.
acho que o mais necessário nesse momento mesmo é olhar o céu e ver que o irreal não é tão extraordinário assim de se sonhar. basta imaginar com a alma (e correr atrás).

*dedico os 'pores-de-sol' a quem me fez indagar como seria o plural de algo tão belo, cha e cris.
obs.: propositalmente 'pores-de-sol' no texto, mas sabendo que o plural é 'pôr-de-sóis'.


27.6.12

acho tão bonito acordar todos os dias, olhar o céu e ver que não há fim.
como poderia acreditar que tudo acaba aqui?
eu me sinto feliz quando penso que a existência não é vazia,
porque não há morte, só há vida.
alguns recomeços, aqui e ali, nesse e em outros planos.
como diria john lennon, sem religiões... sem paraíso ou inferno abaixo de nós.
esta vida é o que temos agora,
mas existiram e existirão outras.
sinto-me à vontade para falar sobre isso, hoje em dia.
pois a evolução é constante
e a bondade deve ser igualmente presente.
a vida não tem fim,
e ainda assim eu me pauto em boas vibrações,
pois esta sim é a finalidade de viver.
imaginem... uma vida mais simplificada.
em que todos soubessem que não acaba aqui,
e, assim, todos evoluiriam,
de forma mais lenta ou mais rápida,
mas conseguiriam.
talvez o mundo não fosse tão cheio de mazelas e fanáticos,
talvez não houvesse tanta maldade e falta de compaixão.
talvez, se as pessoas parassem de buscar uma 'salvação'
em atitudes isoladas, ditadas por uma religião,
e tivessem mais tolerância com a crença do outro,
talvez, mas só talvez, elas veriam que a salvação está em nós mesmos
e que não há céu, não há terra, não há inferno.
o que há, em verdade, é uma penca de lugares infinitos
que só são povoados por quem mereceu.
como acreditar que eu saio daqui para um paraíso?
ou para um lugar ruim?
como acreditar que inferno e o céu não são aqui, todos os dias?
como me fixar em uma religião que descrimina pessoas?
eu prefiro seguir o conselho do lennon, mas não só imaginar.
eu tento fazer algo, todos os dias.
boas vibrações, otimismo, positividade.
e ter certeza de que não termina aqui,
pois o céu é muito grande para ser só um.

24.6.12

menti:
sobre viver,
sem magia não dá pra ser.
não dá pra não sorrir.
e se um dia doeu muito,
uma dor tão grande,
que quase chegou a fazer estrago,
de que talvez eu não voltasse mais,
do fundo da dor que doía tão amarga,
hoje não arde mais nada.
viver.
a verdade sobre viver
é que não dá pra viver
sem ser feliz.
sobreviver não é o bastante.
a gente tem é que gargalhar,
correr, suar, dançar!
viver e ser feliz é pleonasmo.
não dá pra viver sem ser feliz.
e, pensa bem,
pra isso, só basta um triz. 

22.6.12

estes dedos andam tão incrivelmente devagar
que tem andado até meio perdidos por aí
é que a calma que vem acompanhar
desliga-se dos instintos que vinham destruir
ruínas de figuras de linguagem espalhadas
num céu de um arco-íris desfigurado
em um amor que nunca deu em nada
não porque amar é ruim
é que amei o lado errado,
isso sim.
e agora tão despretensiosos
a mão que antes afagava as palavras sem perdão
hoje em dia só quer se guardar
em busca de calma, compreensão
e um carinho para alguns passar
que saudade da época em que elas não paravam
eu tinha tanta coisa a dizer
continuo tendo, esta mãos não cessarão
e que saudade boa que não faz sofrer
quer dizer,
não há nada a dizer
nem nada a fazer
de vez em quando, aqui e ali, uma palavra vem derreter
esse muro que ergui sem querer
é que, simplesmente, o que tenho já me basta
e se um dia alguém quiser me vir a ter
novamente, visto a sensibilidade das mãos que gostam de escrever

11.6.12

eu não estou certa disto - ou daquilo -
e quem está?
quem é tão pretensioso a ponto de estar certo?
eu não estou certa nem de que não estou certa.

e o melhor é que estou pouco me importando. ;}

4.6.12

don't let it break your heart

hoje eu me lembrei porque sentia saudades. revigorada, ela veio de leve se manifestando durante a manhã, após mais um sonho bom. a verdade é que tanta coisa já passou que não sabia mais ao certo o que eu estava sentindo. e, num rompante, chorei. fazia tempo também que não chorava. vai ver que era porque eu não sentia.  mas foi só a recordação das razões da saudade chegar que eu vi porque eu sentia saudade. era bom, era estupidamente bom. e ainda é quando lembro. nem faz tanto tempo assim, não é? ou faz. o que sei desse tempo todo é que pedi exaustivamente ao tempo que me curasse dessa saudade. pelo menos da dor de senti-la, como se o mundo inteiro se abrisse e eu fosse caindo pra dentro de mim mesma, sem saber quando ia parar. era uma agonia. mas hoje, no mesmo dia em que lembrei porque sentia saudades - a ausência da presença -, eu também me dei conta que isso não me arrasa mais. agradeço ao tempo - um de meus senhores - por fazer somente que eu recorde o que passou e que sinta saudade do que vivi, e por não me deixar mais experimentar o dissabor de ficar imaginando um futuro que jamais existirá. 'foi' bom. e dá saudade. pode ser que a gente ainda possa viver em harmonia mesmo, espero que sim. mas é que eu quis tanto viver ao teu lado que já não sei mais se quero essa harmonia distante. talvez eu ainda pense que só funcionamos se próximos. talvez em ainda pense que se não for assim, não dá. e, por essa dúvida, sigamos. as estradas que seguimos nos levaram a caminhos muito diferentes. não sei o que vai acontecer daqui em diante. nem tento descobrir mais.
acho que só queria registrar que senti saudades e agora, diante de tudo, eu me lembrei da razão.

28.5.12

o nome disso é som daquele começo daquela música daquele disco

quis fazer de minha obscuridade um caminho para a luz em teus lábios
que se fizeram sorrisos aos meus enquanto cantava
eu entendi tantas coisas em um só momento que poderia ser mais do que eu esperava
e a vida dá tantas voltas e nunca seremos sábios
ainda não consigo entender a imensidão  do horizonte
muito menos decifrar que alma irei visitar
existem coisas que eu quero ficar sem saber
é tão distante e tão incomum que eu prefiro não compreender
quis fazer minha indecisão uma incógnita do que jamais pude perceber
o mundo é tão longe de mim mesma algumas vezes
como alcançar a vida toda que caminha dois passos enquanto caminho um?
correr não adianta, o tempo acelera também só pra fazer graça
mas eu quis tanto fazer de mim um ser que a ti ficasse
e sinto falta de algumas poucas coisas, aqui e ali, como se isso existisse
como se em meu ser tu pairasses, como se em teu ser eu persistisse
quis fazer de minha monocromia um laço frouxo de descoberta
e que brilhasse a partir da vontade de se ter mais perto
até que, sem empurrões ou estranhos encaixes, tudo se tornasse pura cor
eu quis desembaraçar as notas dessa canção num tom maior
quis fazer com que tudo parecesse real em uma voz de flor
e sem os versos óbvios que sempre aparecem
é porque eu ouço flores quando lembro do que me falaste ao pé do ouvido
quero fazer a pergunta que não quer calar,
mas não posso, senão ponho a dúvida toda a perder
só quero que um dia saibas que me faço essa pergunta todos os dias
e que eu realmente espero poder respondê-la quando ela for respondida
o esclarecimento depende de ação
assim, quem sabe, faço de minha solidão um recanto de saudade contigo e com a canção

27.5.12

amar talvez não seja exatamente como penso. ou seja exatamente como penso. o verbo, não o sentimento. o sentir. talvez amar seja demais complicado como costumei acreditar de tempos pra cá. ou seja extremamente fácil, como acreditava na infância e na adolescência. as pessoas são diferentes e complicadas. ou serão elas todas iguais e mais fáceis do que imaginamos? e envelhecer? por que me sinto tão velha já? são muitas vidas acumuladas. espero alguém que cruze com a minha e não saia mais. amor, amar... eu tenho esperanças e não posso nem dizer que não porque por mais que minhas idades acumuladas digam o contrário eu sou nova ainda. tanta coisa ainda vai surgir, que bom, eu fico muito feliz ao pensar nisso. não reclamo porque eu tenho noção de que minha vida é boa. é que fico um pouco impressionada com a capacidade de algumas pessoas de amar tão facilmente. parece que têm a mesma facilidade em desamar. amar, na maioria das vezes, pra mim, deve ser um processo de conhecimento contínuo, que pode até ser rápido, mas deve ser eficaz. conhecer alguém o mínimo possível demora. eu queria tanto te conhecer pra te amar logo. às vezes dá uma ansiedade, uma ânsia, uma coisa. mas só às vezes. nas outras vezes, fico imaginando o que pode ser amar.

24.5.12

sim sala bim (on your tongue)

como chegar até onde o inexistente existe tão latente?
eu sinto a falta de alguém. sinto tua falta.
e é de uma forma tão boa e mágica.
quer dizer, tu não sabes, eu não digo.
guardo segredo do que sinto.
mas eu realmente te acho tão bonito.
em todo caso, eu não sei como saltar meus olhos,
rasgar o céu com asas (?),
quem sabe, e quem pode me dizer ou afirmar?
só sei que escutando o que já escutava,
falando o que já falava,
vivendo o que já vivia,
parece que falta algo aqui que não sei se é paixão
ou puro conhecimento de causa.
como posso falar no mérito?
eu não sei onde te achar, onde te enfiaste?
o mundo é tão grande, infinitamente enorme.
e nas melhores circunstâncias, tornou-se pequeno
e foi aquilo e só e apenas e nossa!
tudo aquilo.
eu fico feliz, estou feliz ao pensar.
apenas queria saber do destino se ainda vai me fazer chegar até onde o inexistente existe tão latente.

19.5.12

he would have laughed

havia algo que reluzia um pedido de misericórdia naquele olhar
e ela continuava caminhando até a escada
porque havia uma escada que levava a um caminho
havia um pensamento que interditava sua respiração tranquila
talvez fosse a música lembrada, um pouco antes escutada
suas pálpebras deslocavam-se cada vez mais lentamente
havia uma vida nova palpitando em seus braços
e a mão que a acompanhava havia-se chegado
enquanto isso, a escada no mesmo lugar
o sobe e desce de almas e corpos do mesmo jeito
havia aquela dança de sentidos que aguçaria qualquer um
havia a música compassadamente tocada, como se fosse perfeita
e a descoberta de um novo lugar qualquer
havia o silêncio absoluto em sua mente
quebrado repetidas vezes pela vida que se fazia em seu corpo
havia o fim de um breve começo e o início de um novo término
foi tão pouco mas foi tanto o que havia
ouve: houve.


12.5.12


até onde dá pra sonhar?

3.5.12

amor reciclado

que todos os amores findos, ah, sejam lindos!
acabou, deu o que tinha que dar
e a vida continua, como sempre
então que todos os amores,
os bandidos, os sofridos, os sortidos
que todos eles sejam sempre bonitos
finalizar um amor dói, é verdade
mas o coração esquece da bondade
aquela sensação de que o amor se recicla
canta o amor em teu peito
esquece da dor que um dia te pegou de jeito
perdoa a ti mesmo e prossegue
que aquele teu amor mal fadado
rechaçado, atrasado, amassado
transforme-se em coisa do passado.
é mais feliz ser feliz do que ser triste
toma o tempo que precisares,
mas quando sentires que é hora
que tu te reergas, encha os pulmões de ar e...
comece novamente a amar!

30.4.12

nunca, em minha vida, fui tão paciente como estou sendo agora. mas estou com aquela sensação de que se assim eu for, muita coisa boa vem por aí. sempre fui impulsiva, desejosa, de querer tudo naquele momento. aprendi a planejar da mesma forma que sei sonhar: eu precisei, afinal, não sou mais adolescente. chegou a hora de concretizar os sonhos. sem planejamento, nada rola. agora é fazer por mim mesma. e continuo querendo tudo e querendo agora! e quero tanto que acumulei forças em mim para ter paciência. 'vai chegar tua hora, vai rolar'. eu apostei minhas fichas nisso. claro que não tô só esperando cair do céu. o que adianta querer tanto algo e não fazer acontecer? ah, não, isso não existe. pobre daquele que não faz por si. eu tenho uma vontadezinha aqui dentro que cresce, vai dar flores, frutos. quer dizer, nunca fui paciente. e quando resolvi ser: mágica! as coisas vêm acontecendo no ritmo certo, no tempo certo. como uma música que não desanda. como um bolo que não desafina. com a minha 'loucura' usual, eu sempre fui sã. com a minha querência urgente, eu aprendi a ter paciência. é verdade, a vontade é tão grande, tão grande, que só falta explodir meu estômago, roer todas as minhas unhas, bagunçar meus cabelos. os pensamentos passam queimando pela mente e eu tenho que parar. e eu penso: 'paciência'. porque eu sei que eu posso.

24.4.12

mais um desabafo de duas horas da manhã.

a tristeza só existe para uma coisa:
para entristecer.
o que é feito dela se transforma:
aí tudo bem, tire as coisas boas das ruins.
enquanto fiquei tanto tempo,
e ponha tempo nisso,
debatendo-me contra uma corrente
imponentemente mais poderosa do que eu
e, pior,
onde nem valia à pena nadar
eu perdi horas, dias, semanas
e nada mais me fará recuperar isso.
contudo, e com tudo:
a tristeza que me entristeceu serviu
só para mostrar o quanto o sorriso existe
e o quanto dou mais valor a ele
e eu que passei tanto tempo me preocupando
com o que não existia,
com o que se passava dentro de um ser,
esqueci de me lembrar que a vida é lá fora!

nada me leva de volta ao tempo que perdi,
a vida não volta,
mas dá voltas.
corre, corre, menina!
envolta de outros vivos, vultos, va-ga-ro-sa-men-te
vivendo em outras letras.
corre, menina, mas não tropeça:
vai com a calma que tens,
a paciência que desenvolveste.
a vida se encarrega de vingar teu tempo perdido.
menina, corre, te larga no mundo, o quanto puderes.

menina, you only live once.
mas não te esqueças que não só essa vez.

'eu aqui me estressando com essas bobagens,
enquanto existe um mundo inteiro me esperando'.

22.4.12

ainda não fazem pessoas de algodão*

eu não consigo mais não acreditar que nada nessa vida é por acaso. em tempos de reflexões diárias sobre a existência, não posso deixar de reparar o quanto o encaixe dos acontecimentos  é misterioso e perfeito. mas uma coisa, no meio de tanto mistério, é certa: mesmo que demore, ainda vais entender o que estava pela metade. eu odeio dar conselhos porque eu só sei explicar o que eu passei e senti, pra eu mesma me aconselhar e saber o próximo passo. peço ajuda aos meus amigos mais queridos (e são pouquíssimos), mas dar conselhos sempre foi difícil. mesmo assim: segue nessa vida com algo pra acreditar. não tem como não acreditar em algo bom, porque existe. pode não ser tão palpável, tão material, e é isso que dá toda a credibilidade pro negócio: o imaterial é tão misterioso quanto à vida e faz com que a gente tenha várias possibilidades de caminhos e de evolução espiritual: é o tal do livre-arbítrio. peço perdão muitas vezes ao dia por coisas que fiz, óbvias e não óbvias, só pela esperança de que um dia tudo isso vai se encaixar: as coisas ruins se transformarão em boas e eu vou entender tudo o que passei, passo e ainda vou passar. por essas e outras que nada nessa vida é por acaso. de vez em quando, a vida me traz cada surpresa maravilhosa... nada descreve essa leveza minha. a esperança sempre se renova. a vida sempre me sorri, complicada, mas sempre mostra os dentes. sempre tenho a luz comigo, as pessoas que escolhi ter ao meu redor, o amor ainda não encontrado que escolhi esperar tranquilamente, o que é meu há de ser. pessoas de algodão não são fabricadas, mas sim se transformam. saí do chumbo pro algodão, do peso para a leveza.
e é isso, sem 'moral da história'.




*trecho da música 'joão e o pé de feijão' do cícero rosa lins.

19.4.12

dizem que o ser humano é capaz de aguentar muitas batalhas. acrescento que assim deve ser e mais ainda: batalhas de uma guerra interminável. meu corpo aguenta algumas cicatrizes que vêm de feridas suportadas desde a alma. durante muito tempo, em um período de silêncio, em que palavras simplesmente não fluem e eu continuo tendo muito a falar, reflito sobre o que meu corpo e minha alma ainda podem suportar e, como numa reciclagem, eu me levanto e repito-me 'podes encarar'. não é que eu goste de me expor a grandes perigos, mas tenho que dar grandes empreitadas. vivo num ciclo semieterno de idas e vindas reflexivas, mudo de ideia de como fazer algo, mas dificilmente eu mudo de ideia quanto a esse algo. tento sobreviver a esse mundo cão de todas as maneiras benéficas possíveis que conheço - até porque já tentei sobreviver de algumas formas ruins - e assim vou seguindo. nunca pensei que não teria de quem sentir saudade concreta, quer dizer, eu sempre achei que o amaria para sempre, mas não. estou vazia. e sinto falta de amor, quem não sente? dá uma certa esperança para aqueles dias ruins, algo do tipo 'será que vou falar com ele hoje?'. entretanto, isso vai te sufocando de uma certa maneira que é melhor estar assim sem quase estar: vazia. o bom disso tudo - e eu sempre vejo o lado bom - é que um coração vazio está prontinho pra outra. mentalmente, não sei se estou, são muitos pequenos e alguns poucos grandes traumas. a verdade é que até quis querer, mas não deu. 'ele não soube jogar o jogo'. entre tantas batalhas que já aguentei, fico me perguntando até quando posso aguentar essa. já fui amor, já fui desamor, porém nunca fui anamor. sei lá. é tão estranho. eu queria cantar a alguém, sorrir a alguém, ir ao encontro de alguém, mas não há ninguém. só há eu mesma. e corro ao meu encontro todos os dias, pra ver se me entendo. digo, existem guerras, moléstias, violência, corrupção por aí. eu entendo isso, o assunto aqui é tão pouco prático e palpável, porque fico pensando que tô sendo bem egoísta ao acabar tentando me entender. ou não. tentando entender a mim mesma talvez possa entender outras pessoas. estou divagando. a questão é: sinto um pouco de saudade do que eu era: tão crente: achava tanto que havia amor de sobra e que as pessoas não enganavam as outras sem simplesmente se importar... mas elas enganam. e isso me torna uma descrente. e com essa descrença não há batalha pra vencer. eu simplesmente só assisto o jogo. permaneço calada. se soubesse rezar, rezando para que algo bom aconteça e eu possa, novamente, exaltar palavras que valham a pena.
sei lá, o não amor é bem diferente pra mim.

3.4.12

salva dor.

a alegria tenebrosa em mudar tudo: sair da beira do rio para me saciar à beira-mar... mudança climática, mudança de voz, mudança temporária, e mesmo que não dure tanto, muda a gente. faz o equilíbrio ser restabelecido, faz os sonhos de outrora voltarem de uma maneira que possam se tornar realizáveis. mudar de ares. essa alegria sucintamente inexplorada do desconhecido que se quer caminhar. mas alegria. sorrir ao olhar o mundo com outros olhos. viajar por fora e por dentro da gente. anda, corre, o mundo te espera!

29.3.12

não basta ao mundo a alegria simples de viver, o bicho humano quer mais. mas mais pra quê?
precisa de mais do que um passeio de rio, do que uma vista pro mar?
mais ainda do que o sorriso sincero de um amigo, de um abraço de afago de um familiar querido?
mais dinheiro, mais poder, mais burocracia, mais modernidade... pra quê?
eu quero mais é ser feliz, aí sim: mais e mais!
dinheiro é só pra sobreviver
enquanto o bicho humano não entender isso
vai continuar devastando as florestas, poluindo as águas, corrompendo e sendo corrompido
dinheiro não se come e quando não houver mais comida saudável, o que fazer?
dinheiro não se bebe e quando não houver mais água potável?
dinheiro pode até ajudar a realizar sonhos,
mas se tu não sonhas com algo bom... de que adianta dinheiro?
eu sempre desejei um mundo melhor e quero todo dia poder ajudar
nem que seja repassando uma mensagem
mais sorrisos sinceros e amor verdadeiro, minha gente!

21.3.12

hoje, mais do que nunca,
confirmo que o tempo é o senhor de todas as coisas
e não há nada que o tempo não leve
não releve, não eleve
mas pra sentir o tempo passar
há de se ter paciência
não há nada que o tempo não diga
'passou'

20.3.12

a melhor forma de não pensar é forçar o cérebro a outras coisas
a melhor forma de esquecer é partir pra outra
a melhor forma de partir pra outra é dar uma chance pra si próprio
mas nem sempre acontece de esquecer
dar uma chance pra si próprio é a melhor forma de ser feliz
se alguém não quis te dar uma chance, paciência
a vida te dará outras oportunidades
é bem verdade que tudo há de ser teu
mas é preciso sabedoria pra encarar as dificuldades
bom senso ao fazer escolhas futuras
e muita sobriedade para continuar a caminhada
entre baques, barrancos e subidas na calçada
a melhor forma de dizer é não dizer
a melhor forma de dar um recado é ficar em silêncio
a melhor forma de esperar é fazer
e a melhor forma de querer é conseguir
mas é preciso sabedoria pra encarar o fracasso
estratégia nas próximas tentativas, sem exageros
e que, nunca, sobretudo
falte sensibilidade, por mais que queiram empedrar teu coração.

14.3.12

quem consegue explicar uma tristeza? quer dizer, eu tento explicar tudo, até o amor. é tudo muito racional pra mim, até se apaixonar. mas quando fico triste... sei as razões que me fizeram ficar assim - fracassos, saudades, arrependimentos, tudo junto e misturado -, mas por que exatamente eu fico triste? eu acho que consigo superar tudo, então por que ficar triste? é aí o ponto: eu não sei. não consigo explicar a tristeza. tristeza, mais que qualquer outro sentimento, é pra sentir, pra abraçar, pra curtir e pra depois deixar ir embora. é sempre assim. mas naquele momento em que nada parece que vai dar certo... eu tento não chorar e só explicar. mas vou ficando por aqui porque realmente não dá...

12.3.12

primeiros erros

sem grandes divagações, tudo o que tenho a dizer é, enquanto os dedos conseguem acompanhar o pensamento, que a vida existe só pra gente aprender. eu erro e me sinto mal, como todo mundo. hoje vejo o quanto de coisa errada fiz no passado, vejo de uma forma clara, simples, latente. é engraçado como uma única palavra, ou mesmo nenhuma, só um olhar, um suspiro, é incrível como isso pode mudar tudo. se eu pudesse voltar no tempo, sei exatamente onde pararia. e, tentando viver hoje em dia, ainda me deparo com pequenos erros. já não são primeiros, são secundários, são de uma pessoa diferente daquela primeira que errou. eu sou ingênua. ou ainda acreditada no gostar. é por isso que dá tudo errado. querer bem, estar bem... é tão bom querer bem alguém. mas eu tenho que esquecer isso e só querer bem a mim mesma e a alguns poucos amigos que me provaram, naturalmente, valer a pena. enfim, desgostosa ou não, descrente ou não, na terra ou no ar, whatever works.

10.3.12

quanto mais mergulho nesse profundo mar, mesmo sabendo de todos os seus perigos, mais quero me afogar...
'Mas foi como eu te disse, parece ter sido uma vida num curto espaço de tempo'.

que maldoso o tempo por encurtar essa vida... rumo à terra, ao mar e à continuação.

9.3.12

agora pensei o quanto é não. o quanto não vai acontecer. eu tenho essa mania de gostar demais, de querer bem demais. acabo pedindo em troca, irracionalmente, uma atenção que nem sempre pode ser dada. então, antes que eu me acostume mais... 'foi bom demais...'

7.3.12

esse estado.

até o tempo chuvoso
que há muito não cheirava
tem me acalmado a vontade
de novamente estar nesse estado

solta esse cabelo, moça!
mostra essa glória
lança tua imensidão
larga teu reino, moça

e então segura minha mão
diz que me dá compreensão
rasga o que de ti me faltou
traduz teu suor em mim que restou

ai, moça, volta logo pra lá
respira fundo e vai com fé
suga teus rios e deságua no mar
soma vocês dois na paixão que se quer

pega os pingos de chuva de céu cinza
combina com a sede que a ladeira dá
mistura mais um pouco essas peles
é pra ele que tudo vai cantar

enquanto isso, até o asfalto molhado
e suas manchas coloridas de gasolina
têm me feito menina
têm me segurado de não estar nesse estado
(escrito em: 02/03/12)

6.3.12

estou com saudades!
vê se aparece de vez em quando
sinto-te em mim
vê se aparece de vez em quando
não gosto muito de reclamar, mas
vê se aparece de vez em quando
penso tanto em ti
vê se aparece de vez em quando
quero te dizer tantas coisas
vê se aparece de vez em quando
e todas as coisas lindas do mundo...
vê se aparece de vez em quando
assim, quem sabe, posso te mostrar
vê se aparece de vez em quando
surpreende-me (mais ainda), eu adoro
vê se aparece de vez em quando
conversa comigo e te faz presente
vê se aparece de vez em quando
logo, logo estarei aí
aparecendo-te de vez em quando
mas eu me apaixonei de verdade
que dá vontade de não ser só de vez em quando
estou com saudades
vê se aparece de vez em sempre

3.3.12

eu já cansei de fazer papel da incompreendida do mundo. vou vivendo sem, simplesmente, dar explicações. adianta falar se não mudarei a ideia de ninguém? acho que me livrei do maior peso do mundo com essa reflexão. a dor de ser quem se é: é bem isso mesmo. e teimar com os outros? ah, pra que? não entro mais em discussões sem sentido, que falem de pessoas ou de passado. é um 'disse-me-disse' que me exaure. isso cansa e parece que nunca vai ter fim, é uma coisa circular... pensando nisso, e com o coração renovado... sabes que nem me doeu? quando li, mais uma vez, o mesmo jeito de elogiar que era meu pra ela, caramba. não me doeu. eu fiquei tão aliviada! que bom que te foste. que bom que não tenho mais essa mesmice na vida. que bom que (re)aprendi a me amar. porque, creio eu, só era possível amar tanto assim alguém que nem tu quando eu não tinha muito amor próprio. não que sejas medíocre, pra ela talvez seja o máximo. mas é que pra mim... já não eras suficiente, sabes? há tanto tempo era isso e eu não via. eu só fui ver quando percebi que há evolução: alguém me disse, em entrelinhas: 'és mais que isso'. não me sinto mais deixada de lado. eu me sinto livre. como nunca. liberta das amarras de uma pessoa que não solta ninguém, só por bel-prazer. e eu me sinto vitoriosa, pois consegui... mesmo com demora. e foi como eu disse há algum tempo... eu vou ser tão, tão feliz... porque eu me renovo. tu, ao contrário, só involui. pena eu tenho de quem passa pelo teu rastro, porque, como pessoa que não cresce, levas algumas pessoas juntas para o buraco. e pensar que eu teimei tanto. que eu me fiz de vítima, de injustiçada. o mundo é perfeito. essa rotação da terra é que me deixa bem: o mundo dá tantas, tantas voltas... não te desejo nada de ruim. mas, sendo franca, também não te desejo nada de bom.
não me importo muito também em saber que, provavelmente, quem ler isso aqui vai pensar que estou com 'dor de cotovelo'. eu mudarei essa ideia de alguém? não.
não sinto mais dor. eu só sinto alegria. ;-)

29.2.12

disso tudo,
tua parte
sou eu inteira.

28.2.12

um pouco de pressa para dizer que a vida, pouco a pouco, torna-se novamente lugar comum. parece que recomeça sempre, aliás, não parece: é assim mesmo. nesse novo recomeço, pude ver coisas tão banais que há muito estavam escondidas em mim e para mim. lentamente, torno-me novamente lugar comum em mim mesma, mas jamais perderei essa vontade de sorrir, de buscar a luz, de ter estrelas no céu da boca e borboletas no estômago. esse é o tipo de 'busca' que acabo não buscando, acabo, em verdade, sendo achada. a poeira da vida sentou, a alma se acalmou e tudo que tenho que fazer agora é... sentir, caminhar, pensar, voltar, calar, falar, sorrir.

25.2.12

é que quando eu estou assim, fico ansiosa (mais do que o normal). é, acho que não pegaste esse lado da moeda. só viste o tranquilo. o equilibrado. mas até minha ansiedade tem uma ponta de equilíbrio. já explico: quem me conhece, 'de outros carnavais' (finalmente usei a expressão em termos literais), entende minha trava para paixão e etc. amei. amei tanto e loucamente que achei que não sobraria mais amor pro resto da vida depois do que amei. então, tudo passou. tudo foi lenta e gradualmente caindo por terra... e foi quando meu olhar já não encontrava mais razão na emoção. eu tinha desacreditado em tudo, ou quase tudo, sabes? quer dizer, no que diz respeito a gostar e sorrir por gostar.quem me conhece, sabe... enfim, então apareceste, de um jeito que, ao que me pareceu, tão perfeitamente delineado e eu fiquei refletindo... por que fui embora? se não fosse o óbvio, nem ia. falar sobre isso, assim, abertamente, é muita coisa pra mim. falar que me apaixonei por ti em tão pouco tempo e que me apaixonei pela ideia de ficar mais e que me apaixonei pela ideia de me apaixonar por ti e estar mais contigo é demasiadamente grande diante de tudo que já me aconteceu, diante do que já passei, diante do que vivi. é tão bonito. tu és tão bonito. que alma linda! que olhar iluminado. essa luz que irradias quando me fitas... ou quando me fitaste. que chato não poder falar no presente. aliás, e que presente os deuses me deram. pode ser que não aconteça o que quero, mas ainda assim tu já foste um presente. já quero voltar, por motivos óbvios e outros não... tenho um tantinho de timidez de dizer ao vivo, talvez por isso não tenha te dito, não tenha me expressado como deveria. eu queria ter estado mais aí, falado mais, sorrido mais... e, agora, aqui, vejo que a ansiedade de rever já é grande... acho que conforme voltar ao meu 'normal', a essa minha vida por aqui... vá passando. 1 minuto de equilibrada ansiedade: vamos ver. o que sei é que como aquarianos, sabemos. fizeste-me bem. quero mais. eu me apaixonar de novo? que medo! e que bom. obrigada. já estás em saudades.

24.2.12

'você'

é tranquilizante e enlouquecedor saber que eu te encontrei. em uma forma não usual, de um jeito tão importante. parece que as coisas vêm mesmo na hora certa. o que posso dizer nesse momento é que tive alguns motivos para querer ir até aí, mas que nunca imaginei que eles poderiam render um tão bom para ir mais uma vez, o quanto antes. então, talvez, 'você' seja meu yang. há 24 horas, sentada a teu lado, eu já desconfiava de tudo que passaria a sentir no agora. e nesse agora, eu te confirmo: já é saudade de quem te gosta.

22.2.12

escolhi a vida não por ter medo da morte
mas porque a vida - mesmo sendo morte a cada dia -
oferece-me mais desafios
quem sou eu para me conter?
diante desse fio de rima que se perdeu
em toda essa doce água de cor pálida
a morte que me falo é aquela maldita
de se respirar e ter ar
de se beber água e matar a sede
de andar e poder correr, se quiser
e de se olhar o céu estrelado sozinha

sem aquela vida por perto

19.2.12

até quando e onde vai teu medo? eu acho tanta graça. depois de devorado o livro, lembrei de nós. e aí ao mesmo tempo que lembro de nós, tu lembrando de tua nova paixão. ai, que burra que sou! e exponho-me de novo e sempre. fica com ela, casa com ela! duvido que te faça mais feliz do que fiz. aliás, duvido que durante estes 6 meses ela tenha te feito mais feliz do que eu te fiz por 1 dia somente de nossas vidas. é tudo tão óbvio: quando nos encontrarmos de novo... ai, a vida vai te sorrir. e eu... estarei indo em outro caminho. que óbvio. enquanto isso, alucinações da madrugada carnavalesca riem-me na graça da vida. beijos e que ela te destrua até o último fio de cabelo, pra quando vieres te recompor comigo, eu aperte a mão dela e diga: certa estavas tu, pois ele não presta.

8.2.12

2008. foi o que lembrei. tinha um vento diferente lá debaixo, no térreo da reitoria, tinha um ar estranho quando eu cheguei lá. eu via o rio e ficava contemplando, olhando do lado contrário. mas aí me bateram à porta, e bateram o olho. foi o que lembrei. o vento fresco que balançava as árvores passou a fazer mais sentido, todos os dias. chovia, fazia sol, batia vento, mas eu ia. e continuava querendo ir. tudo ficou mais claro, mesmo com a perda da luz. foi isso que lembrei. fugir da realidade e buscar calor também era bom. guardo todas as lembranças com carinho e gosto de escrevê-las: para que elas não se percam no tempo, nem em teu, nem em meu. é estranho lembrar essa época, foi de muita mudança, de muita descoberta, de reforçar o que se queria, e aí lembro o cheiro do vento... impossível explicar, mas mesmo assim gostaria: foi a época mais feliz de minha vida. 
foi o que lembrei.

7.2.12

o mundo, assim como escrevi meses atrás quando pensei em ti - numa linda sensação de que ficaríamos juntos por muito, muito tempo -, não para pra gente respirar. as pessoas não param por nós, exceto em situações extremas. mas ninguém parará por mim só porque entristeci. ninguém vai fazer meu tempo parar só pra eu aproveitar mais. ninguém para. nesse mundo apressado, nenhuma coisa é certa, talvez só que não se sabe. conheço as pessoas. elas são cruéis muitas vezes sem razão, e em muitas outras vezes estão tão preocupadas com seus próprios umbigos que nem percebem que nos causaram tristeza. não sei o que é, mas por uma absoluta certeza de que todos nós somos seres humanos e estamos suscetíveis a tristezas e a alegrias, eu tento não magoar ninguém. eu não digo que gosto de ti se não gosto - também não digo que não gosto, só não me aproximo. as pessoas tem tendência a manter outras na 'reserva', pra tudo: pra sair naquela noite que ninguém quis, como amigos ou não, pra jogar poker quando dá na telha, pra conversar quando não tem mais nenhum ombro amigo... eu sei disso, eu sinto isso, eu sou reserva. mas não quero mais. isso é chato. por que as pessoas não podem ser verdadeiras umas com as outras? 'meu mundo não vai parar por ti'. é simples, dói na hora, mas é isso. eu te agradeço por teres me dito e sido sincero, disso não posso reclamar. o grande problema foi o modo, o momento e tudo o que já tinha sido dito antes. e pouco antes, dias antes. um 'minha linda' sussurrado em meio à escuridão e a tudo aquilo, um tratar melhor que a todos, um abraço durante minha soneca no filme. pra quê? pra jogar à sorte novamente. sinto falta de ser única. de ser tua única. mas o mundo não para... tu não pararias por mim... mesmo tantas vezes eu tenha me freado por ti - e fiz com gosto, faria de novo se valesse à pena -, mesmo que haja tanto 'mesmo que'. hoje eu quero te dizer que te sinto ausente em mim todos os dias - como já disse muitas vezes -, mas que entendo, perfeitamente, que teu mundo não para por mim. continua. apesar d'eu saber que, por mais que não queiras, quando parares... aí saberás o que é falta (acho que disso sabes, por isso, continuas)... minha maior curiosidade é saber em que inércia estarei quando isso acontecer.

4.2.12

eu deixo um pouco pra me misturar


se eu pudesse me expressar agora, eu me expressaria com um suspiro... conheces bem essa minha cara com expressão um pouco fechada, olhos um pouco caídos - que podem sugerir tristeza, ressaca, cansaço, minha alergia comum ou mesmo uma febrinha, ou tudo junto -, a boca que se mexe sem falar nada... e os pensamentos que parecem sair de mim e que pareço ouvir mesmo sem puxar som, só ar. eu não sei nem o que falar direito, acho que deves agradecer a todos os deuses quando falo isso, porque sabes bem que as palavras que às vezes saem de mim são tão cortantes e amargas... estou vivendo de um jeito não antes experimentado de forma real e concreta, um dia após o outro, claro que penso em ti ainda, do mesmo jeito de sempre, todos os dias e noites... às vezes queria muito te dizer que mesmo de depois de tanto tempo sem ti, sinto vontade de te dizer que sinto tua falta, mas não essa falta que sinto, e sim aquela falta que sentia quando eu sabia que voltarias... agora não voltas. nunca voltas, e sinto tanta falta por isso! eu me arrependo tanto de algumas coisas, sabe? eu me arrependo de pensar que tu podes te arrepender e voltar... porque depois eu choro mansinho. que sei que não voltas. que sei que tá tudo bem... que sei que não voltarias para tua grande dúvida de sempre que sou, que fui... mas que não sou mais. exorcizaste-me (risinho de canto de boca) - mais uma vez. 'não te deixa levar', e me levar pra onde? eu não tenho mais pra onde ir. tua casa não é mais meu lar, teu destino não é mais o meu abrigo, e tuas mãos não são mais minha pele. não me sinto mais desesperada como outrora me senti. o que sinto agora é um sentimento de conformidade tão chato e tão óbvio... porque tudo é muito óbvio, né? é óbvio também que tende a passar... como tem melhorado bastante. e é por isso, acho, que vem esse chorinho por conta dessa música de preguiça que sabes que tanto gosto (até do chorinho lembro de nossas risadas). a verdade é que eu me sinto tão vazia quando vais. e faz 6 meses e poucos que me sinto vazia também quando vens. eu queria muito te fazer um carinho. mas mais que isso: eu queria muito receber teu carinho. saudade de quando me vias após o aeroporto, após acordar, após tomar banho: era sempre a mesma expressão: era como se tu estivesses sentindo minha falta o tempo todo: era como se, sem mim, não fosses tu. isso mudou um pouco, eu sei que não demonstras mais porque agora tens uma vidinha também um pouco mudada. só desculpa te dizer, não consegues todas as vezes. e é por isso que não paro de me (te) perguntar: por que dá essa vontade de se ver toda a vez? eu não quero teu sexo, eu só quero teu abraço. vou indo, deixando sempre um pedaço no caminho pra que tu não te percas, ou mesmo pra que, de repente, alguém me encontre: porque eu não tenho mais pra onde ser levada.

2.2.12

os passos se guiam entre vários 'possos' prosseguindo sem parar por mais nenhum poço,
pois não é mais fundo o mundo.

1.2.12

em cada canto vejo um lado bom

tenho andado em cima de um sentimento assim... de que se eu fizer do jeito mais fácil pode ser mais leve, assim, ir vivendo sorrindo como dá, mesmo que não seja exatamente o que sonhei. fazer planos humilha nosso coração, pois expectativas frustradas faz um ser humano mais pessimista pouco a pouco. então parei de querer, de respirar amor, de desejar carinho. mentira em partes, claro: continuo querendo tudo, tudo isso. mas não vou, nem devo, tampouco posso passar por mais uma frustração oriunda de expectativa... deixa assim, vivendo meio na preguiça de uma música boa de dançar. continuo escondendo a maioria dos problemas no fundo da alma e botando o sorriso na cara na maior hipocrisia do mundo, mas é para me proteger e espero que o mundo compreenda. de vez em quando cuspo umas verdades aqui e ali, até no passado-presente, mas é algo que pouca gente sabe, de verdade. pouca, talvez só uma pessoa. continuo torcendo pelas coisas boas da vida, ainda que com o peito sufocado quando escuto 'aquela' música - tantas - ou quando, antes de dormir e ao acordar, sinto a pele arrepiada por um só pensamento... desculpa ter cuspido tanta coisa assim, sem te proteger antes. ainda dói e tanto. mas é só essa a parte que te cabe. o resto eu vou continuar escrevendo sem direção. quem sabe sentindo sem direção também. só seguindo: minha própria direção.

28.1.12

- por que queres fazer o tempo passar?
- eu não quero, e nem que ele pare. não depende de mim... o tempo é um deus maior que às vezes brinca conosco, meros mortais. o tempo pode ser bom, mas pode ser maldito. eu não quero passar o tempo. nem parar o tempo. não quero nem ter tempo. quero que o tempo me tenha: e que me envolva em seus braços, tragando-me, respirando-me e vivendo-me como ele bem entender.

27.1.12

cárcere

faço-me, repentina e novamente, de refém
e é uma prisão em mim mesma
na qual, de forma simples, posso me soltar
mas esses pensamentos, essa vida que rege
canta e desmanda e me manda ser
'não finja, não se dobre, não force, somente seja'
e eu não posso contra isso
e sou refém do que eu mesma sou
sinto-me tão feliz por isso
apesar de sofrer por querer tanto a liberdade
e não conseguir me libertar nem de mim
a alma quer voar, o corpo quer ficar
desfaço-me nos pedaços de lembrança ainda restantes
traduzo-me no sentir de um futuro bom
palavras
sou refém das palavras
que em uma tela pequena inventada
fazem-me presa em toda a liberdade que posso escolher
luto para segui-la
mas por alguns instantes, só me deixo
permaneço refém do que sou
mas nunca do que me dizem pra ser

25.1.12

que tedioso é esperar...
ainda mais pelo recente desconhecido
que já há muito não aparecia
mas que, quem sabe e com sorte,
deu as caras
que chato é ter esperar pelo sorriso.

21.1.12

em puro contraponto/complemento ao silêncio, digo-te:
descobri.
redescobri.
conheci.
mas não te reconheço mais.

20.1.12

o que é a solidão se não almoçar no meio da tarde chuvosa no mesmo lugar de sempre que costumávamos almoçar, mas sozinha? e olhar para a cadeira da frente e simplesmente perceber que estás tão longe e já estou tão desacostumada de ti... apesar da saudade, desacostuma-se. o que é solidão se não toda a noite, tempo quente, tempo frio, sentir falta daquele que nos abraçava e respirava em nossa nuca? porque a falta é sinônimo quase de solidão. quem sente falta está só de alguém. eu estou tão só de ti ainda... mas vou vivendo. eu não estou mais triste. eu ainda consigo sorrir mesmo diante de toda essa saudade e de ver coisas que remetem a ti (e são tantas). quando vejo que já está fazendo mal, é fácil, simplesmente paro de ver/escutar/pensar. é difícil esse tipo de treinamento da mente, mas eu não me preocupo com isso, é mais um desafio pra mim. eu faço outras coisas pra esquecer da solidão. eu escrevo, eu estudo (e como tenho estudado, quem dera se todas as pessoas que foram deixadas e que se sentem sozinhas fizessem isso, o mundo estaria cheio de 'gênios'), eu danço ouvindo música. não deixo de viver com saudade, sabes? mas é que cansei de viver A saudade.

16.1.12

the dog days are over.

o negócio é o seguinte, caro: és-me raro. és, és, sim. bem, assim como me foste caro para o mal, foste-me raro para o bem. ninguém me fez tão bem, ah, não... sabes bem das coisas que gosto e do que quero, pegaste-me pelo ponto fraco... o de me conhecer. e por isso também foste meu mal. mas tudo bem, não há mal que se propague no tempo sem que o tempo apague ou transforme a mancha em bem. é bem claro que nada do que te fizerem por aí será metade do que viveste por aqui, já sei, já sei, não falo mais sobre isso, não. o fato é que eu deixo, de bom grado, que sintas saudade de mim e queiras abafá-la desse jeito maluco que tens. tudo bem. mas eu não abafo saudade, eu grito, ao menos eu escrevo um grito silencioso aqui do meu coração. nossa, como te sinto em saudades! todos os dias e noites! mas isso vai acabar. não a saudade. quem dera poder-me fazer uma sistemática de um brilho eterno de uma mente sem lembranças... mas que graça teria? quer dizer, acho que nem se eu pudesse, escolheria apagar minhas memórias de ti. elas estão em todo lado, em mim, fora de mim, dentro do meu quarto, eu as visto, eu as ouço, eu as sinto, eu caminho com elas, tu estás aqui, ali e em todo lugar e que booom! eu acabei de pensar que me sinto tão feliz com isso. eu sei de todo teu pequeno detalhe, eu sei e como sei? eu só sei... mas os dias de cão acabaram, meu raro. meu lindo, que apelidei com tanto carinho em uma época que não parece ter sido nessa vida, eu vou ser tão feliz, mas tão feliz, que tu vais te perguntar, com certeza, um dia, da razão de teres me deixado. não é praga, eu sei das coisas, sabes? sei que sim. mas é que vai chegar um momento em que tu vais ter tempo de sangrar, nem que seja por 5 minutos e eles te serão suficientes para pensar 'por que estou longe dela?'. e por mais que eu queira ser sem ti, não será fácil, e por mais que seja loucura dizer isso, eu não espero ser demais feliz para que percebas o quanto foi grande a cagada que fizeste. não, não. eu acho que espero que percebas antes disso, porque assim é bom pra gente: ir construindo uma felicidade que só tem na gente... mas se não perceberes nessa vida... ah, meu bem, eu vou ser tão feliz, tão feliz, algo que não serás se assim continuares... já te disse tantas vezes... tu sentes e queres fingir que não, queres achar que só sabes... e eu sei e, oh, deuses, quero achar que não, que só sinto...que paradoxo. mas eu sei e sinto... voltarás. não acabou. e não acaba assim. mas enquanto isso, eu não vou mais sofrer, nem chorar, nem acordar com vontade de não sair da cama, eu vou à luta, e quando eu estiver muito, muito bem... sei que vens atrás (como sempre foi) e aí a gente conversa. quem sabe do futuro, não?... é... eu sei um pouco. eu sei que os dias de cão acabaram. vai ser feliz daí que vou ser daqui. só continuo duvidando que consigas sem mim. ;-)

15.1.12


a vida não volta.
pensa nisso
e se for o caso,
voltas tu
antes que seja tarde

13.1.12

sábios não mentem.

eu sou a mente que sabe. não a sábia que mente. veja bem: eu nem preciso mentir: tu já fazes teu papel bem feito. não tenho razão em mentir, de te desdizer, de desdizer o que sinto por ti. eu te amo. todo mundo sabe. dizer que não é tentar ser sábia, mas é mentir. cansei de tentar fazer dar certo, mas também cansei de tentar te esquecer. estou cansada, exausta. há 3 exatos anos, lembro que estava sofrendo por causa de tua primeira mentira, que descobri ao acaso. venho sofrendo por 'coisinhas' aqui e ali durante todo esse tempo. tu sofres também, é claro, mas és rápido o suficiente para dizer 'não tenho tempo para sangrar' e logo arranjar uma nova menina da vez. aí acontece algo, tu voltas e acontece tudo de novo. eu sou fraca, mas não tinha percebido, até agora, que tu és mais. a culpa, no fim das contas, não é minha por eu ainda ser louca por ti. é tua, é de tua fraqueza de não conseguir, nem por decreto, me esquecer de vez. desiste. tu não vais conseguir. eu sei porque, infelizmente e para meu desespero diário, eu não consigo te esquecer. então, tu és sábio, mas gostaria que parasses de mentir. pra ti, pra menina da vez que não tem nada a ver... pra mim tu não mentes mais: criaste um monstro. eu não acredito mais em quase nada, virei uma descrente. depois de tanta coisa vi, ouvi e vivi, esse v que me velou nada mais é do que um fim. não desejo mais nada de bom pra ti. espero não desejar as coisas ruins que estou desejando agora por muito tempo, porque não gosto disso. eu espero não desejar mais nada. eu espero não mais te desejar. eu espero que aprendas a conviver com a falta que eu te faço porque só assim entenderias o que é, realmente, gostar de mim. eu sou a mente que sabe das coisas. é melhor do que ser uma sábia que mente.

11.1.12

o mundo todo*

eu só queria um espaço dentro do mundo todo pra dizer pro mundo todo o quanto o mundo todo não importa quando o mundo todo pode caber dentro de mim e o que estou sentindo, não.
o mundo todo é muito pequeno comparado a tudo aqui em mim. o mundo todo jamais saberá o que há aqui dentro de mim. o mundo todo já me viu dizer coisas sobre o que há dentro de mim, mas o mundo todo não imagina o que há de novo dentro de mim. novo de contrário de velho. o novo é lindo. e o mundo todo não sabe o que se passa aqui dentro de mim. porque o mundo todo é algo muito fora dos padrões daqui de dentro de mim. o mundo todo não sabe da música que me faz sentir tudo que sinto aqui dentro de mim. o mundo todo não sonha o que me faz suspirar tudo o que há dentro de mim. o mundo todo é muito minúsculo e nem dá pra ser comparado com o que existe dentro de mim. eu só queria poder tentar explicar pro mundo todo o que há dentro de mim.

o mundo todo não sabe nem o que acontece dentro de mim.
tu sim.

*uma belíssima lembrança, de 15/10/08.
ps: a música que me faz sentir continua sendo a mesma, até hoje. 
that's all.

10.1.12

vi meu reflexo em ti. literalmente. é só olhar bem para onde vão teus olhos. aliás, nem precisa. vi-me em ti de olhos fechados mesmo. e durante teu sono costumava acordar várias vezes. a razão, não sei. quase sempre agonia por estar fazendo algo fora de minha lei habitual e caseira. em todo caso, quase nunca me arrependi. arrependo-me de umas 2 coisas bem parecidas e sabes o quê. talvez 3. mas a 3ª não sabes. enfim, eu ainda te vejo todos os dias ao dormir. é porque em meu subconsciente ainda não consegui mandar. mas vou (re)treiná-lo direitinho e tudo vai melhorar. mas é fato, tão notório... a gente ainda se reflete tanto.

9.1.12



até quando, mais uma vez, é esse teu 'nunca mais'?

8.1.12

mostra teu rosto, assim é melhor.

tá tarde, eu ainda não almocei. eu me encontro totalmente perdida na solidão. é engraçado que sempre que a gente tem alguém a gente espera pelo domingo. domingo é dia de filme, de chamego, de cafuné, de carinho, de jogar vídeo game e de comer sushi ou sanduíche no fim do dia. não é que eu sinta falta de alguém comigo, eu sinto falta de alguém comigo pros dias vazios. pra pegar a solidão e dançar. não me parece real a distância que se diz. não me parece real a imensidão de costumes diferentes de uma cidade pra outra, numa mesma região. não me parece real, ainda, que quando, finalmente, nos encontramos, nos dispersamos. assim mesmo, com os oblíquos todos na frente para mostrar que o que importa mesmo somos nós. aí fico pensando 'mas se fosse para ser, seria'. talvez, se destino existe, ele seja um tanto brutal conosco. talvez mesmo tu sejas um comodista. verdade, verdade. por alguns meses lutaste contra tua preguiça e deixaste-te amar e ser amado. mesmo de longe. era amor o que a gente sentia quando acordava o outro de manhã ou na hora do almoço mesmo de longe. mesmo que fosse um sentimento inominado: ele já corre há tanto tempo. e não parou. ainda corre, ah, deuses... semana passada desacelerou bem à altura do estômago com um beijo bem dado, dormiu abraçado e acordou num pulo, quando viu que o sol já tinha nascido há umas 2 horas. e saiu correndo de novo, mesmo de olhos fechados. tem gente que pergunta 'mas como isso vai terminar?', eu não respondo - até porque não sei também - e quando a pessoa se dá conta do que perguntou, ela se responde 'isso não vai terminar'. não sei até que ponto o vai e vem pode ser eterno. acho mesmo que podes ser contente por aí, namorar, estar com ela em outros domingos que deveriam ser meus... viver uma história igualzinha a nossa com ela. mas não é a minha casa. isso me marcou. 'não és tu'. definitivamente, eu não posso ser substituída, é isso o que tudo o que disseste quer dizer. eu sinto tua falta todos os dias, e te digo isso sóbria. não espero teu 'eu também' sóbrio, até porque tem coisas que a gente conversa só com um copo de cerveja no quintal de tua casa. e uma voz conhecida me fala 'ele volta em tal mês...' e a voz de minha consciência sussurra: 'e tu, ainda estarás aqui?', eu me respondo: 'eu espero não estar'. não que tu não vá namorar de novo, ficar com alguém de novo, aqui, aí, afinal, teu comodismo é intrínseco de ti. é uma das razões que dizes para 'não darmos certo': é que eu mexo contigo e teu comodismo. eu não sou comum. e não é porque eu forço ou tento. é porque eu sou assim. é por isso que 'te apaixonas mais uma vez sempre' ou, em outras palavras, que não te desapaixonas nunca. então. não é por eu não estar aqui que não viverás tua vida como sempre. mas é por eu não estar aqui que tu nunca conseguirás viver tua vida como sempre sem tentar.

ou não é verdade que até hoje (sem mim) tudo não é uma mera tentativa?

5.1.12


parece tão óbvio que deveríamos ficar juntos
mas quando paro para pensar... penso diferente.

4.1.12

pode ser.

pode ser que o sonho de uma realidade vivida aindagora mesmo passe a ser outro sonho
pode ser também que voando alto, ao lado das nuvens e acima do mar de rio, esteja algo de mim em ti ainda
pode ser que a vida se encarregue de me levar aos caminhos mais iluminados
pode ser também que eu aprenda mais facilmente a sorrir lembrando as coisas boas
e que eu não chore tanto ou bem pouco mesmo quando pensar nos ruins
pode ser que seja mais amarga a saudade depois de mais essa temporada de nossas vidas
pode ser que eu vá fingir que eu não ligo para nada disso
mas, ah, meu bem, eu ligo, sim, sabes disso e bem
eu sinto tanto que de tanto sentir criei um mundo em mim que só é de sentires
e te guardei lá, são e salvo dos meus pensamentos
porque sentir é tão fácil, mas pensar é um pouco mais complicado
então já não penso nada, só sinto porque aí não tem jeito
pode ser que um dia isso mude e pode ser que seja mais rápido do que imagino
pode ser que nos descubramos novamente e acredite: ainda penso nisso sem ser louca
mas não tem problema... tu não saberás de nada
até porque não visitas minha alma em palavras como sempre quis que visitasses
ou visitas?
pode ser que eu não saiba
mas se algo bom acontecer, por favor, eu quero ficar sabendo
meu coração já anda enfraquecido com tantos baques de notícias ruins
e no meio de tanta tempestade, eu gostaria de um raio de sol
pode ser que eu fique melhor em relação à falta daqui pra amanhã
e que trocar mensagens e ligações sejam somente o que são
sem que eu coloque tantos milhões de significados, apesar d'eles existirem
pode ser que já tenhas chegado aí antes da chuva das 14h
pode ser que te lembres de mim todos os dias de tua vida
como disseste-me aqui quando eu disse murmurando que isso acontece comigo
pode ser, inclusive, que te lembres que disseste que não me substituíste
pois por mais que a gostes e a frequentes
'não é a tua casa'
pode ser que um dia tu vás te dar conta
que tua morada é em mim

enquanto isso
a gente vai vivendo em si e esperando um ao outro voltar para o lar

2.1.12

dois mil e doze, doce.

não costumo exigir muito de um novo ano, acredito piamente que não adianta nada, superstições, pedidos aleatórios etc., se nós não fazemos por nós. mas pedirei este ano, como se estivesse voltando-me para o infinito e pensando em tudo que tenho e posso fazer nessa 'nova' jornada.

que eu possa mudar meu mundo íntimo com minhas mudanças. se serão bruscas ou leves, eu não sei, mas eu tenho algum tempo para descobrir e ir fazendo por mim. que meu céu continue verde, como sempre e sempre, pois quando estiver caída, levanto as mãos e peço, à toda esta esperança - que tiro não sei daonde, mas tiro -, que me socorra, que me faça ter forças e, mais um vez, me reerguer. que meu mar continue quase sem nenhuma onda, com a tranquilidade que necessito para continuar a molhar meus pés e tentar nadar, mesmo sem saber nadar - por isso, calmaria é fundamental -, em toda essa imensidão. que meu sentir continue colorido e nunca se torne pálido a ponto de que nem um tipo de tinta o transforme em cor novamente. essa é a parte mais difícil. mas que mesmo que meu amor ainda continue sendo teimoso, que eu saiba lidar com isso. que eu tenha a sabedoria de calar no momento certo e falar quando for necessário. que, um dia - e nem precisa ser em 2012 -, meu sussurro te chegue aos ouvidos com a paz que buscas e que, finalmente, parecerei poder te compartilhar. que eu não deixe de viver por essa teimosia de querência e descubra muita coisa, que eu me descubra, que eu saia debaixo dos panos e, descoberta, comece um processo diferente de tudo que vivenciei: que eu deixe somente de sonhar e passe a viver tudo o que sempre desejei. e que, se não for tudo, que haja uma pequena amostra do que poderei conseguir. que mesmo com as mudanças mais concretas que almejo para este ano, eu continue a buscar ternura e doçura, nunca constantes em mim, que as pessoas possam me olhar com uma admiração maior, não pelas coisas que conquistei, mas pelo que eu sou. que eu seja lembrada não pelo que tenho, mas pelo que sou. que eu tenha forças, nem que sejam sobre-humanas, para, passo a passo, realizar meus sonhos e continuar sonhando. que eu possa mudar de ideia várias vezes sobre a forma de agir se assim eu quiser me permitir. mas que eu nunca mude meus valores sobre fazer o bem. só os melhore. que eu ainda possa sorrir, beijar, abraçar, conversar, planejar, viver, estar e ser com aqueles que gosto e que isso possa se tornar, mesmo que distante, uma realidade. que se for pra gente se encontrar, que a gente se encontre em 2012... e que se não for... bem, só espero que a gente nunca se perca.